tag:blogger.com,1999:blog-57729480657533131972024-03-04T20:49:42.348-08:00CHESTERTONBRASIL.ORG“Tentei criar uma nova heresia; mas, quando já lhe aplicava os últimos remates, descobri que era apenas a ortodoxia.” G.K. ChestertonAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.comBlogger51125tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-50346902158675269062013-06-10T07:32:00.000-07:002013-06-10T07:49:48.528-07:00O homem que era Quinta-feira - Um retorno à obra-prima de Chesterton <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Calibri;">Por Martin Gardner</span></div>
<div style="text-align: right;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: Calibri;">Tradução
do artigo: <a href="http://www.booksandculture.com/articles/2000/novdec/" target="_blank">The Man Who Was Thursday-Revisiting Chesterton's masterpiece</a>.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Calibri;">Tradução de Mateus Leme<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O Homem que era
Quinta-feira, uma obra-prima de G. K. Chesterton, desenvolve-se ao redor de
dois dos mais profundos de todos os mistérios teológicos: a liberdade da
vontade e a existência de um mal compacto e irracional. Os dois mistérios são
intimamente relacionados.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Na fantasia cômica de
Chesterton, à qual ele intitula “Um Pesadelo”, o livre arbítrio é simbolizado
pelo anarquismo. A liberdade do homem de fazer coisas perversas, como disseram
Agostinho e tantos outros teólogos de todos os credos, é o preço que pagamos
pela liberdade. Se nossas ações fossem inteiramente determinadas pela forma
como a hereditariedade e o ambiente influem em nosso cérebro, seríamos meros
autômatos com genuíno livre arbítrio ou autoconsciência – dois nomes para a
mesma coisa – não maiores do que um aspirador de pó. Porém não somos autômatos.
Temos um conhecimento do bem e do mal, e uma liberdade de escolha, dentro de
limites, é claro, entre ambos. De alguma forma, nossas escolhas não são
totalmente determinadas, e, mesmo assim, de alguma forma também não são ao
acaso, como se fossem feitas jogando minúsculos dados dentro de nossas cabeças.
Este é o obscuro e impenetrável paradoxo da vontade e da consciência. “Entendi
tudo”, grita Gabriel Syme no último capítulo do livro. “Por que cada coisa na
terra faz guerra contra todas as outras? ... Para que cada coisa que obedece à
lei possa ter a glória e o isolamento do anarquista”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O movimento
anarquista da época de Chesterton, com seus fanáticos atiradores de bombas,
felizmente desvaneceu-se, mas anarquistas individuais permanecem entre nós. Um
Timothy McVeigh explode um prédio federal porque odeia o governo federal. Um
Ted Kaczynski explode estranhos porque odeia a tecnologia moderna. Extremistas
islâmicos explodem prédios e aviões porque odeiam Israel e os Estados Unidos.
Católicos e protestantes irlandeses explodem bombas porque se odeiam uns aos
outros. Estes são alguns dos horrores com que pagamos pelo misterioso dom do
livre arbítrio.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Henry James, o pai de
William, disse-o eloquentemente em uma carta citada por Ralph Barton Perry no
primeiro volume de seu Pensamento e Caráter de William James (1935, p. 158):<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Pense em uma existência espiritual tão
lânguida, tão descorada, tão miseravelmente melancólica e sem vida como esta;
uma existência presidida por uma deidade sentimental, uma deidade de coração
tão estreito, mente tão fraca e tão amolecida que fosse incapaz de criar homens
semelhantes a deuses, com mãos e pés para fazer seu próprio trabalho e seguir
seus próprios caminhos, e se contentasse, portanto, em criar animais
espirituais sem outras funções que as de deglutição, digestão, assimilação...
Estas criaturas não teriam uma vida. No máximo, elas mal existiriam. Vida significa
individualidade ou caráter; e a individualidade e o caráter nunca podem ser
conferidos, nunca podem ser comunicados por uma pessoa a outra, mas devem ser
interiormente forjados pela diligente e dolorosa subjugação do mal para entrar
na esfera da atividade individual. Se Deus fizesse meramente sacos espirituais
aos quais pudesse encher com seu próprio sopro por toda a eternidade, então é
claro que o mal poderia ser deixado fora da experiência da criatura. Porém ele
detesta sacos, e ama apenas os homens, feitos à sua imagem em coração, cabeça e
mãos.”<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">As 168 pessoas
assassinadas pela bomba de fertilizante de McVeigh foram mortas de forma tão
irracional quanto se um terremoto tivesse demolido o edifício. E isso nos leva
ao outro profundo mistério do pesadelo de Chesterton, o mistério do mal
natural. É claro, isso não é mistério para um ateu. É apenas o modo como o
mundo é. Mas, para o crente de qualquer fé, é o mais aterrorizante dos enigmas.
Como pode um Deus todo-poderoso e benevolente permitir tanta dor desnecessária?
Como Gogol pergunta a Domingo, como uma criança pequena questionando sua mãe,
“eu queria saber por que sofri tanto”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A realidade de
quantidades tão vastas de sofrimento dá aos ateus seu argumento mais poderoso.
Terremotos, inevitáveis por causa de forças nas camadas sob a superfície da
terra, podem ceifar as vidas de milhares. Crianças pequenas morrem de câncer.
Milhões podem ser mortos por epidemias como a Peste Negra do século XIV.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A única forma
possível pela qual um crente pode escapar ao ataque do ateu – Deus é malévolo
ou não há Deus – é ver a Natureza como as costas da realidade. Para além do que
Lord Dunsany gostava de chamar “os campos que conhecemos”, há um reino oculto,
maior e completamente diferente. A lógica não consegue provar sua existência, e
a ciência é impotente em seus esforços por penetrá-lo, mas por um salto da fé
podemos escapar ao desespero esperando por uma vida além-túmulo onde Deus irá,
de alguma maneira completamente além de nosso entendimento, retificar as loucas
injustiças dos campos que conhecemos. Esta é a grande esperança que brilha no
coração do teísmo e no centro do melodrama de Chesterton.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Muitos leitores ao
longo das décadas tiveram dificuldade em entender quem é Domingo. No primeiro
capítulo de Este Lado do Paraíso, de F. Scott Fitzgerald, diz-se do
protagonista que apreciara O Homem que era Quinta-feira, mas sem o entender. Um
revisor anônimo no Aberdeen Free Press (12 de Março de 1908) terminou sua
crítica dizendo que havia se divertido com a “brilhante prosa” de G. K., mas
que largou o livro “sem a menor ideia” do que se tratava.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Quem, então, é
Domingo? O próprio Chesterton deixou bastante claro, não apenas em sua novela
mas também em comentários espalhados a respeito dela. Domingo é simplesmente a
Natureza, ou o Universo quando visto como distinto do Criador. O Deus do
Judaísmo, Cristianismo e Islã tem dois aspectos que os teólogos gostam de chamar
transcendência e imanência. Deus está totalmente além do universo e de nossa
compreensão, mas ao mesmo tempo mais perto de nós do que a respiração, como diz
a Bíblia, ou, nas palavras do Alcorão, mais próximo do que a principal artéria
em nosso pescoço. Domingo é a imanência de Deus. Ele é a Natureza, o Universo,
com suas inalteráveis leis dadas e mantidas por Deus e que parecem tão
obviamente indiferentes ao nosso bem-estar.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Domingo, como a
Natureza, tem um lado da frente e um lado de trás. Por trás, lembra o que
Chesterton, em A Utilidade da Diversidade (Cap 9), chama de “um monstro
semi-sobrenatural”. Pela frente, parece um anjo. A Natureza nos prodigaliza mil
dons que nos tornam felizes e agradecidos por estarmos vivos, porém a mesma Natureza
pode destruir cidades inteiras com terremotos aparentemente aleatórios. Pode
afogar-nos com enchentes, matar-nos com tornados e doenças. No final, ela nos
executará.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Tanto ateus como
crentes devem encarar o fato de que a Natureza não liga a mínima para se você
ou eu vivemos ou morremos, ou mesmo se a raça humana sobreviverá. Não há
nenhuma garantia de que algum dia um cometa gigante ou asteroide não atingirá a
Terra e obliterará toda a vida. Podemos destruir-nos com uma guerra nuclear.
Não há garantias de que o homem não acabará desaparecendo como os dinossauros.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Através do pesadelo
de Chesterton há numerosos indícios de que Domingo é a Natureza pagã. Ele é
monstruosamente enorme e informe. Quando se levanta, parece encher o céu. Seu
aposento e roupas são limpos, mas ele é distraído e, às vezes, seus grandes
olhos subitamente tornam-se cegos. Teria G. K. feito seus olhos azuis porque
esta é a cor do céu? O cabelo branco de Domingo sugere sua idade avançada.
É-nos dito que nunca dorme. Como a onipresença de Deus, pode estar em seis
lugares ao mesmo tempo. É capaz de esmagar uma pessoa “como uma mosca”.
Parece-se com um humano, mas na verdade “não é um homem”. Como Pan, ele é meio
humano, meio animal.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Não somos muita coisa”, diz Ratcliffe, “no
universo de Domingo”. Aqueles que entram em contato com Domingo temem-no da
mesma forma que temem o “dedo de Deus”. Quem pode contemplar o universo –
bilhões de estrelas flamejantes em cada galáxia e bilhões de galáxias – sem
ficar profundamente perturbado por um sentimento de admiração combinado com um
completo terror? Esta é uma amostra de como os seis homens, Segunda-feira a
Sábado, reagem a Domingo. Ele desperta-lhes aquela estranha mistura de
reverência e medo que Rudolf Otto, em A ideia do Sagrado, chama de mysterium
tremendum.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Chesterton gostava de
imaginar que Deus tem senso de humor. Domingo é descrito como uma “Coisa” capaz
de sacudir com gargalhadas, “como uma viva e odiosa gelatina”. A Natureza tem
seu lado selvagemente cômico. Aprecia pregar “travessuras amáveis” “tão grandes
e sutis” que nunca poderíamos imaginá-las até as vermos – travessuras como o
pelicano, o búcero, o elefante.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Einstein disse uma
vez, em uma observação frequentemente citada, que Deus (pelo qual queria dizer
a Natureza, ou o “Deus” de Spinoza) é sutil, porém não malicioso. Em geral não
se sabe que mais tarde em sua vida, após o desenvolvimento da mecânica
quântica, Einstein admitiu em uma carta que talvez estivesse enganado. Deus
pode ser malicioso, afinal de contas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Einstein não estava
pensando em ações tão maliciosas como terremotos e pestes – o Deus de Spinoza é
indiferente a tais coisas – mas nos muitos paradoxos sutis da teoria quântica.
Considere o notório “paradoxo EPR”, nome derivado das iniciais de Einstein e
dos dois colegas que o descobriram em primeiro lugar. Um par de partículas é
produzido por um evento que as lança em direções opostas. Sua formação requer
que tenham spins opostos. Na teoria quântica, os spins não têm direção até que
sejam medidos. Porém, não importa quão longe vão as partículas, talvez a
anos-luz uma da outra, permanecem “amarradas” de tal forma que, quando o spin
de uma é medido, a função de onda do sistema de duas partículas sofre um assim
chamado “colapso”, e a outra partícula instantaneamente adquire um spin oposto
àquele da partícula medida.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Einstein chamava-o
“fantasmagórica ação à distância”. O paradoxo não se resolve dizendo-se que as
partículas são sempre parte do mesmo sistema quântico, com uma única função de
onda que colapsa quando uma partícula é medida. O mistério é como as partículas
conseguem permanecer ligadas, ou “correlatas”, quando a teoria da relatividade
torna impossível que a informação viaje mais rápido do que a luz. Para
Einstein, em seus últimos anos, o paradoxo EPR era uma das maliciosas
travessuras do “Velho Senhor”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A Natureza pulula com
mil outros trotes bem-humorados que permanecem inexplicáveis. Quando os
cientistas fazem perguntas sobre eles, com frequência recebem respostas que
parecem absurdas. Neste momento, os astrônomos estão desconcertados por
evidências que parecem indicar que o universo é mais jovem do que algumas de
suas estrelas. No Livro de Jó no Velho Testamento, ao qual Chesterton era
especialmente afeiçoado, Jó faz tudo o que pode para forçar a Deus a explicar
por que ele, Jó, um homem bom, tivera de sofrer tais agonias. Deus responde às
questões de Jó lançando-lhe outras perguntas. Quem você pensa que é, diz Deus,
para questionar a sabedoria e intenções de seu criador? Onde estava você quando
Eu fiz o universo? “A Ilíada só é grande”, escreveu G. K. em um ensaio sobre o
absurdo (The Defendant, 1907), “porque toda vida é uma batalha, a Odisseia
porque toda vida é uma jornada, o Livro de Jó porque toda vida é um
enigma".<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Em 1907, o ano
anterior à publicação de Quinta-feira, Chesterton escreveu uma introdução ao
Livro de Jó (publicado em "GK como MC", 1929). Garry Wills, em sua
introdução a O Homem que era Quinta-feira (Sheed & Ward, 1975), considera-o
“seu ensaio mais importante, escrito sobre o livro que mais profundamente o
influenciou em toda a sua vida”. Este ensaio, escreve Wills, “poderia quase ser
usado como um comentário à novela”:<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O “Conselho” e o
“Acusador” são, na última cena, referências diretas ao Livro de Jó. A
perseguição final através de cenas monstruosas, repletas de incríveis bestas
trovejantes, é um vislumbre daquele mundo animal que Javé recordou a Jó. Syme é
respondido pelo elefante, como Jó por Behemoth. Esses ecos multiplicam-se no
capítulo final, quando os Filhos de Deus gritam de alegria na estranha dança
que o Conselho presencia. Os paralelos são finalmente estabelecidos pela
citação de Bull: “Houve um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se
diante do Senhor, e Satanás veio também entre eles”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">As respostas evasivas
e irrelevantes de Deus a Jó são parodiadas pelas absurdas mensagens que Domingo
atira a seus perseguidores enquanto é perseguido através de Londres. A Natureza
está perenemente confrontando os cientistas com fenômenos que não conseguem
penetrar. Ninguém pode apanhar Domingo. Ninguém pode descobrir as razões
últimas de por que o universo existe ou por que é estruturado da forma como é.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“O que sou eu?” urra Domingo no capítulo 13.
(Note: diz “o que” e não “quem”). Ele continua e acrescenta que a ciência nunca
descobrirá tudo. “Vocês entenderão o mar, e eu continuarei a ser um enigma;
saberão o que são as estrelas, e não o que eu sou. Desde o princípio do mundo
todos os homens me caçaram... Mas nunca me apanharam, e os céus ruirão quando
isso acontecer”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Esta é a mesma voz
que falou a Jó de dentro do redemoinho. Há verdades sobre a existência que
estão tão além de nossos débeis cérebros quanto<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>nosso conhecimento do mundo está além da mente de um tordo. Hoje Domingo
poderia ter gritado: “Vocês podem aprender que a matéria é feita de partículas
que por sua vez são feitas de supercordas, mas isso não lhes dirá por que
existem as supercordas. Se algum dia conseguirem reduzir a física a uma única
equação, ou uma pequena quantidade de equações, ainda assim não saberão a razão
delas. Vocês nunca serão capazes de explicar por que existe algo diferente do
nada, ou por que, como colocou recentemente Stephen Hawking, o Universo se
‘incomoda em existir’”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Ouçam-me”, brada Syme no capítulo 14 “Posso
contar-lhes o segredo do mundo?” Seu discurso encerra em si de uma maneira
maravilhosa o coração do pesadelo de G. K. e também o coração de Platão. “É que
apenas conhecemos as costas do mundo. Vemos tudo por trás, e parece brutal.
Aquela não é uma árvore, mas as costas de uma árvore. Aquela não é uma nuvem,
mas as costas de uma nuvem. Não veem que todas as coisas estão de costas e
escondendo o rosto?”<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A Natureza tem dois
lados, frente e costas, e toda a Natureza são as costas de Deus. Na famosa
analogia de Platão, vemos apenas sombras na parede da caverna do mundo. No
infinito reino de tudo que existe, além dos campos que conhecemos, está nossa
única esperança de escapar do desespero final e da morte. No fim do pesadelo de
Chesterton, quando Domingo começa a misturar-se com Deus, pode chamar a si
mesmo de Sabbath, o dia em que Deus repousa, a paz final de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Em Êxodo 33,20-23,
Deus diz a Moisés:<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Não poderás ver a
minha face, pois o homem não me poderia ver e continuar a viver. E o Senhor
disse, Eis um lugar perto de mim; tu estarás sobre a rocha. Quando a minha
glória passar, te porei na fenda da rocha e te cobrirei com a mão, até que eu
tenha passado. Retirarei depois a mão, e me verás por detrás. Quanto à minha
face, ela não pode ser vista.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Sabemos que
Chesterton conhecia estes versículos. Em sua introdução a O Homem que era
Quinta-feira, Wills chama atenção<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>para
uma passagem no livro de G. K. sobre G. F. Watts (1904), em que fala do
interesse incomum de Watts em pintar figuras humanas de costas. Eis o que
escreve Chesterton nas páginas 62-63:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Antes que deixemos
esta segunda parte sobre o temperamento de Watts, enquanto expresso em suas
linhas, devemos mencionar aquilo que é, sem dúvida, o mais interessante e
supremamente pessoal de todos os elementos nos esboços e desenhos do pintor.
Trata-se, é claro, de sua magnífica descoberta do efeito artístico das costas
humanas. As costas são a coisa mais impressionante e misteriosa do universo: é
impossível falar sobre elas. É a parte do homem sobre a qual este não sabe
nada; como uma província longínqua esquecida por um imperador. É uma frase
comum que qualquer coisa pode acontecer por trás de nossas costas;
transcendentalmente considerada, há aí uma estranha verdade. O Éden pode ser
atrás de nossas costas, ou o País das Fadas. Porém, este mistério das costas
humanas tem também seu outro lado na estranha impressão produzida nos que estão
atrás: caminhar atrás de qualquer pessoa em uma fila é algo que, falando
corretamente, toca o que há de mais profundo no senso de reverência. Watts
percebeu-o como ninguém antes nas artes ou letras em toda a história do mundo:
isto o fez grande. Há uma possível exceção a seu monopólio desta magnífica
mania. Dois mil anos antes, nas obscuras escrituras de um povo nômade, foi dito
que seu profeta viu o imenso Criador de todas as coisas, mas apenas de costas.
Não sei se mesmo Watts ousaria pintá-lo. Mas parece uma de suas pinturas, como
se fosse a mais formidável de suas pinturas, que ele manteve oculta.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">“Domingo”, acrescenta Wills, “é a tentativa de
Chesterton de pintar aquele quadro”. Syme coloca-o dessa maneira:<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Uma vez, e outra, e sempre”, continuou Syme,
como alguém falando sozinho, “este foi para mim o mistério de Domingo, e é
também o mistério do mundo. Quando vejo suas costas horríveis, tenho certeza de
que o rosto nobre é apenas uma máscara. Quando vejo o rosto, mesmo que por um
instante, sei que as costas são apenas uma piada. O mal é tão mau que não
podemos senão pensar que o bem seja um acidente; o bem é tão bom que temos
certeza de que o mal poderia ser explicado”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Se Chesterton tivesse
terminado sua fantasia com as declarações incontidas de Syme sobre a Natureza
como as costas de Deus, seu livro não teria sido mais do que uma apologia para
o teísmo filosófico, sem ligação com qualquer credo religioso. Mas não termina.
O livro encerra-se com uma sequência de sonho, um sonho dentro de outro,
envolvendo um grande baile a fantasia em que os seis policiais vestem-se de
forma a lembrar os seis primeiros dias do Gênesis. Gregory, o autêntico
anarquista do livro, torna-se um símbolo de Satanás, o destruidor supremo.
Depois que ele e Syme cruzam espadas verbais, este nega a acusação de Gregory
de que a humanidade não sofreu. Voltando-se para Domingo, cuja face exibe um
estranho sorriso, ele pergunta, “Você já sofreu?”<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A face de Domingo
expande-se até encher o céu. Tudo escurece. A Natureza, costas de Deus, esmaece
e some. A face transcendente de Deus não pode mais ser vista. Apenas sua voz
pode ser ouvida quando pergunta, “Podeis beber do cálice de que eu bebo?"
É a única passagem do livro tirada do Novo Testamento. O pesadelo de Chesterton
termina com uma referência à Encarnação - Deus tomando uma forma humana para
experimentar a dor humana e preparar a nossa vida eterna. Isto é o que Syme
chama a "boa nova impossível", o evangelho que torna "todas as
outras coisas trivialidades, mas trivialidades adoráveis".<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O que Chesterton quer
dizer é isto: se alguém consegue dar o misterioso salto da fé, escapa pela
única forma possível do que Miguel de Unamuno denominava o "sentido
trágico da vida". O dorso perverso da Natureza desaparece à luz da paz de
Deus. Objetos comuns como postes, macieiras, moinhos de vento, balões, navios,
búceros, elefantes, a lua — uma das coleções de ensaios de Chesterton intitula-se
Tremendas Trivialidades — adquirem uma espécie de encanto que nunca tiveram.
"Por todo o cosmos", escreveu Chesterton em Hereges (1905), "há
uma tensa e secreta festividade — como os preparativos para o Guy Fawkes Day. A
eternidade é a véspera de algo". Os objetos já não são coisas que estarão
para sempre perdidas para nossa experiência. Tudo é visto com um novo
sentimento de admiração e gratidão. Passariam muitos anos até que Chesterton
pudesse acreditar que a Boa Nova era encarnada e preservada pela Igreja
Católica Romana. Ele foi recebido na Igreja em 1922. Sua esposa o acompanhou
quatro anos depois.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-10444495448651777442012-12-26T03:44:00.002-08:002012-12-26T03:48:53.761-08:00Novo site<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi46it69vHv3fCowj3cv4jswtk39OuqQ0fu8FzMd7P103TFsd7E7tk17sh6N_fZ6UPiYLYH8whX6lPtEx2kj7sN4XqIMmN3JVYTfqY0L1BLQ_3XEWp4vmfpmThvDKfVXt_oA8QZnlmqwG4/s1600/Banner+Sociedade+Chesterton+Brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi46it69vHv3fCowj3cv4jswtk39OuqQ0fu8FzMd7P103TFsd7E7tk17sh6N_fZ6UPiYLYH8whX6lPtEx2kj7sN4XqIMmN3JVYTfqY0L1BLQ_3XEWp4vmfpmThvDKfVXt_oA8QZnlmqwG4/s640/Banner+Sociedade+Chesterton+Brasil.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Confira nosso novo site: <a href="http://www.sociedadechestertonbrasil.org/">www.sociedadechestertonbrasil.org</a> </div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-71660115973161993672012-11-13T01:40:00.001-08:002013-09-15T06:46:39.359-07:00Lepanto<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: x-small;">Por G.K.Chesterton</span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Tradução de <span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Anália Carmo e <span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">António Campos<o:p></o:p></span></span> </span></span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"></span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Coimbra, 20 de Outubro de 2012 - </span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Portugal</span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"></span></span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><strong><span style="font-size: large;">Lepanto<o:p></o:p></span></strong></span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<table border="0" cellpadding="0" class="MsoNormalTable" style="mso-cellspacing: 1.5pt; mso-table-layout-alt: fixed; mso-yfti-tbllook: 1184; width: 660px;"><tbody>
<tr style="mso-yfti-firstrow: yes; mso-yfti-irow: 0;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Frontes
brancas que vieram das Cortes do sol,<br />
E o Sultão de Constantinopla ri-se enquanto elas correm;<br />
Gargalhadas brotam como fontes</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">nessa
face que todos temem,<br />
A negrura da sua barba,</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">até a
escuridão da floresta assusta;<br />
O crescente dos seus lábios,</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">até
encurva mais o crescente sangrento,<br />
Porque o mais profundo dos mares do mundo se agita com seus navios.<br />
Desafiaram as repúblicas brancas pelos cabos da Itália,<br />
Tracejaram o Adriático à volta do Leão do Mar<span style="font-size: small;"><sup>1</sup>,</span></span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E o Papa
estendeu os seus braços</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">para o
exterior em agonia e perda,<br />
E apelou aos reis da Cristandade</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">para
armas pela Cruz.<br />
A face gélida da rainha de Inglaterra</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">contempla
indiferente</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>2</sup>;<br />
A sombra dos Valois boceja na Missa<sup>3</sup>;<br />
Das ilhas do Ocidente ressoam os canhões de Espanha,<br />
E o Senhor do Corno do Ouro<sup>4</sup> ri-se em pleno sol.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">White founts falling in the
Courts of the sun, <br />
And the Soldan of Byzantium is smiling as they run; <br />
There is laughter like the fountains in that face of all men feared, <br />
It stirs the forest darkness, the darkness of his beard; <br />
It curls the blood-red crescent, the crescent of his lips; <br />
For the inmost sea of all the earth is shaken with his ships. <br />
They have dared the white republics up the capes of Italy, <br />
They have dashed the Adriatic round the Lion of the Sea, <br />
And the Pope has cast his arms abroad for agony and loss, <br />
And called the kings of Christendom for swords about the Cross. <br />
The cold queen of England is looking in the glass; <br />
The shadow of the Valois is yawning at the Mass; <br />
From evening isles fantastical rings faint the Spanish gun, <br />
And the Lord upon the Golden Horn is laughing in the sun.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 1;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">***<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vago
rufar de tambores, amortecido pelas montanhas,<br />
Respondeu apenas um príncipe não coroado<span style="font-size: small;"><sup>5</sup></span></span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">de um
trono sem nome,<br />
E abandonou o seu pequeno assento e a sua meia tenda,<br />
O último cavaleiro da Europa toma armas,<br />
O último persistente trovador</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">a quem o
pássaro cantou,<br />
O que outrora cantava para o Sul</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">quando o
mundo ainda era menino</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>6</sup>.<br />
E, no vasto silêncio, diminuto e destemido,<br />
Sobe pela vereda sinuosa</span></span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">o ruído
da Cruzada.<br />
Gemem os fortes gongs</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e o
ribombar dos canhões,<br />
D. João de Áustria está em guerra,<br />
Bandeiras rijas e tesas</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">pelo ar
gélido da noite<br />
Num melancólico negro-púrpura,</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">num
dourado cintilante,<br />
O carmesim das tochas nos tambores de cobre,<br />
Depois os clarinetes, as trombetas, os canhões, </span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E ei-lo que
chega.<br />
D. João sorri com a sua valente barba ondulada,</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Desdenhando
nos seus estribos, de todos os tronos do mundo,<br />
E ergue a sua cabeça como bandeira</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">de todos
os espíritos livres.<br />
Luz de amor para Espanha--hurra!<br />
Luz de morte para África!<br />
D. João de Áustria<br />
Cavalga para o mar.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Dim drums throbbing, in the
hills half heard, <br />
Where only on a nameless throne a crownless prince has stirred, <br />
Where, risen from a doubtful seat and half attainted stall, <br />
The last knight of Europe takes weapons from the wall, <br />
The last and lingering troubadour to whom the bird has sung, <br />
That once went singing southward when all the world was young. <br />
In that enormous silence, tiny and unafraid, <br />
Comes up along a winding road the noise of the Crusade. <br />
Strong gongs groaning as the guns boom far, <br />
Don John of Austria is going to the war, <br />
Stiff flags straining in the night-blasts cold <br />
In the gloom black-purple, in the glint old-gold, <br />
Torchlight crimson on the copper kettle-drums, <br />
Then the tuckets, then the trumpets, then the cannon, and he comes. <br />
Don John laughing in the brave beard curled, <br />
Spurning of his stirrups like the thrones of all the world, <br />
Holding his head up for a flag of all the free. <br />
Love-light of Spain--hurrah! <br />
Death-light of Africa! <br />
Don John of Austria <br />
Is riding to the sea.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 2;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Maomé</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>7</sup>
no seu paraíso acima da estrela da tarde,<br />
(D. João de Áustria vai para</span></span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">a
guerra.)<br />
Ele move um poderoso turbante no regaço de uma huri imortal</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>8</sup>,<br />
O seu turbante que é tecido</span></span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">pelos poentes
e pelos mares.</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Estremecem
os jardins de pavões reais</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">quando
ele sai do seu repouso,<br />
E avança acima da orla das árvores</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">é mais
alto do que elas;<br />
A sua voz por todo o jardim ecoa</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">é um
trovão que chama </span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Azrael
das trevas<br />
e Ariel e Ammon</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>9</sup> pelo flanco.<br />
Génios e Gigantes,<br />
Múltiplos, de asas e de olhos,<br />
Cuja forte obediência o céu cindiu<br />
Quando Salomão era rei<sup>10</sup>.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">***<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mahound is in his paradise
above the evening star, <br />
(Don John of Austria is going to the war.) <br />
He moves a mighty turban on the timeless houri´s knees, <br />
His turban that is woven of the sunsets and the seas. <br />
He shakes the peacock gardens as he rises from his ease, <br />
And he strides among the tree-tops and is taller than the trees; <br />
And his voice through all the garden is a thunder sent to bring <br />
Black Azrael and Ariel and Ammon on the wing. <br />
Giants and the Genii, <br />
Multiplex of wing and eye, <br />
Whose strong obedience broke the sky <br />
When Solomon was king.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 3;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Correm em
vermelho e púrpura</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Das
nuvens avermelhadas da aurora <br />
Dos templos onde os deuses amarelos</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>11</sup> cerram os seus olhos com
desdém;<br />
Erguem-se em vestes verdes<sup>12</sup></span></span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Rugindo
dos infernos verdes do mar <br />
Onde anjos caídos, essências malditas</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e seres
sem olhos estão;<br />
Sobre eles, agregam-se conchas e dobram-se</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">os
bosques cinzentos do mar,<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">They rush in red and purple
from the red clouds of the morn, <br />
From the temples where the yellow gods shut up their eyes in scorn; <br />
They rise in green robes roaring from the green hells of the sea <br />
Where fallen skies and evil hues and eyeless creatures be, <br />
On them the sea-valves cluster and the grey sea-forests curl,<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 4;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Salpicados
de uma doença esplêndida, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">a doença
das pérolas, da avareza</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>13</sup>;<br />
Surgem em fumos de safira </span></span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">vindos
das frestas do chão,-</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Agrupam-se
e encantam-se</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E rendem
culto a Maomé.<br />
E ele diz: </span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">“Despedaçai
os montes onde o povo-eremita encontra refúgio,<br />
E peneirem as areias brancas e vermelhas </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">para que
não fique </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">um só
osso de santo esquecido.<br />
E caçai os Infiéis voando </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">dia e
noite, sem descanso</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>14</sup></span></span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
Pois a nossa antiga ameaça </span></span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">volta de
novo, do Ocidente.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Splashed with a splendid
sickness, the sickness of the pearl; <br />
They swell in sapphire smoke out of the blue cracks of the ground,-- <br />
They gather and they wonder and give worship to Mahound. <br />
And he saith, "Break up the mountains where the hermit-folk can hide, <br />
And sift the red and silver sands lest bone of saint abide, <br />
And chase the Giaours flying night and day, not giving rest, <br />
For that which was our trouble comes again out of the west.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 5;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">“Colocamos
o selo de Salomão</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Em todas
as coisas debaixo do sol,<br />
Da sabedoria, do lamento e da persistência </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">do
consumado.<br />
Mas um ruído nas montanhas,</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">nas
montanhas, e eu sei,<br />
A voz que estremeceu os nossos palácios </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">há
quatrocentos anos:<br />
É aquele que diz não ao Destino;</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">É o que
diz não à Sorte</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>15</sup>;<br />
Ele é Ricardo, é Raimundo, é Godofredo </span></span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">que está
à porta!<br />
É aquele que escarnece da perda </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">quando
avalia o risco;<br />
Calquem-no aos pés, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">para que
tenhamos paz na terra.” <br />
Porque ele ouve </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">o rufar
de tambores e o sacudir das armas,<br />
(D. João de Áustria está em guerra.)<br />
Rápido e frio –hurra! <br />
Um relâmpago da Ibéria<br />
D. João de Áustria<br />
Sai por Alcalá.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">We have set the seal of
Solomon on all things under sun, <br />
Of knowledge and of sorrow and endurance of things done. <br />
But a noise is in the mountains, in the mountains, and I know <br />
The voice that shook our palaces--four hundred years ago: <br />
It is he that saith not ´Kismet´; it is he that knows not Fate; <br />
It is Richard, it is Raymond, it is Godfrey at the gate! <br />
It is he whose loss is laughter when he counts the wager worth, <br />
Put down your feet upon him, that our peace be on the earth." <br />
For he heard drums groaning and he heard guns jar, <br />
(Don John of Austria is going to the war.) <br />
Sudden and still--hurrah! <br />
Bolt from Iberia! <br />
Don John of Austria <br />
Is gone by Alcalar.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 6;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></span>
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">São Miguel
na sua Montanha<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Das rotas
marítimas do norte</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>16</sup><br />
(D. João de Áustria, apetrechado, parte)<br />
Onde os mares cinza brilham<o:p></o:p></span></span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e as marés
alterosas mudam<br />
E os homens do mar trabalham </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e as
velas vermelhas enchem.<br />
Brande a sua lança de ferro </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e bate as
suas asas de pedra;<br />
O fragor atravessa toda a Normandia;<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">mas o
fragor veio só;<br />
O Norte está cheio de intrigas, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">de leis,
de olhos doridos,<br />
E morta está a inocência </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">da raiva
e da surpresa,</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E Cristão
mata Cristão<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Num
pequeno quarto mesquinho,<br />
E o Cristão receia Cristo</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Que tem
uma face que julga<br />
E o Cristão abomina Maria</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Beijada
por Deus na Galileia,<br />
Mas D. João de Áustria dirige-se para o mar.<br />
D. João que brada</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">entre
explosões e eclipses,<br />
O gemido da trombeta, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">a
trombeta<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>dos seus lábios,<br />
Trombeta que clama ¡ah!<br />
Domino Gloria!<br />
D. João de Áustria<br />
Exalta os seus navios. <o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-size: x-small;">***</span> <o:p></o:p></span>
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">St. Michaels on his Mountain
in the sea-roads of the north <br />
(Don John of Austria is girt and going forth.) <br />
Where the grey seas glitter and the sharp tides shift <br />
And the sea-folk labour and the red sails lift. <br />
He shakes his lance of iron and he claps his wings of stone; <br />
The noise is gone through Normandy; the noise is gone alone; <br />
The North is full of tangled things and texts and aching eyes, <br />
And dead is all the innocence of anger and surprise, <br />
And Christian killeth Christian in a narrow dusty room, <br />
And Christian dreadeth Christ that hath a newer face of doom, <br />
And Christian hateth Mary that God kissed in Galilee,-- <br />
But Don John of Austria is riding to the sea. <br />
Don John calling through the blast and the eclipse <br />
Crying with the trumpet, with the trumpet of his lips, <br />
Trumpet that sayeth ha! <br />
Domino gloria! <br />
Don John of Austria <br />
Is shouting to the ships.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 7;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O Rei
Filipe está no seu quarto </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">envolto
em sua manta</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>17</sup><br />
(D. João de Áustria está armado e </span></span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">de pé no
seu convés.)<br />
Paredes de veludo suspensas </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">negro e
macio como o pecado<br />
E pequenos gnomos vêm </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e pequenos
gnomos se vão.</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Segura um
pequeno frasco </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">que tem
cores como as da Lua,<br />
Toca-lhe e ele vibra</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e o Rei
logo treme, <br />
A sua face é como um fungo </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">de um
leproso branco e cinza<br />
Como plantas de uma casa onde não entra a luz do dia,<br />
E nesse frasco está a morte </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">o final
da nobre empresa.<br />
Mas D. João de Áustria dispara sobre o turco.<br />
D. João está na caça, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">os seus
</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">cães já uivam-<br />
O rumor do seu assalto percorre terras de Itália.<br />
Canhão sobre canhão, ¡ah, ah!<br />
Canhão sobre canhão, hurra!<br />
D. João de Áustria<br />
Soltou o bombardeio. <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">King Philip´s in his closet
with the Fleece about his neck <br />
(Don John of Austria is armed upon the deck.) <br />
The walls are hung with velvet that is black and soft as sin, <br />
And little dwarfs creep out of it and little dwarfs creep in. <br />
He holds a crystal phial that has colours like the moon, <br />
He touches, and it tingles, and he trembles very soon, <br />
And his face is as a fungus of a leprous white and grey <br />
Like plants in the high houses that are shuttered from the day, <br />
And death is in the phial and the end of noble work, <br />
But Don John of Austria has fired upon the Turk. <br />
Don John´s hunting, and his hounds have bayed-- <br />
Booms away past Italy the rumour of his raid. <br />
Gun upon gun, ha! ha! <br />
Gun upon gun, hurrah! <br />
Don John of Austria <br />
Has loosed the cannonade.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 8;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Na sua
capela estava o Papa </span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">antes do
momento da batalha.<br />
(D. João mal se vislumbra no meio do fumo.)</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>18</sup><br />
Aquele quarto remoto </span></span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">naquela
casa do Homem </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">onde Deus
sempre mora, <br />
Naquela discreta janela </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">em que o
mundo parece pequeno </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e muito
querido
Ele vê como num espelho</span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">o
monstruoso mar no crepúsculo <br />
Os navios cruéis do crescente </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">cujo nome
é mistério;<br />
Projetam grande sombra, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">ensombrando
o Castelo e a Cruz,<br />
Ocultam os leões alados </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">das
galeras de S. Marcos;</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E acima dos navios há palácios </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">de emires
morenos de barba negra,<br />
E abaixo dos navios há prisões, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">onde com
inenarrável dor, </span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
Gemem Cristãos doentes </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">privados
de sol,</span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">um povo
em forçado trabalho se queixa</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Como um
povo em cidades submersas, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">como uma
nação nas minas.</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
Estão perdidos como escravos que suam, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e nos
céus da manhã pendem<o:p></o:p></span></span></div>
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">As
escadarias de deuses altos </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">desta
nova a tirania</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup>19</sup>.<br style="mso-special-character: line-break;" />
<br style="mso-special-character: line-break;" />
<o:p></o:p></span></span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">The Pope was in his chapel
before day or battle broke, <br />
(Don John of Austria is hidden in the smoke.) <br />
The hidden room in man´s house where God sits all the year, <br />
The secret window whence the world looks small and very dear. <br />
He sees as in a mirror on the monstrous twilight sea <br />
The crescent of his cruel ships whose name is mystery; <br />
They fling great shadows foe-wards, making Cross and Castle dark, <br />
They veil the plumèd lions on the galleys of St. Mark; <br />
And above the ships are palaces of brown, black-bearded chiefs, <br />
And below the ships are prisons, where with multitudinous griefs, <br />
Christian captives sick and sunless, all a labouring race repines <br />
Like a race in sunken cities, like a nation in the mines. <br />
They are lost like slaves that sweat, and in the skies of morning hung <br />
The stair-ways of the tallest gods when tyranny was young.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 9;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">***<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">São
incontáveis, mudos, desesperados </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">como os
caídos ou como os que fogem<br />
Dos altos cavalos do Rei </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">nas
calçadas da Babilônia.<br />
E muitos enlouquecidos no seu quarto infernal<br />
Onde uma cara amarelada espia </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">pela
malha da sua cela,<br />
E de Deus se encontra esquecido, </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e já não
procura um sinal-<br />
(Mas D. João de Áustria rompeu as linhas inimigas!)<br />
D. João duramente os castiga </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">de uma
popa vestida de matança.<br />
Tinge de sangue o oceano </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">como o
sangrento navio pirata,<br />
O escarlate corre </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">sobre os
dourados e os prateados.<br />
Abrem-se as escotilhas e estouram os porões,<br />
Sugados para cima são </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">os que
vivem debaixo do mar</span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Brancos
de felicidade </span></span><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">cegos
pelo sol </span></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e aturdidos
pela liberdade<span style="font-size: small;"><sup>19</sup>. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">They are countless,
voiceless, hopeless as those fallen or fleeing on <br />
Before the high Kings´ horses in the granite of Babylon. <br />
And many a one grows witless in his quiet room in hell <br />
Where a yellow face looks inward through the lattice of his cell, <br />
And he finds his God forgotten, and he seeks no more a sign-- <br />
(But Don John of Austria has burst the battle-line!) <br />
Don John pounding from the slaughter-painted poop, <br />
Purpling all the ocean like a bloody pirate´s sloop, <br />
Scarlet running over on the silvers and the golds, <br />
Breaking of the hatches up and bursting of the holds, <br />
Thronging of the thousands up that labour under sea <br />
White for bliss and blind for sun and stunned for liberty.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 10;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Viva
Ibéria!<br />
Domino Gloria!<br />
D. João de Áustria<br />
libertou o seu povo! <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">***<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vivat Hispania! <br />
Domino Gloria! <br />
Don John of Austria <br />
Has set his people free!<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 11; mso-yfti-lastrow: yes;"><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 248.1pt;" valign="top" width="331"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Cervantes na sua galera </span></span><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">embainha a espada<br />
(D. João de Áustria regressa com uma grinalda.)<br />
E vê sobre uma terra monótona </span></span><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">um caminho remoto em Espanha,<br />
No qual um cavaleiro esguio e tolo </span></span><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">para sempre marcha em vão,<span style="font-size: small;"><sup>20</sup> </span></span></span><br />
<span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E ele sorri, </span></span><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">mas não com o escárnio dos Sultões, </span></span><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">e embainha a espada...<br />
(Mas D. João de Áustria regressa </span></span><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">da Cruzada.)<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
</div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
<span style="color: #999999;">____________________________</span></span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">1 </span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">O<sup> </sup>Leão
alado é o símbolo da República de Veneza<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">2</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Elisabeth
I filha de Henrique VIII e de Ana Bolena era protestante. Com o seu ministro
Walsingham mandou executar 3,5 milhões de irlandeses católicos<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">3</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">A França,
apesar de ter uma costa mediterrânica também não enviou forças para suster o
avanço turco sobre Roma<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">4</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Corno de
Ouro é outro nome da Turquia<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">5</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">D.João de
Áustria era filho ilegítimo de Carlos V, Imperador do Sacro Império
Romano-Germânico, o maior império que alguma vez existiu em solo continental europeu<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">6</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">A
civilização teve início a Sul, no mediterrâneo e médio-oriente<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">7 </span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Mahound,
Mafoma em português, é a designação de Maomé como uma divindade que se deve
adorar, fundador de uma falsa religião. O Islamismo é um pós-cristianismo,
sem o qual jamais existiria, pelo menos na sua fórmula atual. O Islão partilha
com a heresia ariana os princípios fundamentais:<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Deus não
pôde criar o mundo diretamente, sem medianeiro, quer porque Deus não poderia
operar diretamente sobre criaturas tão imperfeitas, tão inferiores, quer
porque as próprias criaturas não poderiam resistir vitalmente à ação divina
(influência panteísta e gnóstica). O medianeiro necessário foi Maomé, o
Logus, o Verbo ou a Sabedoria, criatura de uma ordem superior, mais antiga,
mais perfeita de todas e feita antes do tempo. Assim, o arianismo, tal como o
islamismo, destruíam a natureza divina de Jesus Cristo, embora Lhe
concedessem uma posição mais elevada entre as criaturas. Isto destrói a obra
da Redenção, do perdão dos pecados, da ressurreição, os fundamentos mais
caros do catolicismo. Por outro lado, essa criatura intermédia, Mafoma,
criada antes das outras criaturas, de tal modo que Deus falou para a
humanidade por ele pela última vez, ocupa um lugar acima das outras
criaturas. O Islão partilha também a conceção unitarista de Deus, o que nega
a Cristo como Homem e Deus.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os Templários também adorariam Baphomet, uma
variante de Mahommet.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">8</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Houri é a
designação de uma virgem do Paraíso para os muçulmanos, ou de um ser
celestial perfeito que faz par com as almas dos mortos.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">9</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Demónios
bíblicos.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">10</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">O Demónio,
uma criatura de Deus, arrastou consigo na sua queda 1/3 dos anjos, pois
preferiu a sua auto-suficiência, o seu orgulho, a ter que servir a Deus. É
uma verdade cristã, mas também já expressa no Velho Testamento.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">11</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Na
mitologia egípcia o amarelo representa Ra, o deus-sol.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">12</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">O verde é
uma cor que habitualmente representa o Corão.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">13</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">A
penetração de substâncias, partículas ou microrganismos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>entre a concha e o manto de algumas
espécies de ostras leva à secreção pelo manto de uma série de camadas de
nácar ou madrepérola-“a doença da ostra”.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">14</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Sura<sup> </sup>9
versículo 5:”Matai os idólatras onde os encontrardes! Apanhai-os!
Preparai-lhes toda a espécie de emboscadas!”- Al Corão<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sura 9
versículo 29:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"Combatei
os que não crêem em Deus nem no Último Dia, nem proíbem o que Deus e o Seu
Enviado proíbem, os que não praticam a religião da verdade entre aqueles a
quem foi dado Livro! Combatei-os até que paguem o tributo por sua própria mão
e sejam humilhados"<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sura 8
versículo 65:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"Ó
Profeta! Incita os crentes ao combate!"<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sura 9
versículo 14:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"Combatei-os!
Deus atormentá-los-à pelas vossas mãos, humilhá-los-à e auxiliar-vos-à contra
eles!"<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sura 2
versículo 217:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"Aquele
de vós que abjure a sua religião e morra é infiel, e para esses serão inúteis
as suas boas obras nesta vida (em comum com a Reforma) e na outra; esses
serão entregues ao fogo."<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sura 4
versículo 65:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"Submeter-se-ão
totalmente." Não existe submissão parcial. Quem não está em submissão
total não é um verdadeiro muçulmano e é lícito matá-lo.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sura 4
versículos 150 e 151:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"Os
que não crêem em Deus e no Seu Enviado desejam estabelecer uma distinção
entre Deus e o seu enviado...Desejam tomar um caminho intermédio. Esses são
verdadeiramente os infiéis."<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A
superioridade do Islão<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sura 3
versículo 19:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"A
religião para Deus é o Islão!"<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sura 5
versículo 51:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"Ó
vós que credes! Não tomeis a judeus e a cristãos por confidentes: uns são amigos
dos outros. Aquele de entre vós que os tome por confidentes será um
deles."<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sura 2
versículo 193:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"Matai-os
até que a perseguição não exista e esteja no seu lugar a religião e Deus. Se
eles se converterem não haverá mais hostilidade."<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">15</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">O livre
arbítrio é uma característica católica por excelência por oposição ao
determinismo semita e da Reforma, para quem as obras são irrelevantes desde
que se tenha “a fé certa”.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">16</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Alusão ao
Monte de Saint Michel na Normandia.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">17</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Filipe II
de Espanha, I de Portugal, era filho herdeiro de Carlos V.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">18</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Alusão à
visão em êxtase do Papa Pio V que viu o desenlace da batalha enquanto ela
decorria. A notícia chegaria apenas duas semanas depois.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">19</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Descrição
das galeras muçulmanas ou galiões, 1/3 maiores e mais altas que as galeras
católicas.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">No porão
estavam os prisioneiros cristãos, submetidos a trabalhos forçados para toda a
vida, remando compulsivamente nas galeras, sob o poder do chicote. Viviam
sempre no porão, sem jamais ver o sol.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">20</span></sup><span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Alusão ao
livro de Cervantes “Dom Quixote”<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; page-break-after: avoid;">
</div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td><td style="background-color: transparent; border: rgb(0, 0, 0); padding: 0.75pt; width: 242.35pt;" valign="top" width="323"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*** <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Cervantes on his galley sets the
sword back in the sheath <br />
(Don John of Austria rides homeward with a wreath.) <br />
And he sees across a weary land a straggling road in Spain, <br />
Up which a lean and foolish knight forever rides in vain, <br />
And he smiles, but not as Sultans smile, and settles back the blade.... <br />
(But Don John of Austria rides home from the Crusade.)<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><span lang="PT"><a href="http://neveryetmelted.com/2012/10/07/battle-of-lepanto/" title="Permanent Link to Battle of Lepanto"><span lang="EN-US" style="color: #522f1c; font-family: "Georgia","serif"; letter-spacing: 0.75pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 18.0pt; text-decoration: none; text-underline: none;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Battle of
Lepanto</span></span></a></span><span lang="EN-US" style="color: #414d5e; font-family: "Georgia","serif"; letter-spacing: 0.75pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 18.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div align="center" class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-outline-level: 3; mso-pagination: none; page-break-after: avoid; text-align: center;">
<span lang="PT"><a href="http://neveryetmelted.com/categories/history/" title="View all posts in History"><b><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; letter-spacing: 1.5pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; text-decoration: none; text-transform: uppercase; text-underline: none;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">History</span></span></b></a></span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><b><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; letter-spacing: 1.5pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; text-transform: uppercase;">, </span></b><span lang="PT"><a href="http://neveryetmelted.com/categories/islamic-fundamentalism/" title="View all posts in Islam"><b><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; letter-spacing: 1.5pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; text-decoration: none; text-transform: uppercase; text-underline: none;">Islam</span></b></a></span><b><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; letter-spacing: 1.5pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; text-transform: uppercase;">, </span></b><span lang="PT"><a href="http://neveryetmelted.com/categories/lepanto/" title="View all posts in Lepanto"><b><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; letter-spacing: 1.5pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; text-decoration: none; text-transform: uppercase; text-underline: none;">Lepanto</span></b></a></span></span><br />
<br />
<span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
<span style="color: black;"><b>Tony Stafki, <i>The Battle of Lepanto</i></b><o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="color: black;"><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">(In the contemporary </span><span lang="PT"><a href="http://tonystafki.imagekind.com/store/imagedetail.aspx/55854f50-da27-4df0-a58d-fdcb054252a9/The_Battle_of_Lepanto"><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">painting</span></a></span><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> above: “The
Catholic ships form a cross and the Muslim ships form a crescent. – The
standard of the Holy Cross which was blessed by Pope Pius V can be seen on
Don Juan of Austria’s ship which is leading the charge. – Papal ships (St.
Peter’s keys) – </span></span><span style="color: black;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="color: red; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">The miracle of the
wind: just before the armies met the wind completely switched in favor of the
Catholic ships.</span></b></span></span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: black;"> – Devils can be seen amongst the Muslim ships (they were summoned from
hell by the Muslim leader). The devils have peacock feathers as swords, a
manifestation of their pride. – Our Lady of Victory with a sword in one hand
ready to crush the devils and the other hand outstretched to the Muslim
souls. – St. Michael leading the Angels – There are small white lights by the
oars on the</span> Muslim ships representing the souls of the Catholic prisoners.”)<br />
————————————<br />
October 7, 1571, the fleet of the Holy League, an alliance of the kingdoms of
Spain, of Sicily and of Naples, of the Republics of Venice and of Genoa, of
the Grand Duchy of Tuscany, of the Duchy of Savoy, of the Papal States, and
of the Sovereign and Military Order of St. John, decisively defeated the
Ottoman Empire’s main battle fleet in five hours of fighting at </span><span lang="PT"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Lepanto"><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Lepanto</span></a></span><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> at the
northern edge of the Gulf of Corinth.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Miguel_de_Cervantes"><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Miguel de Cervantes Saavedra</span></span></a></span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">, author of </span><span lang="PT"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Don_Quixote"><i><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Don Quixote</span></i></a></span><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">, was shot
twice in the chest and once in the left arm in the course of the battle.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">——————————————<br />
</span><span lang="PT"><a href="http://nobility.org/2012/10/04/lepanto/"><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Rev. Fr. Luis
Coloma</span></a></span><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">, <i>The Story of Don John of Austria</i>, trans. Lady Moreton, (New
York: John Lane Company, 1912), pp. 265-271:<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<i><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
The Turkish fleet came on imposing and terrible, all sails set, impelled by a
fair wind, and it was only half a mile from the line of galliasses and
another mile from the line of the Christian ships.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<i><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">D. John waited no longer; he humbly crossed himself,
and ordered that the cannon of challenge should be fired on the “Real,” and
the blue flag of the League should be hoisted at the stern, which unfurled
itself like a piece of the sky on which stood out an image of the Crucified.
A moment later the galley of Ali replied, accepting the challenge by firing
another cannon, and hoisting at the stern the standard of the Prophet,
guarded in Mecca, white and of large size, with a wide green “cenefa,” and in
the center verses from the Koran embroidered in gold.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<i><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">At the same moment a strange thing happened, a very
simple one at any other time, but for good reason then considered a miracle:
the wind fell suddenly to a calm, and then began to blow favorably for the
Christians and against the Turks. It seemed as if the Voice had said to the
sea, “Be calm,” and to the wind, “Be still.” The silence was profound, and
nothing was heard but the waves breaking on the prows of the galleys, and the
noise of the chains of the Christian galley slaves as they rowed.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<i><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Fr. Miguel Servia blessed from the quarter-deck all
those of the fleet, and gave them absolution in the hour of death. It was
then a quarter to twelve.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">(No quadro de Tony
Skafi: Os Navios Católicos formam uma cruz e os navios muçulmanos formam um
crescente. – O pavilhão com a Santa Cruz benzida pelo Papa Pio V divisa-se no
navio-almirante de D. João de Áustria . – Papal ships (St. Peter’s keys) – </span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="color: red; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O
milagre do vento: imediatamente antes do recontro naval o vento parou e
depois mudou em favor dos navios Católicos.</span></b><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> – Os demónios divisam-se entre os navios muçulmanos
(eles foram invocados e atraídos do Inferno pelo líder muçulmano). Os
demónios têm penas de pavão como espadas, uma manifestação do seu Orgulho. –
Nossa Senhora da Vitória com uma espada <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>numa mão ameaça os demónios e a outra mão
estende-se às almas muçulmanas. – São Miguel lidera os Anjos – Eles são as
centelhas brancas nos remos das galeras muçulmanas que representam os
remadores católicos cativos.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">————————————<br />
7 de Outubro de 1571, a armada da Liga Santa, uma aliança dos reinos de
Espanha, da Sicília e de Nápoles, das Repúblicas de Veneza e de Génova, do
Grão Ducado da Toscânia, do <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ducado da
Saboia, dos Estados Pontifícios, e da Ordem Militar de São João, derrotaram
estrondosamente a Grande Armada do Império Otomano ao fim de cinco horas de
combate em </span><span lang="PT"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Lepanto"><span style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Lepanto</span></a></span><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> no extremo norte do
Golfo de Corinto.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span lang="PT"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Miguel_de_Cervantes"><span style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Miguel de Cervantes Saavedra</span></span></a></span><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">, autor de </span><span lang="PT"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Don_Quixote"><i><span style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Don Quixote</span></i></a></span><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">, foi alvejado duas vezes no peito e uma vez no braço esquerdo durante a
batalha.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">——————————————<br />
</span><span lang="PT"><a href="http://nobility.org/2012/10/04/lepanto/"><span lang="EN-US" style="color: #d9560f; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Rev. Fr. Luis
Coloma</span></a></span><span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">, <i>The Story of Don John of Austria</i>, trans. Lady Moreton, (New
York: John Lane Company, 1912), pp. 265-271.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span lang="EN-US" style="color: #c00000; font-family: "Times New Roman","serif"; mso-ansi-language: EN-US;">Henry
Garnett</span><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-ansi-language: EN-US;">, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">The
Blood-Red Crescent</i>, (New Hampshire: </span><span lang="EN-US" style="font-family: "AGaramond-Regular","serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: AGaramond-Regular;">Sophia Institute Press, 2007)<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<i><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A Armada Turca
chegou imponente e terrível, navegando com todo o velame, avançando com vento
favorável, e restava meia milha entre a linha das grandes galeras turcas e
uma milha da linha de galeras Cristãs.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<i><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">D. João não esperou
mais pelo vento; persignou-se humildemente, e ordenou que o primeiro tiro de
artilharia fosse disparado a bordo do “Real,” e que a bandeira azul da Liga
fosse hasteada à popa, a qual se desfraldou como uma parte do céu na
qual<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>estava impressa uma imagem do
Crucificado. Um momento depois a galera de Ali respondeu, aceitando o desafio
ao disparar outro canhão, e desfraldando à popa o pavilhão do Profeta,
guardado em<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Meca, , com uma banda
debruada a verde, com versos corânicos no centro bordados a ouro.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<i><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Naquele momento
deu-se um acontecimento extraordinário, muito simples noutro contexto, mas
considerado um milagre atendendo às circunstâncias: o vento subitamente
cessou, para depois começar a soprar favoravelmente aos Cristãos e contra os
Turcos. Parecia que uma Voz tinha dito ao mar, “Acalma-te,” e ao vento,
“Cala-te.” Caiu um profundo silêncio, e nada se ouvia exceto as ondas batendo
na proa das galeras, e o ruído das correntes dos escravos Cristãos enquanto
remavam.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
<i><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Pe. Miguel Servia
abençoou-os a todos do convés e deu-lhes a Santa Unção. Faltava um quarto
para o meio-dia.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
</div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
</div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
</div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 16pt; margin: 1em 0px 6pt; mso-add-space: auto; mso-line-height-rule: exactly; mso-pagination: none; page-break-after: avoid;">
</div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span lang="PT" style="font-family: "Verdana","sans-serif"; line-height: 115%;"><br style="mso-special-character: line-break;" /><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
<br style="mso-special-character: line-break;" />
<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">
</span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-14938755695673817452012-08-28T04:12:00.000-07:002012-08-28T15:10:41.054-07:00Em defesa do distributismo - Por que socialismo e distributismo são totalmente opostos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"> <span style="font-size: x-small;">Christopher A. Ferrara</span></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: x-small;">Artigo publicado no jornal </span><a href="http://www.remnantnewspaper.com/Archives/2011-1225-ferrara-distributism.htm" target="_blank"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: x-small;">REMNANT</span></a><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: x-small;">, </span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: x-small;"><em>In Defense of Distributism - Why Socialism and Distributism are Wholly Antithetical</em></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: x-small;">Traduzido por Davi James Dias</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: xx-small;">Tradução e publicação autorizada pelo jornal</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsqNh6jn1okMoG4ZM_HTgebip_LFcIdV7V_QDcJRb6TkauOWNDxpQZytOM7t5vNsXmt2Xp52zc9PvtsVOyMSKgoWlGCidd6j-3vcr4IG18OTjw0POzmBSwyGpT5XpCwreScd1oc-ek8wA/s1600/farm_trees.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><img border="0" fea="true" height="165" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsqNh6jn1okMoG4ZM_HTgebip_LFcIdV7V_QDcJRb6TkauOWNDxpQZytOM7t5vNsXmt2Xp52zc9PvtsVOyMSKgoWlGCidd6j-3vcr4IG18OTjw0POzmBSwyGpT5XpCwreScd1oc-ek8wA/s320/farm_trees.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><b><i><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“</span></i></b><b><span style="mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Distributismo é apenas capitalismo com moralidade.” – <i>Robert Laskey</i></span></b><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Nos últimos anos, alguns porta-vozes do neoliberalismo, autointitulados “conservadores” e libertários, empenharam-se em desmantelar um crescente movimento pela independência econômica, denominado “distributismo”. O ataque neoliberal ao distributismo anda junto com o processo pelo qual os católicos, por quase dois séculos, vêm sendo empurrados pelo bicho-papão do socialismo ao reino do capitalismo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">laissez-faire</i> radical, onde as empresas comercializam de tudo, desde pornografia até zigotos humanos, sem barreiras legislativas, e onde o Grande Capital se alia com o Grande Governo para destruir a ordem moral. O distributismo está sob ataque justamente porque representa, no domínio econômico, uma alternativa ao interminável jogo de cara-e-coroa dos liberais. <o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Não, não é socialismo</span></b><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Que<span class="apple-converted-space"> </span><i>é</i><span class="apple-converted-space"> </span>distributismo, então? Ao contrário do que afirmam os nossos críticos, distributismo não significa a redistribuição de riqueza pelo governo, o que seria socialismo, mas, antes, a distribuição natural de riqueza que se dá quando os meios de produção se encontram distribuídos o mais amplamente possível na sociedade.</span><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Basicamente, o distributismo consiste em empresas familiares de qualquer espécie </span><span style="background: white; mso-bidi-font-weight: bold;">(não só chácaras – como insinuam ser nossa opinião alguns críticos zombeteiros)</span><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">, ou firmas cuja propriedade pertence aos empregados (chamadas cooperativas), ou ainda pequenas empresas e empresas de médio porte que atuam local ou regionalmente. Também pequenos negócios e trabalhos independentes, em geral, correspondem ao distributismo na prática. Assim também o crescente movimento pela produção local de alimentos (de que participam muitos tradicionalistas) e os boicotes generalizados ao Wal-Mart e a outras gigantes multinacionais responsáveis pela aniquilação dos pequenos negócios e pela destruição do comércio de bairros. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Com o seu peculiar talento para exprimir a essência das coisas, Chesterton formulou a ideia distributista: “</span><span style="background: white;">Capitalismo demais não significa capitalistas demais, mas capitalistas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">de menos</i>.” O distributismo espera <i style="mso-bidi-font-style: normal;">aumentar o número de possuidores de propriedade privada</i>, estimulando os indivíduos e as famílias a adquirir ou criar seus próprios meios de produção, em vez de depender de salários. Isso, na prática, pode significar muito bem os “três alqueires e uma vaca” de Chesterton, assim como, na economia moderna, “três computadores e um escritório em casa”. </span><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E porque busca restabelecer a vida microeconômica – o comércio entre bairros nos bairros –, o distributismo é um movimento pela emancipação da ordem econômica globalizada, intricada, dependente do governo e perigosamente frágil, que risivelmente se apresenta hoje como “livre iniciativa”. Qualquer pessoa que pense que “livre iniciativa” quer dizer Wal-Mart, com suas legiões de chineses pagos com salários escravos a labutar em benefício de acionistas americanos, sob a canga de um governo comunista que sequer lhes permite ter filhos, precisa consultar depressa a Doutrina Social Católica. Algo muito errado se passa na ordem moral, quando os fundadores do Wal-Mart repousam sobre uma carteira de ações de 84 bilhões de dólares, construída em grande parte com trabalho quase escravo, enquanto os “assistentes de venda” da rede varejista não conseguem sustentar as próprias famílias ou dar conta de seus gastos médicos, embora uma pequena fração dos bilhões da família Walton fosse suficiente para pagar, por uma vida inteira, um plano de saúde para todos os funcionários do Wal-Mart.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não estou sugerindo que o governo confisque a riqueza da família Walton. Claramente a questão é que os Walton deveriam fazer justiça aos seus esforçados funcionários sem a necessidade de uma ordem governamental, isto é, eles deveriam aplicar a lei do Evangelho na condução dos seus negócios. No livro <i>The Church and the Libertarian</i><span style="mso-bidi-font-style: italic;">,</span> eu revelo como a Costco, cujo cofundador e diretor executivo é um católico imerso na Doutrina Social da Igreja, paga a seus empregados o salário-família e 92% dos seus gastos médicos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O distributismo é bem sucedido na medida em que as pessoas se recusam a participar da cultura do capitalismo de massa. Trata-se de um modo de vida, não de um programa de governo. É uma forma de rompimento pacífico com uma ordem econômica dominada por multinacionais que escarafuncham o mundo inteiro em busca de trabalho quase escravo, corrompem a moralidade pública e privada divulgando incontáveis vícios, destroem a indústria nacional, obtêm continuamente vantagens do governo e exigem, sempre que necessário, concessões de tratados e socorros financeiros para evitar o colapso de suas estruturas absurdamente inchadas – e, não fosse isso, insustentáveis. O distributismo é uma justa reação contra os desvios morais e os excessos materiais condenados pelo Magistério, encíclica sobre encíclica, e sintetizados numa expressão memorável por Wilhelm Röpke, pensador luterano e defensor do livre mercado: “o culto do colossal”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Portanto, socialismo e distributismo são <i style="mso-bidi-font-style: normal;">antagônicos</i>. Repito-o: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">socialismo é o oposto de distributismo</i>. Quem insinua que o distributismo é uma forma de socialismo está mal informado ou de má-fé. Até mesmo o verbete da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Wikipedia</i> diz com acerto: “Distributismo (também conhecido como distribucionismo ou distributivismo) é uma filosofia econômica de terceira via, formulada por pensadores católicos como G. K. Chesterton e Hilaire Belloc, com o fim de aplicar os princípios da Doutrina Social Católica sistematizados pela Igreja Católica, particularmente na encíclica <i>Rerum Novarum</i> do Papa Leão XIII, e mais amplamente expostos pelo Papa Pio XI na encíclica <i>Quadragesimo Anno</i>... O distributismo destaca-se, na prática, pela ideia da distribuição da propriedade (não <i style="mso-bidi-font-style: normal;">confundir com redistribuição da riqueza</i>).” </span><span style="background: white;">Apresso-me em dizer que um distributista não há de endossar todas as propostas práticas defendidas por Chesterbelloc, mas apenas a meta da ampla distribuição da propriedade dos meios de produção, alcançando, a partir daí, a verdadeira liberdade econômica para o indivíduo e a família, como célula básica da sociedade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Que se quer dizer com uma “terceira via”? Apenas que distributismo não é nem socialismo, nem capitalismo. Como disse Thomas Storck: “Tanto o socialismo, quanto o capitalismo, são produtos do Iluminismo europeu, e constituem, portanto, forças modernizadoras e antitradicionais. O distributismo, ao contrário, busca subordinar a atividade econômica à vida humana integral, isto é, à nossa vida espiritual, intelectual e familiar.” É justamente isso que os Papas propõem em sua doutrina social. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A sórdida preocupação dos próprios interesses</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Como Pio XI afirmou na <i>Quadragesimo anno</i> (1931), o liberalismo social e o liberalismo econômico têm uma raiz comum no abandono dos preceitos do Evangelho, em consequência do pecado:<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-left: 1cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A raiz e fonte desta defecção <i style="mso-bidi-font-style: normal;">da lei cristã</i> na vida social e econômica, e da consequente apostasia da fé católica para muitos operários, é a desordem das paixões, triste efeito do pecado original; este perturbou de tal maneira a admirável harmonia das faculdades humanas, que o homem, facilmente arrastado pelas más paixões, se vê fortemente incitado a preferir os bens caducos da terra aos eternos e permanentes do céu. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">D'aqui aquela sede inextinguível de riquezas e bens temporais, que, se em todos os tempos arrastou os homens a quebrar a lei de Deus e conculcar os direitos do próximo</i>, nas atuais condições econômicas arma à fragilidade humana laços ainda mais numerosos.<span class="apple-converted-space"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Foi justamente essa “sede </span>inextinguível de riquezas e bens temporais” que causou a crise econômica de 2008. De fato, a <i><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Quadragesimo </span></i><span style="mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">poderia</span> ter sido escrita para descrever <span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">a atmosfera geral nas empresas por ocasião desse acontecimento</span>:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt 1cm; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Pois que aproveita aos homens poderem mais facilmente conquistar o mundo inteiro com uma distribuição e uso mais racional das riquezas, se com isso mesmo vêm a perder a alma? (cf.<span class="apple-converted-space"> </span><i>Mt </i>15,26) Que aproveita ensinar-lhes os princípios da boa economia, se com avareza sórdida e desenfreada se deixam arrebatar de tal maneira do amor dos próprios bens, que “ouvindo os mandamentos do Senhor, fazem tudo o contrário”?<span class="apple-converted-space"> </span>(cf. <i>Judic</i>., 2, 17.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt 1cm; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Com efeito, a incerteza da economia e mais ainda a sua complicação exigem dos que a ela se aplicam uma contenção de forças suma e contínua; em consequência, algumas consciências calejaram de tal maneira, que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">julgam lícitos todos os meios de aumentar os lucros e defender contra os vaivéns da fortuna a riqueza adquirida à custa de tantos esforços e trabalhos</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt 1cm; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">As instituições jurídicas destinadas a favorecer a colaboração dos capitais, dividindo ou diminuindo os riscos, dão lugar muitas vezes aos mais repreensíveis excessos</i>. Com efeito, vemos a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">responsabilidade tão atenuada</i>, que já a poucos impressiona; <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sob a tutela de um nome coletivo praticam-se as maiores injustiças e fraudes</i>; além disso, os gerentes destas sociedades econômicas, esquecidos dos seus deveres, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">atraiçoam os direitos daqueles cujas economias deviam administrar</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="background: white;">É ridícula a alegação de que a crise econômica resultou simplesmente da política monetária do Banco Central dos Estados Unidos. A crise</span><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"> foi uma verdadeira tempestade de ganância, causada (a) pela cobiça dos criadores de hipoteca e corretores que, a fim de lucrar com taxas bancárias e comissões, concederam empréstimos impossíveis; (b) pela avidez de pessoas que, com o objetivo de adquirir muito mais do que de fato precisavam, tomaram emprestado muito mais do que poderiam pagar; (c) pelas taxas de juros usurárias para hipotecas com taxas variáveis e cartões de crédito; (d) pelas hipotecas de risco, fraudulentamente empacotadas por seus criadores como montes de títulos inúteis e vendidas, como se fossem ótimos investimentos, por empresas de investimento com enganosas classificações “AAA” dadas por agências de classificação financeira; e (e) pela prática de cercar esses ativos venenosos com “<span style="mso-bidi-font-style: italic;">swaps”<i> </i>contra<i> </i></span>descumprimento de compromissos de crédito, fazendo com que as mesmas empresas que mascatearam tais ativos para os clientes apostassem no fracasso dos próprios investimentos recomendados por elas, gerando vultosos pagamentos de seguro para as empresas de investimento, ao passo que seus clientes sofriam prejuízos catastróficos. (Cf. <i>The Church and the Libertarian</i>, Cap. 13).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Tudo isso se passou em um ambiente desregulamentado, onde bancos de depósito, então proibidos de tomar parte em investimentos de risco, deixaram de sofrer tal restrição; onde empresas de investimento, então limitadas ao capital próprio de seus parceiros, passaram a poder acumular grandes somas de capital de risco mediante ofertas públicas de ações; e onde “<span style="mso-bidi-font-style: italic;">swaps”<i> </i>contra<i> </i></span>descumprimento de compromissos de crédito foram comercializados como títulos não regulamentados. Isso resultou numa pilha enorme e oscilante de varetas, num pega-varetas prestes a desmoronar, bastando para tanto que alguém tirasse a vareta errada.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Em suma, a crise representa o que Pio XI chamou de “a </span>sórdida preocupação dos próprios interesses, que é a desonra e o grande pecado do nosso tempo...”. <span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">A redução da taxa de juros, por parte do Banco Central americano, causou nas pessoas a sórdida preocupação dos próprios interesses (que levou à crise financeira mundial) não mais do que uma pistola causa o suicídio de alguém. Em todo caso, o mesmo Banco Central dos Estados Unidos – que, sem dúvida, deveria ser extinto – é fruto da manipulação capitalista do poder estatal: na prática é um cartel de bancos privados que sequer tem de prestar contas ao governo, motivo pelo qual os próprios libertários que deploram a existência do Banco Central americano (ao mesmo tempo em que, por conveniência, fingem não ver suas amargas origens capitalistas) reclamam uma auditoria que o Congresso se recusa a exigir.</span> <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Um movimento pela liberdade econômica segundo o Evangelho</span></b><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Não seria possível crise financeira alguma em uma ordem social católica, pois nela a atividade econômica haverá de ser ordenada, como escreveu Pio XI, pela “</span>suavíssima e igualmente poderosa lei da moderação cristã, que manda ao homem buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, seguro de que também na medida do necessário a liberalidade divina, fiel às suas promessas, lhe dará por acréscimo os bens temporais.”.<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">O distributismo é apenas a livre iniciativa orientada pelo Evangelho, conforme sintetizado por Nosso Senhor nos dois mandamentos maiores: amor a Deus e amor ao próximo. Retire da livre iniciativa “a </span>sórdida preocupação dos próprios interesses” e a ambição ilimitada, coloque o amor a Deus e ao próximo, e <span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">verá emergir naturalmente a mesma ordem econômica de que muitos de nós ainda somos bastante velhos para lembrar: a economia da mercearia local</span>, da loja de ferragens e das sociedades de poupança e empréstimo; uma economia em que se podia abastecer uma casa de família por meio apenas de trocas com os vizinhos, sem sair do bairro; uma economia realizada em escala humana por seres humanos, e não por meio de “pessoas” corporativas fictícias criadas por decreto governamental, as quais apresentam todas as características das personalidades psicopatas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A restauração daquilo a que Röpke chamou economia humana também não é apenas uma questão da moralidade “pessoal” que o capitalista decidirá observar ou não, segundo seu capricho (conforme defenderiam os libertários). Os imperativos do Evangelho precisam se refletir em leis e instituições. No âmbito econômico, assim como no político, não existe separação entre moralidade pública e “privada”, mas um código moral divinamente ordenado a reger toda a sociedade. Um capitalista não ama a Deus e ao próximo quando explora seus funcionários, quando vende pornografia ou injeta imundície moral, por qualquer meio, na sociedade, quando oferece serviços de aborto, quando usura e superfatura, quando especula negligentemente com o dinheiro dos clientes, quando viola o dia do Senhor com vil comércio, quando subtrai aos mais fracos pechinchas absurdas, quando despeja lixo tóxico nos rios e no solo ou quando pratica outros incontáveis crimes contra a ordem moral e o bem comum. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A autoridade civil – especialmente a local, em conformidade com o princípio de subsidiariedade – tem o direito de impedir a depredação capitalista mediante uma legislação apropriada, incluindo-se sanções penais. Afinal, não estamos à mercê de diretorias de empresas que não receberam autoridade alguma de Deus para nos governar com decisões que afetam o bem comum moral, espiritual e material. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">O Papa João Paulo II ensinava conforme seus predecessores ao declarar, no aniversário da <i>Rerum Novarum</i> do Papa Leão XIII, que a Igreja não pode aprovar o capitalismo se, por esse nome, “se </span><span style="background: white;">entende um sistema onde a liberdade no setor da economia não está enquadrada num sólido contexto jurídico que a coloque ao serviço da liberdade humana integral e a considere como uma particular dimensão desta liberdade, cujo centro seja <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ético e religioso</i>...”. </span><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">O distributismo, como movimento por uma economia humana em escala humana – ou seja, uma economia mais conforme ao Evangelho –, respeita os limites éticos </span><span style="background: white;">e religiosos na atividade econômica, e conduz naturalmente os homens do culto do colossal para uma ordem econômica que subordina a busca de bens materiais ao destino eterno da pessoa humana. <o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">Distributistas no movimento “Occupy Wall Street”</span></b><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Em um artigo para o <i>Remnant</i>, Richard Aleman relatou que ele, John Rao e eu estivemos no local da manifestação do movimento “Occupy Wall Street”, com o objetivo de apresentar a defesa católica da justiça econômica. Não fomos lá para comungar com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">hippies</i> ou apoiar qualquer tipo de ideologia de esquerda. Fomos lá por reconhecermos que muitas das almas errantes reunidas no parque Zuccotti suspeitavam que havia algo de radicalmente errado com a ordem econômica moderna, embora não tivessem uma ideia clara do que fosse.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vimos o protesto de “Occupy” como uma busca neopagã pelo Deus Desconhecido. Aos que se dispuseram a nos ouvir, dissemos que o Deus que procuram é Aquele que nos deu seu Evangelho para o bem comum dos homens e das nações. Entregamos-lhes trechos da <i>Quadragesimo Anno</i> e um folheto com os princípios do que seria uma economia humana e distributista – <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sem uma única intervenção do governo</i> –, se as pessoas simplesmente subordinassem a busca de bens materiais ao bem supremo da eterna beatitude. Sentimo-nos obrigados a dizer ao maior número de pessoas possível que a questão social fundamental que os unira – inconscientemente ou não – é a apostasia da civilização ocidental, e que não pode haver nenhuma estratégia para alcançar a justiça social fora do caminho que a Igreja Católica assinalou para os homens e as nações. Como disse Pio XI: <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt 1cm; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">É certo que todos os verdadeiramente entendidos em sociologia anseiam por uma reforma moldada pelas normas da razão, que restitua a vida econômica à sã e reta ordem. Mas esta ordem, que também Nós ardentemente desejamos, e procuramos com o maior empenho, será de todo falha e imperfeita, se não tenderem de concerto todas as energias humanas a imitar a admirável unidade do divino conselho e a consegui-la, quanto ao homem é dado: chamamos perfeita aquela ordem apregoada pela Igreja com grande força e tenacidade, pedida mesmo pela razão humana, isto é: que tudo se encaminhe para Deus enquanto fim primário e supremo de toda a atividade criada, e que se considerem todos os bens criados por Deus como instrumentos dos quais o homem deve usar tanto, quanto lhe sirvam a conseguir o fim último.<span class="apple-converted-space"> </span><span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">É de fato muito simples: aplicar os dois mandamentos maiores na busca de bens materiais é ser, mais ou menos, um distributista. Confiando na Providência, um distributista não deixará faltar nada à sua família e será o primeiro a defender a propriedade privada como algo fundamental à liberdade ordenada – e isso não apenas em oposição ao governo, mas também às grandes empresas que estão implacavelmente pisando o direito dado por Deus de trilharmos nosso caminho com nossos próprios meios. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não deixa de ser irônico que católicos que se consideram libertários defendam um coletivismo de empresas sustentado com assistência governamental – coletivismo esse tão amplo que equivale, na prática, a um socialismo “privado” –, enquanto atacam os distributistas por sua defesa verdadeiramente libertária da independência econômica para o indivíduo e a família, numa economia que não dependa do trabalho de chineses pagos com salários escravos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Coloquemos um ponto final nessa demagogia. E possa o Remnant ajudar os católicos a se orientarem rumo àquela economia humana que o Magistério sempre almejou.</span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-26597846521297405702012-06-28T14:27:00.002-07:002012-06-28T14:27:40.977-07:00Chesterton desmente os relativistas- são os “dogmáticos” mais obtusos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">Por Pigi Colognesi </span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">* Extraído do <i><a href="http://www.ilsussidiario.net/News/Cultura/2010/7/14/LETTURE-Chesterton-sbugiarda-i-relativisti-sono-i-dogmatici-piu-ottusi/99515/">IlSussidiario.net</a></i>, do dia 14 de julho de 2010. </span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">Este texto foi extraído do blog </span><i style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: small;"><a href="http://prapacheco.blogspot.com.br/2010/07/chesterton-desmente-os-relativistas-sao.html#ixzz1Y1iiXUHK">Mosaico</a></i><span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">, mantido por Paulo R. A. Pacheco. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsOl18rQNk3p65FquDQgXRKVzho4qUjdoQRVnFicOQO7Lds0Ozq_HEe_KKmcFVxLgLsVWW_QbKVcg9wM-NSdPK3tJWApWjmlaHs2Gzn_6Q_Fr9y_9NQ1VecGWji39cNa98al3foeCebgk/s1600/GKC-Cecil-Chesterton-bk.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsOl18rQNk3p65FquDQgXRKVzho4qUjdoQRVnFicOQO7Lds0Ozq_HEe_KKmcFVxLgLsVWW_QbKVcg9wM-NSdPK3tJWApWjmlaHs2Gzn_6Q_Fr9y_9NQ1VecGWji39cNa98al3foeCebgk/s320/GKC-Cecil-Chesterton-bk.png" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Os especialistas na obra de Gilbert K. Chesterton consideram Heréticos (recentemente publicado pela Lindau) uma espécie de antecipação do livro mais célebre Ortodoxia. Trata-se de um texto de 1905 (enquanto que o ensaio mais famoso veio a público três anos depois), que pode ser lido muito com muito proveito tanto por estudiosos quanto por apaixonados pela literatura e pela cultura inglesa dos séculos XIX e XX. É composto, de fato, por um denso conjunto de retratos críticos de escritores e homens de cultura da época. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A maior parte desses, excetuando-se Kipling e Bernard Shaw, não são, hoje em dia, muito conhecidos do público italiano; e talvez nem mesmo do público inglês. No entanto, o volume de Chesterton sustenta ainda hoje um indubitável interesse pelo critério de abordagem que o criador do padre Brown utiliza – que pode, tranquilamente, ser aplicado para avaliar tanta literatura e não-ficção moderna – e pela vivacidade da escrita, rica de definições fulgurantes e de formidáveis paradoxos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Portanto, sem nos preocuparmos muito em conhecer os detalhes do ambiente cultural mirado por Chesterton (no qual as notas, a cada capítulo, ajudam a penetrar), o livro pode ser lido com prazer e utilidade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Falava-se, um pouco acima, do critério crítico utilizado por Chesterton. No fundo, poder-se-ia resumir no privilégio dado ao “dogma”. Com esta palavra, o autor pretende falar daquele pensamento “forte” que é o único que pode interessar ao homem que não queira perder tempo com frivolidades. Disso é que nasce a cortante crítica contra todos aqueles que idolatram a ausência de dogmas e a necessidade de superar toda posição “forte”. Não apenas: com implacável lógica, Chesterton coloca em evidência que mesmo o mais relativista dos céticos, aquele que por tomada de posição afirma não ter nenhuma convicção metafísica e, ainda por cima, zomba de todos aqueles que a têm e os acusa das piores perversidades, na realidade é ele mesmo portador de um “dogma”. Um dogma geralmente muito menos demonstrado e razoável do que aquele, por exemplo, professado pelo católico. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E por esta razão que Chesterton chama “heréticos” os autores que são bombardeados impiedosamente na sua obra: seja lá o que digam, são portadores de uma teoria “forte” bem precisa; ainda que desprezem as visões gerais e digam se ocupar apenas dos detalhes, são atacados em seu ponto de vista como o que há de pior entre os fanáticos; afirmam ceticamente e de maneira um pouco esnobe que “a vida não vale a pena ser vivida”, mas na realidade não chegam a acreditar nisso seriamente. Exatamente na medida em que os escritores analisados são portadores de um “dogma”, Chesterton os leva em consideração e os critica. Ele, de fato, define a si mesmo, desde as Observações Preliminares, como uma pessoa que pensa “que a coisa mais prática e importante de um homem seja a sua visão do mundo”. E, assim, parte para o ataque contra os “heréticos” que encontra tão abundantemente na literatura e na publicidade que lhe era contemporânea. E de modo politicamente muito incorreto define herético como “um homem cuja visão das coisas tem a ousadia de diferir da minha”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Nesta última frase já se percebe o tom que irá ser mantido ao longo de todo o volume. Não é possível, aqui, nem mesmo elencar sumariamente os temas e as problemáticas que são tocadas. Bastam alguns exemplos para explicar o método do paradoxo com o qual Chesterton prende seus adversários. Oferecendo-nos definições que são pérolas de sabedoria e, ao mesmo tempo, de humor. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O seu primeiro alvo é o espírito negativo, aquele de quem afirma que não há nenhuma objetividade no campo moral, e no entanto se esforça por construir e propagandear uma ética própria. Mas, escreve Chesterton, “a moralidade moderna pode indicar apenas a imperfeição. Não tem nenhuma perfeição para indicar. O monge que medita sobre Cristo ou sobre Buda tem em mente uma imagem de saúde perfeita. O devoto [alvo polêmico dos moralistas modernos] consegue, apesar de tudo, concentrar os seus pensamentos em uma força e em uma felicidade colossais”. E nesse ponto dá a patada: “um jovem pode abster-se do vício pensando continuamente na doença. Ou pode abster-se dele pensando continuamente na Virgem Maria”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Contra a superficialidade de um certo exotismo em voga naquele momento (e também agora; pensemos nas férias): “O homem em um navio de cruzeiro viu todas as raças humanas e pensa nas coisas que dividem os homens: alimentação, vestuário, decência, anéis no nariz como na África ou nas orelhas como na Europa. O homem no campo de couve não viu nada, mas pensa nas coisas que unem os homens: a fome, os filhos, a beleza das mulheres, a promessa ou a ameaça do céu”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A propósito de Bernard Shaw: “A verdade é que é um grave erro supor que a ausência de convicções precisas torne a mente livre e ágil”. “O senhor Shaw – acrescenta – nunca viu as coisas como elas são realmente, porque em tal caso teria caído de joelhos diante delas”. De fato, “enquanto não compreendermos que as coisas poderiam não ser, não poderemos compreender que as coisas são” e, portanto, descobrir que “cada instante da vida consciente é um prodígio inimaginável”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sobre a humildade tão odiada pelos partidários do super-homem: “É uma virtude tão prática que os homens pensam que é um vício. A humildade é tão bem-sucedida que é confundida com o orgulho”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sobre as teorias sanitaristas: “Um homem deve comer porque tem um bom apetite para satisfazer e não porque tenha um corpo para ser nutrido. Um homem deve fazer exercícios não porque é muito gordo, mas porque ama as folhas, os cavalos ou a montanha, e os ama em si e por si”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Um comentário ácido ante <i>litteram </i>ao filme <i>Sociedade dos Poetas Mortos</i>: “a religião do <i>carpe diem</i> não é a religião das pessoas felizes, mas das muito infelizes. Nada antes desferiu um golpe tão fatal contra os amores genuínos e contra o riso dos homens como o carpe diem dos estetas. Para sermos realmente despreocupados temos que acreditar que exista uma certa alegria eterna na natureza das coisas”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Poderíamos continuar longamente, mas chegamos às Observações Conclusivas sobre a importância da ortodoxia. Mesmo aqui bastam duas citações: “O cérebro humano é uma máquina para chegar a conclusões; se não consegue fazer isso se enferruja”. “O homem pode ser definido como um animal que cria dogmas. As árvores não têm dogmas. Os nabos são surpreendentemente tolerantes”. Ele, Chesterton, não era um nabo, não lhe interessava fazer-se passar como tolerante. É um artista e, como tal, “não se contenta com nada menos que o tudo”.
</span></div>
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-12070625035126218322012-06-14T16:47:00.002-07:002012-06-14T16:52:20.379-07:00Chesterbelloc e o Distributismo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Diego Guilherme da Silva</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Editor do site Chesterton Brasil</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Publicado originalmente na <i><a href="http://inguardia.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html" target="_blank">Revista In Guardia</a>, Ano I, v. 5, abril 2012</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr7peJpg8letfBpNRgaNI2q6sda9c7_EL6cMzNdbCCiTpjF9-e0zgERN23mQW51EtLt9MqWiXahrPJQFqtFr_ZxOwROrfYLTmbyOmFjm7l-Y3t21jsTmwd1T6WUftrkhpXQrZiY-w8wcs/s1600/bellocgk.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr7peJpg8letfBpNRgaNI2q6sda9c7_EL6cMzNdbCCiTpjF9-e0zgERN23mQW51EtLt9MqWiXahrPJQFqtFr_ZxOwROrfYLTmbyOmFjm7l-Y3t21jsTmwd1T6WUftrkhpXQrZiY-w8wcs/s320/bellocgk.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Gilbert
Keith Chesterton (1874-1936) era versado na arte das letras. Além de
jornalista, romancista, poeta, crítico literário, ensaísta, polemista,
apologista, biógrafo, cartunista e filósofo (e pensarem que esgotamos seus
dons, ainda não), Chesterton também trilhou pelo campo da economia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Motivado
pela Encíclica <i>Rerum Novarum</i><span style="font-size: xx-small;"><span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference">[1]</span></span>
</span>(Das Coisas Novas), do Papa Leão XIII, publicada em 1891, que marcou o
pensamento da época e foi inspirando a Doutrina Social da Igreja, que apesar de
sempre presente no catolicismo ainda não estava sistematizada, Chesterton,
desiludido com as falsas esperanças propostas pelo capitalismo e socialismo,
juntamente com seu amigo Hilaire Belloc (1870-1953), autor do livro Estado
Servil (1912), Chesterton escreveu a respeito:
“<i>quando o Sr. Belloc escreveu a
respeito do Estado Servil, ele estava apresentando uma teoria econômica tão
original que quase ninguém ainda percebeu do que se trata.”</i><span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: xx-small;">[2]</span></span></span><i>,
</i>e também com o apoio do Pe. Vincent Joseph McNabb, desenvolveram uma
filosofia econômica conhecida como Distributismo, visto como ‘terceira’ via ao
invés do capitalismo e socialismo. Pois, segundo a máxima de Chesterton: </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Capitalismo demais não significa
capitalistas demais, mas capitalistas de menos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Chesterton
e Belloc, ou “ChestertonBelloc”, como Bernard Shaw os chamavam, verão de perto
as transformações tecnológicas e industriais que a Inglaterra vivenciou ao
final do século XIX e início do século XX. As rápidas mudanças do estilo de
vida, a poluição, ganância, pobreza e a desestabilidade da família ocasionada
pela pobreza, exploração dos menores não deixaram de chamar a atenção de
Chesterton, tão zeloso e amoroso com o tema ‘lar’, que remete a família. Ele
não se esqueceu que economia também significa ‘administração doméstica’,
‘administração do lar’. Tinha presente que a economia não é uma ciência exata e
fria reduzida a dados quantitativos, mas sim humana, pois está atrelada
diretamente as nossas relações humanas, devendo, portanto, ser pautadas no
respeito à dignidade da pessoa humana e em vista ao bem comum. Pois, afinal, o
princípio e fim de tudo estão na transcendência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAAElfjrpzRkWDyhM4-_vIj07lcqaIhEKW8j_kzYYycAv3MPM48ecyWt7nhiMm7ts13vXpfqParYQM5U1gCPakPiYXwAAhZju5RFnpn3aZHqRyJRP1e1cTWzjebHRcxGBmttOxKX4Akys/s1600/Chesterton+words+2.bmp" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAAElfjrpzRkWDyhM4-_vIj07lcqaIhEKW8j_kzYYycAv3MPM48ecyWt7nhiMm7ts13vXpfqParYQM5U1gCPakPiYXwAAhZju5RFnpn3aZHqRyJRP1e1cTWzjebHRcxGBmttOxKX4Akys/s320/Chesterton+words+2.bmp" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Para
Chesterton tudo começa na família, no lar. Fantástico mundo da criança,
primeiro contato dela com a realidade. Ele via claramente o perigo da sociedade
capitalista monopolista: “<i>Um inimigo
ainda mais feroz da família é a fábrica. Entre estas coisas mecânicas modernas
a instituição natural antiga não está sendo reformada, modificada ou mesmo
podada: ela está sendo dilacerada. E ela não está sendo dilacerada no sentido
de uma metáfora verdadeira, como a de um ser vivo preso em uma engrenagem
medonha de uma máquina. Ela está sendo, literalmente, rasgada ao meio, como
quando o marido vai para uma fábrica, a esposa para outra, e a criança para uma terceira. Cada um deles se
torna o servo de um grupo financeiro diferente, que cada vez mais ganha o poder
político de um grupo feudal. Mas enquanto o feudalismo recebia a lealdade das
famílias, os senhores do novo estado servil recebem apenas a lealdade de
indivíduos, ou seja, de homens solitários e até mesmo de crianças perdidas.</i>”<span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: xx-small;">[3]</span></span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">O
sistema capitalista monopolista afronta
e embrutece o homem o tornando escravo do materialismo, pelo contrário, o
socialismo, também materialista, com seu falso messianismos, propõe a
felicidade ao homem aqui na terra com a simples mudança do sistema econômico e
sua ‘distribuição’, que na verdade é a posse por parte do Estado - que, diga-se
de passagem, não é uma entidade sobrenatural – da propriedade privada, não oferecendo
soluções concretas para o problema da má distribuição da propriedade e o bem
comum. Chesterton via claramente os dois sistemas e seus respectivos erros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Dócil
ao ensinamento do Magistério da Igreja, responde Chesterton e Belloc ao momento
conjuntural complexo da Inglaterra com a teoria distributivista. Teoria essa
que rapidamente começou a ganhar admiradores. Chesterton e Belloc criaram então
a Liga Distributivista. O objetivo da Liga era “<i>restaurar a propriedade</i>”, segundo pronunciou Chesterton no discurso
inaugural. Chesterton foi eleito o primeiro presidente da Liga. Ele escreveu
uma série de artigos sobre sua teoria no <i>G.K.’s
Weekly</i>, os quais foram compilados no livro <i>The Outline of Sanity</i> (1926).”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Podemos
ver claramente a influência das idéias distributivistas na obra <i>O Senhor dos Anéis</i> (escrito entre 1937 e
1949), de J.R.R. Tolkien, segundo Matthew P. Akers: “<i>Tolkien inclui soluções distributivistas para os problema associados
com o desenvolvimento econômico em sua trilogia. O Condado, lar dos Hobbits,
sofre muitos dos problemas de nossa sociedade moderna, em particular uma crise
econômica, a destruição de seu meio ambiente e a tentação do imperialismo.
Examinemos, pois, como os Hobbtis do Condado aplicam os princípios
distributivistas a esses problemas para ver como poderíamos tratar esses mesmo
problema em nossa sociedade</i>”.<span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: xx-small;">[4]</span></span></span>
Infelizmente o filme dirigido por Peter Jackson não reproduz muito bem essas
passagens da obra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">O
Distributismo, basicamente, possui como bases três fundamentos presentes na
Doutrina Social da Igreja: Propriedade Privada, princípio da Solidariedade e
princípio da Subsidiariedade. Explicamos
cada um deles:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">O
primeiro e mais importante princípio do distributimo é o da Propriedade Privada. Para Chesterton a
propriedade privada era sagrada. No universo de uma propriedade, pois a
propriedade é “<i>um território circunscrito
em que ele [o homem] é rei</i>”. Pois assim Chesterton defendia que “a <i>propriedade privada deve ser distribuída com
suficiente e decente igualdade</i>”. Pois, como nos é lembrado por Leão XII, a
propriedade “<i>é de direito natural para o
homem: o exercício deste direito é coisa não só permitida, sobretudo a quem
vive em sociedade, mas ainda absolutamente necessária</i>” (12), afinal “<i>não é das leis humanas, mas da natureza, que
emana o direito de propriedade individual</i>” (28). Todos os homens possuem,
portanto, direito a uma propriedade. Isso é imprescindível para sua dignidade
como pessoa, afinal, Deus deu a terra para que o homem a dominasse e não para
que os homens dominassem, no extremo oposto ao sentido de dominar cristão, uns
aos outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">O
tema propriedade privada terá tanta importância para Chesterton que em diversos
artigos encontramos cometário a respeito
do tema. Em um capítulo do livro <span class="apple-style-span"><i>The
Well and the Shallows</i> (1935)</span> intitulado <span class="apple-style-span"><i>Sex and Property, </i>Chesterton nos alerta para o risco de não usufruirmos bem da
propriedade<i> “</i></span><i>a noção
de reduzir a propriedade ao mero fruir do dinheiro é idêntica à noção de
reduzir o amor ao simples gozo do sexo.” </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">O
segundo fundamento é o Princípio da Solidariedade que propõe, segundo <span style="background-color: white;">Don Pedro Jiménez, em seu artigo, Sobre el
distributismo<span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background-color: white; font-size: xx-small;">[5]</span></span></span>,
</span> que aqui “não nos referimos a
solidariedade vã e falsa, mas sim uma muito profunda, que seria melhor chamada
de caridade.” Pois, “o Estado deve trabalhar de maneira subsidiaria para o bem
comum de cada comunidade. Não importa se perde eficiência em muitas coisas, o
importante é trabalhar para e pelo bem comum, ou seja, tomar aquelas medidas
que promovam a virtude entre as pessoas e dessa maneira a sua felicidade.”<span style="font-size: xx-small;">[6] </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Por
fim o terceiro pilar da teoria é o Princípio da Subsidiariedade que propõe,
também segundo <span style="background-color: white;">Don Pedro Jiménez,</span> “dito de uma maneira simples, que o que possa fazer uma entidade pequena não faça
uma entidade grande. A entidade menor é o indivíduo, assim é que aquelas coisas
que possam fazer o indivíduo não o faça as grandes empresas. O princípio de
subsidiariedade deveria reger tanto na face econômica quanto política. Este
princípio é básico e fundamental para o funcionamento de um sistema
distributivista.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS';">Ultrapassa
minhas limitadas capacidades aprofundar mais sobre o Distributismo. Fica o
convite para que conheçamos mais profundamente no estudo e aplicação da
Doutrina Social da Igreja. Fica, também, o convite de Chesterton para
conhecermos mais sobre o Distributismo. Concluimos com um trecho do excelente
(e recomandado) artigo do Padre Ian Boyd, uma das (eu creio que A) maiores
autoridades sobre Chesterton no mundo, <i>El
distributismo y la crisis cultural</i>, disponível no site The Distributism
Review, a respeito do pensamento social de Chesterton: </span><span lang="EN-US" style="font-family: 'Trebuchet MS';"><a href="http://distributistreview.com/mag/author/frianboyd/" title="Posts by Father Ian Boyd"></a></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS';">“O
pensamento social de Chesterton está baseado na convicção de que Deus, que é a
realidade última, está presente na sociedade e história do homem.</span></div>
<div>
<br />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<div id="edn1">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference">[1]</span></span> LEÃO XII. Carta Encíclica <i>Rerum Novarum</i>. Sobre a Condição dos
Operários. Publicada em 1891. Confira aqui:
http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum_po.html
CARTA ENCÍCLICA <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
</div>
<div id="edn2">
<div class="MsoEndnoteText">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference">[2]</span></span> Chesterton G. K. Capítulo <i>Why I am a Catholic</i>, disponível na obra <i>Twelve Modern Apostles and Their Creeds</i>
(1926). Traduzido por Antonio Emilio Angueth de Araujo. Leia mais: <a href="http://chestertonbrasil.blogspot.com/search/label/Por%20que%20sou%20cat%C3%B3lico#ixzz1nJZy3H79">http://chestertonbrasil.blogspot.com/search/label/Por%20que%20sou%20cat%C3%B3lico#ixzz1nJZy3H79</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
</div>
<div id="edn3">
<div class="MsoEndnoteText">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoEndnoteReference"><b><span class="MsoEndnoteReference"><b>[3]</b></span></b></span><span lang="EN-US"> CHESTERTON, G.K. <i>The Superstition
of Divorce</i>. </span>Capítulo
<i>A história da família</i>. Tradução:
Carlos Ramalhete. Confira aqui: http://chestertonbrasil.blogspot.com/2012/02/v-historia-da-familia.html#ixzz1nJh3Lg2a <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
</div>
<div id="edn4">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference">[4]</span></span> Matthew P. Akers. Publicado na revista Distributims Review. <i><span lang="ES">El Distributismo en la Comarca</span></i><span lang="ES">. </span>Tradução : Alfonso Díaz Vera.
http://distributistreview.com/mag/2011/03/el-distributismo-en-la-comarca/<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
</div>
<div id="edn5">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference">[5]</span></span> <span style="background-color: white; color: #222222;">Don
Pedro Jiménez de León</span><i>. Sobre el
Distributismo</i>, artigo publicado na <i>Distributism
Review</i>. Confira aqui: <span style="background-color: white; color: #222222;">- </span><a href="http://distributistreview.com/mag/2010/06/sobre-el-distributismo/">http://distributistreview.com/mag/2010/06/sobre-el-distributismo/</a><span style="background-color: white; color: #222222;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
<div class="MsoEndnoteText">
<span class="MsoEndnoteReference" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small; text-align: justify;">[6]</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small; text-align: justify;"> Idem</span></div>
</div>
</div>
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-414206238659527102012-05-26T08:40:00.002-07:002012-05-26T08:40:25.590-07:00A influência de Tomás de Aquino na obra de G. K. Chesterton<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A
influência de Tomás de Aquino na obra de G. K. Chesterton*<span style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ivanaldo Santos**<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtDhHg8VVQJMxW_rT2yvc_sQpU-KRg4wRlsSQPXJbH2fPpTl5392E3tUhrJ74uslJBwidMBCGzF1ZFoQRhSg2pfMgKqORQ80UlplAokri9wXAqy_QbN5oX0i1YmKHc82i1Re_iwProVphG/s1600/chesterton.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtDhHg8VVQJMxW_rT2yvc_sQpU-KRg4wRlsSQPXJbH2fPpTl5392E3tUhrJ74uslJBwidMBCGzF1ZFoQRhSg2pfMgKqORQ80UlplAokri9wXAqy_QbN5oX0i1YmKHc82i1Re_iwProVphG/s200/chesterton.jpg" width="158" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: 37px;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0cm; tab-stops: 78.0pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #333333; line-height: 115%;">"</span><span style="line-height: 115%;">Recomendo o Chesterton como se recomenda o quinino, principalmente para
aqueles que por dever de ofício freqüentam os mangues da inteligência, as
paragens encharcadas de lugares comuns, as baixadas do pensamento: para aqueles
que possam confundir catolicismo com sisudez e cultura com academias” (Gustavo
Corção).</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O presente estudo tem
por objetivo apresentar, de forma introdutória, a influência de Tomás de Aqunio
na obra de G. K. Chesterton. Apesar de
não ser um estudo exaustivo sobre essa influência é possível perceber que o Aquinate exerceu grande papel na
construção da bela e elogiável obra literária de Chesterton. Para tanto, o
estudo foi dividido em duas partes: 1. G. K. Chesterton e 2. A
influência de Tomás de Aquino na obra de Chesterton.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 46.35pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><span style="line-height: 150%;">1.<span style="font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span></b><!--[endif]--><b><span style="line-height: 150%;">G.
K. Chesterton<o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 46.35pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Gilbert Keith Chesterton
(1874-1936) foi um dos grandes escritores do século XX. Ele produziu uma obra
literária de rara beleza que, simultaneamente, refletiu, criticou e ironizou
com as crenças e valores do homem moderno. Entre essas crenças estão às
doutrinas filosóficas desenvolvidas no século XIX e XX, tais como: o positivismo,
o niilismo e o materialismo. Por meio da literatura, ele denunciou o caráter
neopagão, anticristão, alienante e autoritário da sociedade contemporânea, a
qual fala constantemente em liberdade, mas nega, conscientemente, o direito que
o cidadão possui de viver sua fé e de experimentar as respectivas práticas
socioculturais decorrentes dessa vivência. De acordo com James Patrick<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span>,
Chesterton demonstrou que o Ocidente contemporâneo padece de uma doença que
pode ser classificada como a <i>universalização
da alienação</i>, ou seja, um processo onde, sistematicamente, o homem
contemporâneo pensa ter poderes ilimitados, prolongar a vida indefinidamente e
controlar o cosmos e a realidade. Em outras palavras: o homem contemporâneo
pensa ser o próprio Deus. É por causa disso que Ricardo Quadros Gouvêa afirma
que, no século XX, “</span><span style="line-height: 150%;">Chesterton
profetizou sobre as práticas religiosas neopagãs e anticristãs da sociedade
contemporânea”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span>.</span><span style="line-height: 150%;">
<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Todo esse talento pode
ser encontrado em obras primas da literatura ocidental contemporânea, como, por
exemplo, <strong><i><span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">O homem que foi quinta-feira</span></i></strong><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span>
e <i>Ortodoxia</i><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span>.
É por causa disso que a <i>Chesterton
Society</i> (Sociedade Chesterton), fundada na Inglaterra em 1974, por ocasião
do centenário do nascimento do grande escritor, se dedica a difundir a obra e o
pensamento de Chesterton. Dentro do trabalho de difusão existe o </span><i><span style="line-height: 150%;">Chesterton
Day</span></i><span style="line-height: 150%;"> (Dia de </span><span style="line-height: 150%;">Chesterton)</span><span style="line-height: 150%;">,
encontro de aficionados pelo grande escritor britânico, o qual é comemorado no
dia 02 de julho de cada ano em vários países do mundo, como, por exemplo,
Inglaterra, Itália e EUA. </span><span style="line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Além disso, Chesterton
foi um dos grandes intelectuais que se converteram ao catolicismo no século XX<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span>
e, com isso, contribuiu, com seu testemunho e com sua obra literária, para que
uma geração de </span><span style="line-height: 150%;">intelectuais
se convertessem, durante o século XX e início do XXI, em várias partes do
mundo, a fé da Igreja<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span>.
Nas palavras de</span><span style="line-height: 150%;"> James Patrick, Chesterton “foi o
primeiro dos grandes convertidos, o mais improvável e o mais influente”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span>.
<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">No Brasil, de forma
específica, entre os ilustres intelectuais da chamada <i>geração dos convertidos</i>, influenciados por Chesterton,
encontram-se, por exemplo, Alceu Amoroso Lima, Jackson de Figueiredo e Gustavo
Corção<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span>.
Especificamente no tocante a Gustavo Corção<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span>,
esse brilhante escritor brasileiro, se converteu ao cristianismo e só conseguiu
produzir sua obra literária graças à influência recebida do <i>convertido Chesterton</i>. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Sobre a fé católica de
Chesterton o próprio Gustavo Corção<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span>
afirma que ele é um verdadeiro católico, o qual professa uma fé ortodoxa que influenciou
positivamente a constituição de sua obra. Já </span><span style="line-height: 150%;">Rosa Clara Elena
Nougué ressalta que Chsterton “foi o mais completo e brilhante apologista do
catolicismo num século [o século XX] que elaborou sistematicamente um discurso
demolidor contra a Igreja e a fé católica”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span>.
<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Por causa do grande zelo que tinha pela doutrina da
Igreja e pela fé cristã, Chesterton desenvolveu profundamente, em seu espírito
e em sua obra literária, as três virtudes essenciais ao cristão, ou seja, a fé,
a caridade e a esperança. No século XX, ele foi o grande modelo de intelectual
que renegou as ilusões das ideologias e das filosofias idealistas e abraçou, de
forma alegre, a fé cristã. Por causa disso ele conseguiu criar uma obra de raro
equilíbrio entre fé, razão e sensibilidade literária. Obra que, em grande
medida, é sintetizada em <i>Ortodoxia</i>. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Foi por causa desse raro equilíbrio, entre outros
méritos, que a Santa Sé abriu o processo de beatificação de Chesterton. Não é
intensão desse pequeno estudo discutir ou emitir qualquer juízo sobre o
processo de beatificação de Chesterton, o qual atualmente está sob análise da
Congregação para as Causas dos Santos. Essa congregação é uma prefeitura da
Cúria Romana responsável, entre outras coisas, em</span><span lang="PT" style="line-height: 150%;"> processar o complexo trâmite que leva à <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Canoniza%C3%A7%C3%A3o" title="Canonização"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">canonização</span></a>
dos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo" title="Santo"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">santos</span></a>
católicos, passando pela declaração das <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtudes_heroicas" title="Virtudes heroicas"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">virtudes
heroicas</span></a></i> (reconhecimento do estatuto de <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vener%C3%A1vel" title="Venerável"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">venerável</span></a></i>)
e pela <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Beatifica%C3%A7%C3%A3o" title="Beatificação"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">beatificação</span></a>.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">No entanto, apesar do
processo de beatificação de Chesterton ser um assunto que, até o presente
momento, deve ser discutido pela Congregação para as Causas dos Santos e outros
órgãos da Cúria Romana é preciso ter em mente o que Paolo Gulisano, um especialista na obra chestiana e no citado processo de
beatificação, afirma. Em suas palavras: “[...] a leitura de Chesterton,
seja das novelas ou dos ensaios, deixa sempre no leitor uma grande serenidade e
um sentimento de esperança que deriva não certamente de uma visão da vida
imatura e mundanamente otimista – que é na realidade o mais distante do
pensamento de Chesterton, que denuncia detalhadamente todas as aberrações da
modernidade –, mas da concepção cristã, viril fortaleza da experiência
religiosa. A proposta de Chesterton é a de levar a sério a realidade em
sua integridade, começando pela realidade interior do homem e de dispor
confiadamente o intelecto, ou seja, o sentido comum, em sua original sanidade,
purificado de toda incrustação ideológica”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span>. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É por causa de tudo que foi exposto que Rosa Clara
Elena Nougué<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span>
afirma que Chesterton, no século XX, foi um ponto de contradição dentro do
campo das ideias, da arte e da fé. Justamente
o século XX que foi marcado pela ilusão do homem-deus e, por conseguinte, pelo
delírio, pela loucura e pelo abandono da razão. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Para Gustavo Corção<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span>
a obra de Chesterton é extensa e intensa. De um lado, ela é extensa porque
abrange uma grande área de assuntos e, do outro lado, é intensa porque aderiu,
com força e infatigável confiança, aos princípios básicos sobre os quais
repousam os destinos do gênero humano. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ainda de acordo com
Gustavo Corção<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span> a
obra de Chesterton não é destinada a críticos literários. Pelo contrário,
trata-se de uma obra destinada ao público comum. Chesterton, ao longo de sua
vida, teve um inquebrantável entendimento que o homem comum é capaz de
compreender e refletir sobre as grandes questões que preocupam o Ocidente. Para
ele, é um erro menospreza o homem comum utilizando-se, para tanto, de expressões,
como, por exemplo, ignorante e outros adjetivos semelhantes. Em sua visão, o
homem comum é capaz de ter um raciocínio tão brilhante como o que é produzido
pela crítica especializada. Sem contar que esse tipo de homem não está preso e
até mesmo alienado pelas ideologias que dominam o cenário intelectual
ocidental. Ideologias que asfixiam o pensamento e contribuem para criar o mito
do homem-deus<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[16]</span></span><!--[endif]--></span>. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ao longo de sua obra
literária Chesterton evitou três posições radicais que nortearam a literatura
do século XX. A primeira posição é a negação da fé. Negação que é sintetizada
pela proposição: <i>a fé é um campo da vida
humana destinado apenas aos(as) religiosos(as)</i>. Essa proposição é profundamente
preconceituosa. E o motivo disso é que ela tenta expulsar e negar o direito que
o cidadão possui de ter uma fé religiosa. A segunda é o uso da razão.
Chesterton sempre fez “uso incansável da razão”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[17]</span></span><!--[endif]--></span>,
mas esse uso não foi absoluto, como se a razão fosse a única dimensão a ter
condições de orientar o ser humano. Para ele, além da razão existe a fé. A
terceira é a negação da razão. É sempre bom recordar que o século XX – e início
do XXI – foi marcado pelo abandono da razão. No lugar da razão o homem ocidental
colocou as <i>teorias da desconstrução</i>,
as quais afirmam que a razão é um simples produto da cultura judaico-cristã e
que o homem, para ser feliz, deve, de um lado, renegar todos os valores
tradicionais do Ocidente (razão, fé cristã, família, etc) e, de outro lado, construir
uma cultura <i>pós-ocidental</i>. Cultura
que deverá ser marcada, em sua essência, pela negação de todos os valores
ocidentais, inclusive do abandono radical da razão. Chesterton nunca aceitou o
abandono da razão. Para ele essa postura conduz fatalmente o homem para a
loucura e o delírio. E vale lembrar que Chesterton presenciou o horror e a
loucura que foi a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Uma guerra que ocorreu,
em grande medida, pelo abandono da razão e provocou catástrofes e morticínios
em quase toda a Europa. <i> </i> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ao longo de sua obra,
Chesterton fez o uso harmonioso da tríplice relação: fé, razão e criatividade
literária. Essa tríplice relação teve como consequência a produção de uma
excepcional obra literária que provocou grandes conversões ao cristianismo e
uma sólida reflexão sobre os problemas enfrentados pelo homem ocidental. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Para compor sua obra
Chesterton teve várias influências de cunho filosófico, literário, cultural e
de outras naturezas. Não é intensão apresentar, neste pequeno estudo, todas as
influências recebidas por Chesterton, mas apenas discutir, de forma
introdutória, uma única e brilhante influência, ou seja, Tomás de Aquino. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 46.35pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><span style="line-height: 150%;">2.<span style="font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span></b><!--[endif]--><b><span style="line-height: 150%;">A
influência de Tomás de Aquino na obra de Chesterton<o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 46.35pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Tomás de Aquino é um
filósofo que nasceu e produziu sua obra no século XIII. Ele conseguiu uma
grande façanha, ou seja, produzir uma obra filosófica perene. Isso se deve aos
diversos e sempre atuais temas que foram abordados pelo Aquinate. É por causa
disso que Paul Strathern afirma que “Tomás foi o único a romper com a grande
tradição filosófica do fracasso”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[18]</span></span><!--[endif]--></span>,
ou seja, ao contrário da grande maioria dos filósofos que estão presos a uma
momento histórico e a uma cultura, Tomás de Aquino conseguiu, por meio da
profundida dos temas abordados (metafísica, ética, política, etc), romper com
essa limitação e, com isso, produzir uma obra verdadeiramente universal. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">De acordo com Rosa
Clara Elena Nougué<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[19]</span></span><!--[endif]--></span>,
Chesterton não nasceu católico e muito menos tomista. Assim como muitos jovens
europeus, no século XIX Chesterton teve uma formação marcada pelo secularismo,
pelo indiferentismo religioso e pela adesão, mesma que de forma indireta e sem
consciência, aos modismos filosóficos, como, por exemplo, o positivismo, o niilismo
e o materialismo. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Oficialmente Chesterton
se converte ao catolicismo em 1922, quando ele já tinha 48 anos e, portanto, 14
anos antes de sua morte. No entanto, desde, mais ou menos, o ano de 1905, ano
da publicação de <i>Hereges</i><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[20]</span></span><!--[endif]--></span>,
ele já tinha consciência e maturidade dentro da fé católica. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">No livro <i>Por que sou católico</i><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[21]</span></span><!--[endif]--></span>,
Chesterton afirma que a fé da Igreja ajudou-o a refletir e, por conseguinte,
romper com a cultura secular e de indiferença diante dos grandes problemas
humanos. A consequência do processo de rompimento foi à criação de uma obra
literária solta, leve e carregada de uma mordaz crítica as ilusões da
modernidade. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Do ponto de vista
estritamente didático será apresentada a influência de Tomás de Aquino na obra
de Chesterton em cinco questões. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><span style="line-height: 150%;">A
primeira questão</span></b><span style="line-height: 150%;"> é o uso da razão. De acordo com Rosa
Clara Elena Nougué<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[22]</span></span><!--[endif]--></span>,
Chesterton evita dois extremos. De um lado, ele não utiliza a razão como se
fosse o único instrumento capaz de auxiliar o homem a compreender a si mesmo e
a realidade. A razão tem uma irmã, ou seja, a fé. E ambas juntas exercem a
nobre tarefa de auxilio ao ser humano. Nas palavras de Chesterton: “A fé é
superior à razão, mas a razão é superior a tudo o mais, e possui direitos
supremos”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[23]</span></span><!--[endif]--></span>. <b> </b>Do
outro lado, ele não cai no delírio da negação e abandono da razão. Ele não
constrói uma literatura surrealista carregada de seres mitológicos e de
super-homens. Pelo contrário, a literatura chestiana é acima de tudo uma
literatura do bom senso e da análise da civilização. No entanto, a construção
dessa literatura só foi possível porque Chesterton descobriu um princípio
existente em Tomás de Aquino, ou seja, o uso equilibrado – e nunca o desprezo –
da razão. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É o uso equilibrado da
razão que fez Chesterton compreender que é preciso defender a supremacia da
civilização e do Ser contra a barbárie e o Não-Ser. Enquanto muitos escritores
e filósofos defendem a barbárie, o niilismo e o Não-Ser, Chesterton,
fundamentado pelo pensamento do Aquinate, demonstrou que defender a barbárie e o
Não-Ser é um absurdo. Para ele, defender essas questões é negar o princípio
básico da realidade, ou seja, que existem objetos no mundo. Somente um homem –
como é o caso do homem contemporâneo – perdido dentro da desrazão e de
doutrinas niilistas é que pode defender tal absurdo. É por causa disso, que
Gustavo Corção<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[24]</span></span><!--[endif]--></span> afirma
que, fundamentado pelo Aquinate, Chesterton conseguiu perceber que a vida
simples está repleta de uma racionalidade que só pode ser compreendida por meio
da fé. Uma racionalidade que apresenta as contradições e as consequências do orgulho
humano. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><span style="line-height: 150%;">A
segunda questão</span></b><span style="line-height: 150%;"> é a influência do padre </span><span style="line-height: 150%;">dominicano
irlandês</span><span style="line-height: 150%;">
</span><span style="line-height: 150%;">Vincent
Joseph McNabb, mais conhecido como Pe. McNabb. De acordo com Paolo Gulisano<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 115%;">[25]</span></span><!--[endif]--></span>, o Pe. McNabb foi professor e amigo pessoal de Chesterton, e um
dos principais responsáveis por sua conversão ao catolicismo. Juntamente com
Belloc fundou o Distributismo, que buscou realizar na Grã Bretanha os
princípios da Doutrina Social da Igreja Católica. Pe.
McNabb dedicou sua vida a defender o cristianismo contra todo tipo de ataque
ideológico. Foi um grande pensador, dotado de vastíssima cultura teológica,
professor, estudioso e escritor, ainda que boa parte dos textos que deixou
sejam coletâneas de seus discursos e homilias. Ele debatia e dialogava
com todo: protestantes de qualquer denominação, ateus e livres pensadores. Sua
fama cresceu a tal ponto que, todos os domingos, centenas de pessoas
compareciam ao parque para ouvi-lo. Foi convidado também a participar de
debates em teatros, desafiado por personalidades do calibre de G. B. Shaw. Era
dono de inteligência e erudição extraordinárias: lia o Antigo Testamento em
hebraico, o Novo Testamento em grego e Tomás de Aquino em latim.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sobre a intensa amizade entre
Chesterton e o Pe. McNabb é preciso realizar duas observações. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Primeira, durante o século XIX, com o triunfo do positivismo, do cientificismo, e
com a nova política imperial britânica, as leis que haviam mantido na
clandestinidade a Igreja Católica em toda a Grã-Bretanha por 300 anos são
abolidas. Inicia-se assim um novo período para a Igreja, uma <i>segunda primavera</i>; a Igreja Católica,
saída das catacumbas, revela toda sua vitalidade e força de verdade, forjadas
pelas longas e cruéis perseguições. Foi assim que, no período entre o final do
século XIX e as primeiras décadas do século XX, não apenas a Inglaterra como
todo o mundo puderam ser iluminados por figuras como o Cardeal Newman, Pe.
Robert Hugh Benson, Dom Ronald Knox, apologistas e profetas, e por escritores
geniais, que mergulhavam suas penas na tinta de uma fé intensa e apaixonada,
entre os quais Chesterton. Neste contexto é que deve ser pensado a amizade
entre Chesterton e o Pe. McNabb.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Segunda, o Pe. McNabb, assim como
grande parte da intelectualidade católica daquele momento histórico, foi
formado em um ambiente profundamente neotomista. No final do século XIX
vivia-se a atmosfera de renovação e renascimento do tomismo. Finalmente os preconceitos
que afirmavam que Tomás de Aquino é um pensador preso a Idade Média estavam
caindo e, com isso, gradativamente estava sendo aberto o caminho para o estudo
e o ensino acurados da vasta obra do Aquinate. Na segunda metade do século XIX
o Pe. McNabb era um sacerdote dedicado ao processo de restauração da fé católica
na Inglaterra, mas também um zeloso neotomista, o qual transmitiu seus conhecimentos
sobre a obra do Aquinate a seus alunos e amigos. É possível afirmar que de
todos os alunos do Pe. McNabb, Chesterton foi o mais brilhante. Por meio da
literatura, ele conseguiu dá uma visibilidade a Tomás de Aquino que não havia
sido pensada pelo movimento neotomista. Na década de 1930, em plena maturidade
artística e intelectual, Chesterton afirmava que Tomás de Aquino é uma “</span><span style="line-height: 150%;">mente
multifacetada”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[26]</span></span><!--[endif]--></span>,
um “titã de vigor intelectual</span><span style="line-height: 150%;">”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[27]</span></span><!--[endif]--></span>
e “um herói”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[28]</span></span><!--[endif]--></span>
para todos que lutam em prol da verdade e da fé.</span><span style="line-height: 150%;"> Por causa disso
o Aquinate tornou-se “um dos dois ou três maiores homens que já viveram”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[29]</span></span><!--[endif]--></span>.</span><span style="line-height: 150%;"> A
consequência de todo esse movimento é que para uma época, ou seja, o século XX,
que se tornou demasiadamente arrogante, só um santo-filósofo poderá devolver a
essa época o sentido da humildade, da harmonia e do pensamento lógico. Esse
santo-filósofo é Santo Tomás de Aquino<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[30]</span></span><!--[endif]--></span>.
<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><span style="line-height: 150%;">A
terceira questão </span></b><span style="line-height: 150%;">é o distributivismo. Como bem esclareceu Gustavo
Corção<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[31]</span></span><!--[endif]--></span>,
o distributivismo é a proposta da Doutrina Social da Igreja Católica. Ela
consiste na defesa da pequena propriedade rural e da pequena empresa privada. No
distributivismo, cada cidadão deve ter unicamente o necessário para manter, com
plena dignidade, sua vida, sua família e as demais pessoas que estão sob sua
responsabilidade. O distributivismo é uma doutrina política profundamente
alicerçada no Evangelho e, por isso, nega três tendências autoritárias da
sociedade moderna. Primeira, o excesso de Estado dentro da vida pessoal e
social. No distributivismo o Estado é reduzido ao mínimo necessário à vida e a
organização social. Segunda, ao capitalismo selvagem e antiético, o qual só
pensa em lucros e, por conseguinte, termina conduzindo milhões de pessoas a
morte e a pobreza. Terceira, ao socialismo, o qual, em grande medida, é muito
pior que o capitalismo, pois transforma todas as pessoas em escravas do Estado
e, no entanto, não lhes dá condições de viver dignamente. Chesterton foi um dos
grandes entusiastas e difusores do distributivismo. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Conforme demonstra </span><span style="line-height: 150%;">Ian Boyd<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[32]</span></span><!--[endif]--></span>, a perspectiva
distributivista de Chesterton é profundamente influenciada por Tomás de Aquino.
Seguindo a cultura neotomista reinante no início do século XX, Chesterton
estudou a obra do Aquinate. Esse estudo vez que o escritor inglês percebesse,
de um lado, que tanto a teoria política liberal como a socialista-marxista são
profundamente anticristã e, por conseguinte, conduzem o ser humano a servidão,
ao sofrimento e a morte. Do outro lado, Tomás fornece subsídios teóricos para desenvolver
um processo de distribuição da riqueza que nem cai na usura, como o
capitalismo, e nem cai no autoritarismo, como é o caso do socialismo. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><span style="line-height: 150%;">A quarta questão </span></b><span style="line-height: 150%;">é o famoso personagem Padre Brown criado por
Chesterton. O Pe. Brown é um detetive amador, não profissional, que desvenda
vários crimes e mistérios policiais usando a lógica aristotélica-tomista. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">É bom salientar que n</span><span style="line-height: 150%;">o final
do século XIX, Edgar Allan Poe criou o gênero narrativa policial ao inserir a
figura do detetive Auguste Dupin nos contos de mistério: <i>Os crimes da rua Morgue</i>, <i>O
mistério de Marie Roget</i> e <i>A carta
roubada</i>. O personagem Augusto Dupin era um detetive metódico, que
trabalhava sozinho e que era escolhido por ser o único do enredo capaz de
encontrar a identidade do criminoso. A partir desse modelo de romance policial,
autores como Agatha Christie e Arthur Conan Doyle – criador do famoso
personagem </span><span style="line-height: 150%;"><a href="http://galaxy.intercom.org.br:8180/dspace/handle/1904/7393"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Sherlocks </span></a>Homes
– </span><span style="line-height: 150%;">criaram romances policiais que seguiam a mesma
linha por quase dois séculos<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[33]</span></span><!--[endif]--></span>.</span><span style="line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O Pe. Brown é um dos mais famosos personagens criados por Chesterton. Ele
entrou para o rol da galeria dos grandes personagens literários. Trata-se de um
padre católico de origem inglesa, o qual, dentro do ideal do sacerdócio
católico, é um “celibatário profissional”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[34]</span></span><!--[endif]--></span> que
conduz suas atividades pessoais e religiosas “com muito divertimento, mas
contido”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[35]</span></span><!--[endif]--></span>
e que deseja, em “nome da verdade”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[36]</span></span><!--[endif]--></span>, ser
a “voz daqueles que não podem falar”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[37]</span></span><!--[endif]--></span> e contribuir
para libertar o ser humano das “trevas mais profundas”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[38]</span></span><!--[endif]--></span>. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Nos contos do Pe. Brown, Chesterton faz uso da lógica aristotélica-tomista,
a qual o próprio Chesterton alega ser a lógica por excelência. Além disso,
nesses contos há uma grande abertura para a dúvida e a objeção. Seguindo o
método desenvolvido por Tomás de Aquino<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[39]</span></span><!--[endif]--></span>,
Chesterton apresenta, ao longo dos contos, uma série de objeções à fé cristã, a
lógica, a prudência e ao bom senso. Lentamente Chesterton, por meio do
personagem Pe. Brown, vai respondendo todas as objeções e demonstrando a
superioridade da fé cristã e da lógica aristotélica-tomista. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><span style="line-height: 150%;">A quinta e última questão
</span></b><span style="line-height: 150%;">é a biografia que Chesterton escreveu sobre Tomás de
Aquino, cujo título é <strong><i><span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">Santo Tomás de Aquino:
biografia</span></i></strong><strong><span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">. Trata-se de uma das “melhores biografias”</span></strong><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[40]</span></span><!--[endif]--></span><strong><span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"> e “um dos livros mais
animados e populares sobre São Tomás”</span></strong><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[41]</span></span><!--[endif]--></span><strong><span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">. </span></strong> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">No entanto, não se trata de uma biografia tradicional, formada, em sua
essência, por vida e obra do pensador biografado. É claro que na biografia de
Tomás de Aquino escrita por Chesterton existe uma profunda descrição da vida e
da obra do Aquinate. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Acima de tudo é uma biografia <i>no
estilo de Chesterton</i>, ou seja, carregada com uma profunda linguagem
literária, cheia de ironias e de um profundo senso crítico. É uma biografia
destinada aos “católicos fracos e mundanos”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[42]</span></span><!--[endif]--></span>, os
quais tem a tentação de aceitar as ideias e o espírito anticristão da
modernidade. São pessoas batizadas e que até mesmo frequentam os sacramentos,
mas que pensam que viver a experiência radical da fé – como fez Chesterton – é algo
ultrapassado, coisa da Idade Média. Para essas pessoas a melhor atitude que um
cristão deve ter é aceitar o secularismo e o paganismo reinante na
modernidade. São pessoas que, de forma
direta ou indireta, se recusam a pregar o Evangelho e a dar testemunho público
da sua fé cristã. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É por causa disso que nessa biografia Chesterton denuncia os “erros
modernos”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[43]</span></span><!--[endif]--></span>
e, acima de tudo, o “retorno ao paganismo”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[44]</span></span><!--[endif]--></span>
promovido pela modernidade. Segundo ele<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[45]</span></span><!--[endif]--></span>, é
por causa desse retorno que a maioria das escolas filosóficas modernas duvidam
da possibilidade de pensar. E, com isso, o pensamento é reduzido ao niilismo, à
negação de tudo e de toda esperança. Chesterton dá como exemplo dessa postura
negativa e pessimista a obra do filósofo alemão Nietzsche. Um filósofo muito
conhecido e citado nos círculos de intelectuais no Ocidente. Para Chesterton, Nietzsche
é o “grande filósofo pagão”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[46]</span></span><!--[endif]--></span> da
era moderna, o qual ensinou ao homem moderno a não crer em Deus e a importância
do pessimismo e do fracasso. Por causa desse tipo de <i>educação </i>o homem moderno é um ser descrente, pessimista que vive
uma vida alienada e, muitas vezes, sem sentido. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Para Chesterton, Nietzsche não é a exceção, mas a grande regra do mundo
moderno. Um mundo marcado pela negação da fé, da esperança, da razão e da
lucidez. Para ele<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[47]</span></span><!--[endif]--></span>, só é
possível corrigir esse erro por meio de uma conversão profunda, ou seja, o
retorno à lucidez da razão. E essa lucidez é expressa de forma magistral por
Tomás de Aquino. Em um mundo marcado pela falta de fé e de razão, Tomás de
Aquino é um remédio. Simultaneamente, Tomás de Aquino é o santo e o filósofo
que a era moderna precisa para sair do obscurantismo, do secularismo, do
abandono da razão e do neopaganismo. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É por causa disso que Chesterton recomenda o estudo da obra do Aquinate e
afirma que o tomismo é a “única filosofia construtiva”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[48]</span></span><!--[endif]--></span>. Isso
acontece porque o tomismo é uma “filosofia da esperança”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[49]</span></span><!--[endif]--></span> e uma
“filosofia do bom senso”<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[50]</span></span><!--[endif]--></span>. Esperança
e bom senso são as duas coisas que o homem moderno tanto necessita para sair da
era do pessimismo e do niilismo. Essas duas coisas são encontradas em Tomás de
Aquino.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Por fim, afirma-se que as poucas linhas desse estudo não esgotaram a
questão da influência de Tomás de Aquino na obra de G. K. Chesterton. No
entanto, por meio delas é possível perceber que o Aquinate exerceu grande papel
na construção da bela e elogiável obra literária de Chesterton.</span><span style="line-height: 150%; text-indent: 1cm;"> </span><b style="line-height: 150%; text-indent: 1cm;"> </b><span style="line-height: 150%; text-indent: 1cm;"> </span><span style="line-height: 150%; text-indent: 1cm;"> </span><span style="line-height: 150%; text-indent: 1cm;"> </span><span style="line-height: 150%; text-indent: 1cm;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
</div>
<div>
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span> PATRICK, J. A. A razão
em G. K. Chesterton e C. S. Lewis. <span lang="EN-US">In: <i>Communio</i>, Vol. </span>XXVI, N. 2, mai/ago
2007, p. 364-365. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> GOUVÊA, R.
Q. Novos tempos, velhas crenças: crítica do neopaganismo sob uma ótica cristã.
I</span>n<span lang="X-NONE">:
<i>Fides Reformata</i>, 3/1, 1998, p. 45.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="style1" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: windowtext;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span><span style="color: windowtext;"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G.
K. <i>O homem que foi quinta-feira</i>. Rio
de Janeiro: Agir, 1957.</span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="style1" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: windowtext;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span><span style="color: windowtext;"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G.
K. <i>Ortodoxia</i>. São Paulo: Mundo
Cristão, 2008. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn5">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span> Sobre a conversão de
Chesterton ao catolicismo recomenda-se consultar: LA GORCE, A. de. Do pessimismo ao otimismo: G. K. Ghesterton. In.
LELLOTTE, F. <i>Convertidos do Século XX</i>. Rio de Janeiro: Agir, 1960, p. 139-152. O artigo de
Agnes de La Gorce apresenta, de forma detalhada, o processo de conversão de
Chesterton a fé católica. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn6">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> ROSA, L. R.
Doutrina social da Igreja Católica e a
pequena propriedade. I</span>n<span lang="X-NONE">: <i>Revista Brasileira de História
das Religiões</i>,<b> </b></span><span lang="X-NONE">Maringá (PR) v. 1, n. 3, 2009, p. 2.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn7">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span> PATRICK, J A. A razão
em G. K. Chesterton e C. S. Lewis, op. cit, p. 363. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn8">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> VILLAÇA, A.
C. <i>O pensamento católico no Brasil</i>.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1975, p. 144.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn9">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">SANTOS</span></strong>, I. <a href="http://www.aquinate.net/revista/edicao%20atual/Estudos/Estudos-11-edicao/Estudo-3-Santos.pdf"><span class="style61"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">O tomismo de Gustavo Corção</span></span></a>. I</span>n<span lang="X-NONE">: <em>Aquinate</em>, n. 11, 2010, p.
98. <o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn10">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> CORÇÃO, G. <i>Três alqueires e uma vaca</i>. 6 ed. Rio de
Janeiro: Agir, 1961, p. 17. <o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn11">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span> NOUGUÉ, R. C. E.
Chesterton: uma missão única. In: <i>Tradição
Católica<b>, </b></i>abril 2002, n. 175, p.
13.<b><i>
</i></b><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn12">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span>
<span lang="EN-US">GULISANO, P.<b> </b><span style="mso-font-kerning: 18.0pt; text-transform: uppercase;">G. K. C</span>hesterton,
beato? </span>Entrevista concedida à
Antonio Gaspari. In: <i>Zenit</i>.
Disponível em <span style="text-transform: uppercase;"><a href="http://www.zenit.org/article-22163?l=portuguese"><span style="color: windowtext; text-transform: none;">http://www.zenit.org/article-22163?l=portuguese</span></a></span>.
Acessado em 01/12/2009. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn13">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span> NOUGUÉ, R. C. E.
Chesterton: um apóstolo do século XX. In: <i>Boletim
da Santa Cruz</i>, Suplemento, n. 38, abril de 2008, p. 1. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn14">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span> CORÇÃO, G. <i>Três alqueires e uma vaca</i>, op. cit., p. 12-13.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn15">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> CORÇÃO, G. <i>Três alqueires e uma vaca</i>, op. cit., p.
25. <o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn16">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> CORÇÃO, G. <i>Três alqueires e uma vaca</i>, op. cit., p.
32. <o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn17">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[17]</span></span><!--[endif]--></span> PATRICK, J. A. A razão
em G. K. Chesterton e C. S. Lewis, op. cit., p. 366. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn18">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[18]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <span class="estilo61">STRATHERN, P. <i>São Tomás de Aquino</i>. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1999, p. 7. </span><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn19">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[19]</span></span><!--[endif]--></span> NOUGUÉ, R. C. E.
Chesterton: um apóstolo do século XX. In: <i>Boletim
da Santa Cruz</i>, Suplemento, n. 38, abril de 2008, p. 3-4. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn20">
<div class="style1" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: windowtext;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[20]</span></span><!--[endif]--></span></span><span style="color: windowtext;"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G.
K. <i>Hereges</i>. Lisboa: Cidade de Deus,
1964. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn21">
<div class="style1" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: windowtext;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[21]</span></span><!--[endif]--></span></span><span style="color: windowtext;"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G.
K. <i>Por que sou católico</i>. Madri: El
Buey Mudo, 2009, p. 32. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn22">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[22]</span></span><!--[endif]--></span> NOUGUÉ, R. C. E.
Chesterton: uma missão única. In: <i>Tradição
Católica<b>, </b></i>abril 2002, n. 175, p.
19.<b><i>
</i></b><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn23">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[23]</span></span><!--[endif]--></span> CHESTERTON, G. K. Santo
Tomás de Aquino. In: <i>Filosófica</i>,
Edição Especial Tomás de Aquino, Lisboa, n. 24, 2003, p. 328. Essa é a versão em português de Portugal do
artigo <i>Santo Tomás de Artigo </i>que
Chesterton publicou, em 27/02/1932, na revista <i>The Spectator</i>.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn24">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[24]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> CORÇÃO, G. <i>Três alqueires e uma vaca</i>, op. cit., p.
12.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn25">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[25]</span></span><!--[endif]--></span> GULISANO, P. <i>Babylondon. Pe. McNabb, professor de Chesterton, no caos da Babylon-London</i>. Roma: Edizioni Studio Domenicano, 2010. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn26">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[26]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> CHESTERTON,
G. K. Santo Tomás de Aquino, op. cit., p. 327.
<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn27">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[27]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> CHESTERTON,
G. K. Santo Tomás de Aquino, op. cit., p. 329.
<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn28">
<div class="style1" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: windowtext;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[28]</span></span><!--[endif]--></span></span><span style="color: windowtext;"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G.
K. <i>Santo Tomás de Aquino: biografia</i>.
Rio de Janeiro: Co-Redentora, 2002, p. 25. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn29">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[29]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> CHESTERTON,
G. K. Santo Tomás de Aquino, op. cit., p. 330.
<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn30">
<div class="style1" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: windowtext;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[30]</span></span><!--[endif]--></span></span><span style="color: windowtext;"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G.
K. <i>Santo Tomás de Aquino: biografia</i></span></strong>,
op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 31-32. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn31">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[31]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> CORÇÃO, G. <i>Três alqueires e uma vaca</i>, op. cit., p.
249-251.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn32">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[32]</span></span><!--[endif]--></span> BOYD, I. <i>Santo Tomás de
Aquino, G. K. Chesterton e o pensamento social distributista</i>. Conferência
proferida no Instituto Filosófico e Teológico do Seminário São José de Niterói
em 05/11/2010. Niterói: Instituto Filosófico e Teológico do Seminário São José,
2010. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn33">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[33]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> MASSI, F. O
detetive do romance policial contemporâneo. I</span>n<span lang="X-NONE">: <i>R e v i s t a P r o l í n g u a</i>, Vol. 2, </span>n<span lang="X-NONE">. 1,
Jan./Jun de 2009, p. 81. <o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn34">
<div class="style1" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: windowtext;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[34]</span></span><!--[endif]--></span></span><span style="color: windowtext;"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G.
K. <i>A sabedoria do Padre Brown</i>. <i>Contos reunidos do Padre Brown</i>. Rio de
Janeiro: Record, 1989, p. 64. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn35">
<div class="style1" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: windowtext;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[35]</span></span><!--[endif]--></span></span><span style="color: windowtext;"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G.
K. <i>A sabedoria do Padre Brown</i>. <i>Contos reunidos do Padre Brown</i></span></strong>,
op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 65. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn36">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[36]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>A sabedoria do
Padre Brown</i>. <i>Contos reunidos do Padre
Brown</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 75.</span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn37">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[37]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>A sabedoria do
Padre Brown</i>. <i>Contos reunidos do Padre
Brown</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 47.</span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn38">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[38]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>A sabedoria do
Padre Brown</i>. <i>Contos reunidos do Padre
Brown</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 38.</span></strong> <o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn39">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[39]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> SANTOS, I.
O método de pesquisa em Tomás de Aquino. I</span>n<span lang="X-NONE">: <i>Aquiante</i>, </span>Niterói, n<span lang="X-NONE">. 7, 2008,
p. 145-152. <o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn40">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[40]</span></span><!--[endif]--></span> NOUGUÉ, R. C. E.
Chesterton: um apóstolo do século XX, op. cit., p. 2. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn41">
<div class="style1" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: windowtext;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[41]</span></span><!--[endif]--></span></span><span style="color: windowtext;"> <strong><span style="font-weight: normal;">KENNY, A. <i>Tomás de Aquino</i>. Lisboa: Dom Quixote,
1981, p. 143. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn42">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[42]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>Santo Tomás de
Aquino: biografia</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 17. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn43">
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[43]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>Santo Tomás de
Aquino: biografia</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 73. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn44">
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[44]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>Santo Tomás de
Aquino: biografia</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 74. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn45">
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[45]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>Santo Tomás de
Aquino: biografia</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 156. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn46">
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[46]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>Santo Tomás de
Aquino: biografia</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 102. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn47">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[47]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>Santo Tomás de
Aquino: biografia</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 31-32.</span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn48">
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[48]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>Santo Tomás de
Aquino: biografia</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 155. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn49">
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[49]</span></span><!--[endif]--></span></span><span lang="X-NONE"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>Santo Tomás de
Aquino: biografia</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 158. </span></strong><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn50">
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE"><span style="font-size: x-small;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="line-height: 115%;">[50]</span></span><!--[endif]--></span></span></span><span lang="X-NONE"><span style="font-size: x-small;"> <strong><span style="font-weight: normal;">CHESTERTON, G. K. <i>Santo Tomás de
Aquino: biografia</i></span></strong>, op. cit.,<strong><span style="font-weight: normal;"> p. 123. </span></strong></span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span lang="X-NONE"><strong><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></span></strong></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span lang="X-NONE"><strong><span style="font-weight: normal;">*</span></strong></span><span style="line-height: 24px;">SANTOS, Ivanaldo. A influência de Tomás de Aquino na obra de G. K. Chesterton. In: </span><i style="line-height: 24px;">The Chesterton Review</i><span style="line-height: 24px;">, v. 2, n. 1, 2010, p. 65-76. ISSN On-line: 2162-8556.</span></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span lang="X-NONE"><strong><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></span></strong></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="tab-stops: 332.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span lang="X-NONE"><strong><span style="font-weight: normal;">**</span></strong></span>Ivanaldo Santos é doutor em estudos da linguagem pela UFRN, professor do <st1:personname productid="departamento de" w:st="on">departamento de</st1:personname> filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERN. E-mail: <a href="mailto:ivanaldosantos@yahoo.com.br"><span style="color: windowtext;">ivanaldosantos@yahoo.com.br</span></a>.</span></div>
</div>
</div>
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-78041425350374900182012-04-13T05:19:00.003-07:002012-04-13T06:02:44.190-07:00Testemunho da Conversão de G.K.Chesterton<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Por Marcus Pimenta</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Publicado no site <i>Veritatis Splendor</i></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Publicado em 16/08/2004</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">"Ainda que católico apenas há alguns anos, reconheço no entanto que a pergunta - «Porque sou católico?» - é absolutamente diferente desta outra - «Porque me tornei católico?». Há sempre mais razões na primeira, que se manifestam só quando um motivo inicial nos levou à execução. Tão numerosas, tão diferentes são elas, que por fim, o motivo original pode ficar suplantado, e pode aparecer quase reduzido a uma coisa secundária. Tanto no sentido real como no ritual pode a «confirmação» (que significa fortalecimento, consolidação) vir depois da conversão. Os argumentos para esta são inumeráveis, e frequentemente o convertido, mais tarde, não consegue determinar por que ordem apareceram. Mas em grande parte reduzem-se facilmente a um só....</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Todavia, julgo poder afirmar que aquilo que primeiramente me atraiu para o Catolicismo foi o que na r ealidade me deveria ter afastado dele. Muitos católicos devem os seus primeiros passos em direcção a Roma, creio eu, à amabilidade do falecido sr. Kensit [ pequeno livreiro da City que entrando nas Igrejas perturbava o culto divino. Morreu em 1902, de feridas recebidas num daqueles assaltos. A opnão pública em breve se voltou contra ele. Com a designação de «Imprensa Kensítica» designam-se, na Inglaterra, as publicaçõesreligiosas mais ferozmente anti-católicas, a que falta toda a razão e boa-vontade.]</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Lembro-me em particular de dois casos, em que as acusações de autores sérios fizeram que me parecesse desejável precisamente o que era condenado. No primeiro caso, Horton e Hocking, se não me engano, citavam tremendo de horror, uma terrível blasfémia que tinham encontrado num místico católico, a respeito da Santíssima Virgem: «Todas as outras criaturas devem tudo a Deus; mas a esta tem o mesmo Deus de estar agradecido». Eu, pelo contrário, estremeci como se tivesse ouvido o som duma trombeta e disse quase em voz alta:«Isto está dito maravilhosamente!» Pareceu-me que milagre da Incarnação, se compreendermos bem o místico, dificilmente poderá exprimir-se melhor ou mais clarmente. No segundo caso, alguém do «Daily News» (nesse tempo eu era também dos do «Daily News») apresentou como exemplo típico do formalismo vazio do culto católico, ter certo bispo francês declarado a alguns soldados e trabalhadores, que só a muito custo e exaustos conseguiam ir de manhã cedo à igreja, que Deus se contentava comsua presença corporal, e não lhes levaria a mal o cansaço e a distracção. Voltei a dizer para mim mesmo: «Que admirável senso comum possui esta gente! Se alguém percorresse dez milhas para me dar uma prova de afecto apreciá-lo-ia muitíssimo, mesmo que essa pessoa viesse a adormecer, logo na minha presença. Poderia citar ainda outros casos destes primeiros tempos em que os débeis movimentos da minha fé católica eram praticamente alimentados só por escritos antí-católicos.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Sobre aquilo que se seguiu a estes primeiros movimentos, não tenho a menor dúvida. É uma dívida que reconheci tanto mais quanto maiores foram os meus desejos de a saldar. Já antes de conhecer as duas notáveis personalidades, a que neste sentido tanto devo - o Rev. João O'Connor, de Bradford, e o sr. Hilário Belloc, tinha começado a caminhar nesta direcção, e isso debaixo da influência do meu tradicional liberalismo político, ai mesmo dentro da cidadela do «Daily News», Este primeiro impulso agradeço-o, depois de Deus, à história e à atitude do povo irlandês...a questão irlandesa...era unicamente uma questão religiosa...estes cristãos eram tão decididos e incómodos como os que outrora foram lançados por Nero aos leões. Desta minha exposição, deduzem-se facilmente as rãzoes de eu ser católico, razões que a partir de então se tornaram cada vez mais poderosas.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Poderia ainda expor como fui verificando, cada vez mais claramente, que todos impérios que se separaram de Roma conseguiram precisamente aquilo que conseguem todos os homens, que desprezam as leis e a natureza: êxito fácil, de momento, e pouco depois a sensação de ter caído num laço, de se encontrar numa situação má, da qual não podem libertar-se por si mesmos...</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">...Atentemos, nos dois pontos que me impressionaram de modo especial. No Mundo há mil e uma espécies de misticismo, capazes de fazer endoidecer um homem, mas só uma existe que o põe em estado normal... Não há dúvida que a humanidade não pode viver muito tempo sem mística. Até os primeiros e agudos sons da voz gelada de Voltaire encontraram eco em Cagliostro. Nos tempos de hoje espalham-se de novo entre nós a superstição e a credulidade com rapidez tão furiosa, que dentro em breve estarão muito próximos os católicos e os agnósticos. O católico será o único homem que terá direito a chamar-se racionalista. A mesma dança de mistérios se desencadeou nos fins da Roma pagã, a despeito de todos os «interm ezzos» cépticos de Lucrécio e Lucano. Ser materialista não é coisa natural, nem produz nenhuma impressão natural. Não é natural contentar-se com a natureza. O homem é místico. Nascido como mistico, morre também quase sempre como místico, sobretudo. Mas, enquanto todas as sociedades humanas mais cedo ou mais tarde, sentem esta inclinação para as coisas extraordinárias, é-se forçado a confessar que apenas uma delas toma em consideração as coisas da vida ordinária. Todas as outras põem de parte o que é de todos os dias, e desprezam-no....Este é apenas um dos muitos factos que provam esta verdade: que só na religião católica os mais altos e, se assim se quiser, os mais absurdos votos e profissões são, amigos e protectores das coisas boas da vida ordinária. Muitas correntes místicas abalaram o mundo; apenas uma se conservou: o santo está ao lado do homem simples; o peregrino mostra amor à família; o monje defende o matrimónio. Entre nós, o óptimo não é inimigo do bom. Entre nós, o óptimo é o melhor amigo do bom. Qualquer revelação visionária degenera por último numa ou outra filosofia indigna do homem, em simplificações perturbadoras, em pessimismo, em optimismo, em fatalismo, em coisa nenhuma, em nada, em não-sentido, em absurdo. Todas as religiões têm em si qualquer coisa de bom, mas o bom, a sua mesma realidade própria, a humildade e amor, e ardente gratidão a Deus, não se encontra nelas. Quanto mais profundamente as conhecemos, e até quanto maior reverência por elas sentimos, mais claramente o compreendemos. No mais profundo delas encontra-se qualquer outra coisa que não é o puro bem; encontra-se a dúvida metafísica acerca da matéria, ou a voz forte da natureza, ou, no melhor dos casos, o temor da lei e da divindade. Se estas coisas se exageram, surge uma deformação que pode ir até à adoração do demónio. Tais religiões só são toleráveis enquanto passivas. Enquanto permanecem inertes, podemos respeitá-las como ao protestantismo vitoriano. Mas o entusiasmo mais ardente pela Santíssima Virgem, ou a mais ousada imitação de S. Francisco de Assis, serão sempre, na sua essência mais profunda, coisas meritórias e sãs; ninguém por isso negará a sua condição de homem nem desprezará o próximo; o que é bom nunca poderá ser bom demais. Esta é uma das características que me parecem únicas e universais ao mesmo tempo. Uma outra se segue.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Apenas a Igreja Católica pode salvar os homens da escravidão destruidora e rebaixante de ser filho da sua época. Bernardo Shaw exprimiu há pouco o íntimo desejo de que toda a gente pudesse viver 300 anos, numa época mais feliz. Isso caracteriza o modo como os fabianos, segundo a sua expressão, só querem reformas verdadeiramente práticas e objectivas. De resto, é muito fácil, pois estou firmemente convencido de que, se Bernardo Shaw tivesse vivido os últimos 300 anos, já há muito se teria convertido ao catolicismo. Teria compreendido como o mundo se move num círculo, e como é pouco de se confiar no seu preten dido progresso. Teria visto como a Igreja foi sacrificada a uma superstição bíblica, e a Bíblia a uma superstição darwinistico-anarquista, e teria sido o primeiro a combater contra isto. Seja como for, ele desejava a todos os homens uma experiência de 300 anos. Em contraste com todo os outros homens, possui o católico uma experiência de 19 seculos. Um Homem que se torne católico fica de repente, a ter a idade de 2.000 anos. Exprimindo-me de modo mais exacto, quero dizer: só então é que se desenvolve e chega à plenitude da sua humanidade. Julga as coisas da maneira como elas movem a humanidade nas diferentes épocas e países e não segundo as últimas notícias dos jornais. Quando um homem moderno nos vem dizer que a sua religião é o espiritismo ou o socialismo, mostra que vive no mais recente mundo dos partidos. O socialismo é uma reacção contra o capitalismo, contra a doentia acumulação de riqueza na nossa própria nação. Completamente diferente seria a sua política, se ele vivesse em qualquer outra parte, possivelmente em Esparta ou no Tibete. O espiritismo não causaria tanta sensação, se não constituísse um protesto ardente contra o materialismo espalhado por toda â parte. Nunca a verdadeira ou falsa crença nos espíritos sobressaltou o mundo tanto como agora. O espiritismo seria impotente se o supra-sensível fosse reconhecido universalmente. Só depois de uma geração inteira haver afirmado, dogmática e definitivamente, que não pode haver espíritos, é que se deixou assustar por um miserável espiritozinho. Pode dizer-se, como desculpa, que tais são invenções da própria época. Desde há muito que a Igreja Católica demonstrou que não é invenção da sua época. É obra do seu Criador, e, a despeito da idade, tão vigorosa ainda como na primeira juventude; até os seus inimigos renunciaram, no mais profundo da sua alma, a esperança de a verem morrer um dia."</span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-830589017781377482012-03-26T05:40:00.005-07:002012-04-13T06:05:03.525-07:00Aquele fio “negro” que une Dickens a Chesterton contra o ceticismo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><i><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Por Giuseppe Bonvegna</span></i></span></div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><i><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">*Extraído do </span></i><a href="http://www.ilsussidiario.net/News/Cultura/2012/3/23/LETTURE-Quel-filo-nero-che-unisce-Dickens-a-Chesterton-contro-lo-scetticismo/258336/"><span style="background-color: transparent; color: blue; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;">IlSussidiario.net</span></a><i><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">, do dia 23 de março de 2012. </span></i></span></div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><i><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Traduzido por Paulo R. A. Pacheco.</span></i></span></div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"> </div><div style="text-align: right;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghYVjS8Es0fhOsY-VR7_lh0MqYU2hD9ogoEQ-7ewBsd5oLysTCVWD0VnMgQSPF8tLHmbLg8tCdT9P4JOTUeKbgs9TZoAHS0lkNyt8bksurzurH0B3a5GZKZ19B_ohWYupTXlOS9hwNzmc/s1600/Chesterton.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghYVjS8Es0fhOsY-VR7_lh0MqYU2hD9ogoEQ-7ewBsd5oLysTCVWD0VnMgQSPF8tLHmbLg8tCdT9P4JOTUeKbgs9TZoAHS0lkNyt8bksurzurH0B3a5GZKZ19B_ohWYupTXlOS9hwNzmc/s200/Chesterton.jpg" width="182" /></a></div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Também para o </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">As aventuras do S.r Pickwick </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">(1837), o primeiro romance de Charles Dickens (1812-1870), que comemora, este ano, o ducentésimo aniversário de nascimento, vale a recomendação segundo a qual é sempre melhor ler o prefácio apenas depois de ter lido o romance, para não se perder a beleza da descoberta da trama.</span></span></div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">No caso de </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">As aventuras do S.r Pickwick</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">, é preciso porém acrescentar que, mesmo depois de ter lido as mais de mil páginas das quais é composto, se descobre que uma trama verdadeira não fica evidente e que o prefácio poderia, pelo contrário, ser útil apenas para o fim ao qual comumente não é destinado (o de descobrir se, de verdade, há uma trama); tanto mais que (pelo menos na edição italiana da Oscar Mondadori) o prefácio é assinado por uma pessoa que, a respeito de tramas, seguramente era um grande conhecedor: Gilbert Keith Chesterton (1874-1936), o grande romancista, ensaísta e escritor de policiais, que se converteu ao catolicismo em 1922, e de quem, em 2011, foi publicada, pela Editora Marietti, a primeira edição em italiano da obra </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Appreciations and Criticism of the Works of Charles Dickens</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">, uma coletânea de seus escritos sobre Dickens publicada por ele em 1911 (</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Una gioia antica e nuova</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">: scritti su Charles Dickens e la letteratura. Organizado por Edoardo Rialti).</span></span></div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Para compreender porque esta publicação constitui uma contribuição importante para a compreensão não apenas de Dickens e de Chesterton, mas também da literatura inglesa vitoriana e do século XX, é preciso retomar nas mãos a obra </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Svelare il mistero</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> (</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Revelar o mistério</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">, sem tradução para o português, publicado em 2000, pela editora Gribaudi de Milão), uma coletânea de escritos de Chesterton sobre os romances policiais. Nesta obra, Chesterton vê em Dickens o precursor (junto com Edgar Alan Poe e Robert Louis Stevenson) do gênero policial criado no final do século XIX por Arthur Conan Doyle (1859-1930) com </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Sherlock Holmes.</span></span></div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Se de fato, como é explicado na nova coletânea chestertoniana sobre Dickens, Chesterton gostava da obra literária de Dickens desde criança, então não é difícil captar todo o alcance da sua afirmação contida num artigo de 1901, referido na antiga coletânea da Gribaudi: Chesterton sustentava que, comparado a Conan Doyle, somente os personagens de Dickens (particularmente os personagens de </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">As aventuras do S.r Pickwick</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">) tinham a capacidade, como Sherlock Holmes, de “romper o casca do livro da mesma maneira que o pintinho quebra a casca do ovo”.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Dickens, portanto, pode ser entendido como precursor do romance policial, visto ter sido um dos primeiros a introduzir, no romance, o expediente da reviravolta na trama através da revelação gradual da história de maneira a deixar (no início) o protagonista de lado e fazê-lo ir entrando de maneira inesperada apenas depois que os elementos do entorno da trama forem expostos.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Todo este procedimento, que torna o romance vitoriano de Dickens (ou “à Dickens”) seguramente diferente (e mais convincente) se comparado com outros contemporâneos seus italianos e franceses; significa, porém, tornar a história também mais aderente à vida e levar-nos, portanto, a falar da fé como método de conhecimento, mesmo se isto (pelo menos a primeira vista) pudesse parecer estranho.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">O que, de fato, salta aos olhos, lendo exatamente </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">As aventuras do S.r Pickwick</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">, não é a descrição dos problemas sociais e muito menos uma visão religiosa, mas o fato de que o prazer de seguir o desenvolvimento dos acontecimentos narrados não apenas não é diminuído, mas cresce exatamente por nunca saber exatamente, no decorrer do romance, qual é o motivo pelo qual os componentes do “clube”, do seu fundador – Samuel Pickwick – aos “membros correspondentes” – Augustus Snodgrass, Tracy Tupman, Nathaniel Winkle –, andem por Londres e pelo sul da Inglaterra em busca de aventuras com as quais, depois, invariavelmente acabam topando, saindo delas sempre (sobretudo o S.r Pickwick) transformados.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Há então uma pergunta que somente esta cômica falta de explicações consegue manter aberta até a última página daquele que Chesterton dizia ser não um romance, mas um relato mitológico, e para a qual nem mesmo Chesterton foi capaz de fornecer uma resposta “barata”, limitando-se a sustentar que o mistério que envolvia as motivações do S.r Pickwick era uma alternativa ao ceticismo: “Com acompanhamento de tochas e trombetas, como um convidado de honra, o principiante é pego por uma armadilha da vida. O cético, pelo contrário, fica preso do lado de fora”.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Primado do fato sobre a ideia, da realidade sobre a utopia, do reconhecimento do limite humano como criatura sobre o perfeccionismo, de uma confiança última na realidade sobre a pretensão de enjaulá-la nos esquemas de um conhecimento calculado e não vital: trata-se de um modelo de razão que, no âmbito da filosofia inglesa, havia dado vida à reação contra o ceticismo empirista da segunda metade do século XVIII por Thomas Reid (1710-1796), através da filosofia do </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">common sense</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">, e que, nos mesmos anos de Dickens, animava a doutrina do conhecimento do Beato John Henry Newman (1801-1890), um dos mestres inspiradores de Chesterton.</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> </span></span></div><div dir="ltr" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">As aventuras do S.r Pickwick</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">, então, não é (ou, pelo menos, não é apenas) um relato cômico e, neste ponto, é possível também dizer que muito menos as sagas policiais chestertonianas do Padre Brow ou de Mister Pond sejam apenas contos policiais.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">É o mesmo primado da realidade sobre a ideia, presente em Pickwick, que dá fundamento para as investigações de Padre Brown e de Mister Pond e que introduz a prova moral como indício mais válido do que a prova objetiva, porque faz referência à totalidade do ser humano, cujas motivações do agir, longe de se dividirem segundo o binômio racional/irracional, às vezes respondem a lógicas mais complexas, nas quais não está em jogo nem a lógica abstrata nem a falta de pensamento, mas um modelo diferente de razão.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Se então Padre Brown e Mister Pond chegam a descobrir a verdade de um delito, isto não acontece porque tenham conseguido uma quantidade maior de informações ou porque tenham analisado melhor o caso, mas porque observaram mais profundamente, dando-se conta de particulares que somente uma razão para a qual interesse o coração humano é capaz de captar.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">“Dou muita importância a ideias vagas”, diz Padre Brown no conto “O estranho crime de John Boulnois” que está no livro </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">A sabedoria do Padre Brown</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> (Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1986): “As coisas que ‘não são evidentes’ são as que me convencem. Julgo a impossibilidade moral como a maior de todas as impossibilidades” (p. 230).</span></span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-3990204359726787072012-03-21T05:49:00.004-07:002012-04-13T06:00:13.347-07:00O catolicismo de Chesterton<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Por Waldemar M. Reis</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Fonte: <i>Tribuna da Imprensa</i> , 5 de Setembro de 2003</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: small;"><span style="font-size: x-small;">Disponível no site <a href="http://www.veritatis.com.br/article/1986" target="_blank"><i>Vertatis Splendor </i></a></span></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Comentar o `São Francisco de Assis' de G. K. Chesterton num jornal é, no mínimo, desconfortável. Pode-se incorrer, segundo o autor, na `imperfeição de contar a história pelo fim', sem dar a conhecer as circunstâncias na origem do fato em questão. Trata-se, para ele, de uma imperfeição característica da linguagem jornalística, largamente adotada pelos historiadores - sua ênfase é nos ingleses - durante século XIX.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Com isso introduz um dos escorços históricos mais ágeis, mais brilhantes, sobre o período desde a oposição da doutrina cristã ao paganismo até o século XII, para que se possa experimentar, com a leitura do seu livro, a gênese mística do santo, para que se entenda o tom do diálogo de Francisco com a Igreja do seu tempo. Mas não lhe basta o exercício de relacionar causas e efeitos para trazer ao leitor uma compreensão de costumes que o tempo se encarregou de transfigurar. Para tal é necessário ainda que, como autor, se afeiçoe ao tema escolhido.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">É esse o estado de espírito no qual Chesterton nos apresenta o legado franciscano: o de alguém profundamente apaixonado. Para compreendê-lo, não incorrendo na mencionada 'imperfeição jornalística', é necessário ao menos lembrar a circunstância na qual o livro foi escrito, sendo impossível oferecer aqui maiores detalhes de uma vida de grandes produtividade e imaginação literárias. A paixão chestertoniana é a fé católica, à qual se convertera havia cerca de um ano, assim sacramentando a vocação do autor para o questionamento das desigualdades entre os homens.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Desse modo a transformação por que passa o filho do comerciante Bernardone, na Assis do século XII, emblemática da sofrida pelo próprio Chesterton em pleno século XX, é descrita como o verdadeiro estopim do Renascimento, como a verdadeira Reforma que o autêntico espírito cristão reclamava para tornar-se outra vez merecedor de sua origem. Até Francisco a Igreja Católica tratara de fazer jus à universalidade a que se propunha desde o nome opondo-se de modo frontal aos cultos pagãos da natureza.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Para consegui-lo incorreu em desmedidas que a confinaram a prolongada penitência, como o atestam as obras de Santo Agostinho e São Bento. Com Francisco o misticismo cristão reincorpora a natureza e seus processos (antes partes dos ritos pagãos) de modo a reencontrar, frente ao espelho, a imagem de Cristo. O voto de pobreza do santo é, para o inglês, sinal da confiança no desígnio celeste que nos confina no mundo: Deus provê sempre, cabendo-nos desfrutar de Sua misteriosa magnanimidade.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Aos olhos do homem comum, o 'São Francisco de Assis' de Chesterton enfatiza a irracionalidade como elemento determinante na consecução da beatitude. O radicalismo dos atos do santo, incomensurável ainda para nós, entretanto, é mostrado como sumamente conseqüente, como desafio perene à audácia de alguém se dizer cristão. Como autoproclamado 'jongleur de Dieu' (malabarista de Deus), Francisco se apresenta de ponta-cabeça para o mundo com a naturalidade de quem nasceu para assim ficar e sem, contudo, censurar quem escolheu conservar os pés sobre a terra. O livro é um espetáculo encantador de malabarismo concebido como testemunho da fé de um gênio cujo personagem partilha consigo - e conosco - intimidade semelhante à do tato.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Em 1933, dez anos depois desta, apareceria outra hagiografia, o 'São Tomás de Aquino'. Nesse novo livro Chesterton se mostra, como se fosse possível, mais maduro. Refiro, assim, o sentimento católico, não o estilo, sempre denso, mas leve, e cujos ecos se fizeram escutar na obra do não menos genial argentino Borges. A fé do escritor se apresenta ali renovada pelo entendimento, sem que abra mão por um só instante do imprevisível e do miraculoso, esperados num escorço biográfico de um santo.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A comparação com o 'São Francisco de Assis' é inevitável e o autor é o primeiro fazê-lo. Se neste livro o foco está no humanismo de senso comum que marcou a vida ascética de Francisco, o 'São Tomás de Aquino' objetiva mostrar como são fundamentados os mesmos postulados humanistas sob o prisma da filosofia aristotélica, reabilitada pelo santo em plena Idade Média. Conhecendo embora as armadilhas do pensamento sistemático, como os raciocínios infindáveis, São Tomás envereda por todos os que lhe estão ao alcance sem abdicar jamais da condição sensível de que somos dotados desde o útero.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Essa reivindicação tomista da sensibilidade é seguida à letra no trabalho chestertoniano, cuja textura, indefinível tanto como romance quanto como ensaio, reserva prazer crescente à leitura. Nele abundam objeções ao ceticismo bem como ao liberalismo inglês, enquanto formas de coibir tanto a experiência mística quanto o bem-estar de que devem desfrutar todos os homens. A obra foi imediatamente louvada, desde o seu aparecimento, pelos estudiosos do tomismo do início do século passado, como o francês J. Maritain. Acrescentar-lhe aqui outros elogios é tarefa de duvidosa utilidade.</span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-27757792713641470292012-02-22T06:21:00.002-08:002012-02-22T07:12:36.435-08:00Por que Chesterton?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"></div><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: small;"><span style="line-height: 115%;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><span style="line-height: 115%;">Diego G. Silva</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><span style="line-height: 115%;">Editor do Chesterton Brasil.org</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><span style="line-height: 115%;">Publicado originalmente na <i>Revista In Guardia</i>, ano I, n. 2, p. 54-55, out. 2011.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-size: x-small;">Confira mais sobre a Revista <i>In Guardia</i> <span style="font-size: small;"><a href="http://inguardia.blogspot.com/" style="color: #990000;" target="_blank">aqui</a></span></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Por que resgatar o pensamento de um escritor que morreu há 75 anos e mesmo tendo escrito mais de 4 mil artigos e mais de 80 livros tem poucas obras traduzidas para o português? Gilbert Keith Chesterton é, com certeza, um dos escritores mais injustiçados e esquecidos. Suas obras foram deixadas à margem e desconhecidas, diríamos sob suspeita. Tudo por um simples detalhe que não passa despercebido do leitor, como disse um periodista espanhol: Ele era católico.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">De antemão é preciso esclarecer que a doutrina católica é indissociável das obras de Chesterton. Certa vez, um professor de Literatura Inglesa me questionou se eu queria fazer um estudo sobre o catolicismo na obra de Chesterton, ele disse que isto escapava de sua competência. Eu lhe respondi que não, mas que o catolicismo era indissociável de suas obras. E de fato o é. Basta a leitura de qualquer do seus livros, artigos etc. Se Chesterton às vezes não se aprofunda explicitamente na doutrina católica, ele já dá um passo significativo ao abordar as questões sob o ponto de vista do senso comum, senso tão importante para um razão saudável aberta ao inquestionável, imutável e atualíssimo transcendente que está sempre acessível aos olhos da fé e da razão. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Nascido no dia 29 de maio de 1874, Kensington, Londres, Chesterton foi batizado no Anglicanismo. A fase de sua vida mais obscura (no sentido espiritual, poderíamos dizer) foi sua adolescência. Ele mesmo nos diz isso quando escreveu no livro Ortodoxia (1908), magistral e primorosa obra de Chesterton</span><span style="line-height: 115%;"> “<i>Eu era pagão aos doze anos de idade e um perfeito agnóstico aos dezesseis.”. </i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Apesar de ter tido uma fase árida (ou noite escura, como poderia nos dizer os santos ao relatar o vazio da ausência de Deus) e ter tentando criar, como depois ele mesmo disse uma própria ‘ortodoxia’, se deu conta de que as ideologias em voga no seu tempo não o satisfaziam, algo que santo Agostinho já dizia: “</span><i><span style="line-height: 115%;">fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti</span></i><span style="line-height: 115%;">”</span><span style="line-height: 115%;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i><span style="line-height: 115%;"> </span></i><span style="line-height: 115%;">O coração daquele sujeito de mais de dois metros e quase 140 quilos só iria encontrar descanso ao se refugiar em Cristo e no “lar”, na Igreja Católica, onde foi batizado no ano de 1922. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">A presença de Nossa Senhora foi fundamental para conversão de Chesterton. Ele mesmo nos relata que quando se lembrava do catolicismo se recordava de Nossa Senhora: </span><i><span style="line-height: 115%;">“Mal consigo recordar um tempo em que a imagem de Nossa Senhora não se erga muito concretamente no meu espírito [...]. Quando recordava a Igreja Católica, recordava-a a Ela; quando tentava esquecer a Igreja Católica, tentava esquecê-la a Ela”.</span></i><span style="line-height: 115%;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">A vida de Chesterton é um grande paradoxo. Um sujeito de dimensões gigantes possuía um coração pequeno que não conseguia bombear o suficiente para mantê-lo. Inclusive isto foi um dos motivos para seu falecimento há 75 anos, em 14 de junho de 1936. Se pequeno era seu coração físico, gigante era seu coração em generosidade, amizade e amor. Sempre apaixonado por Francês Blog, com que se casou em 1901, não puderam ter filhos. No entanto tiveram milhares de admiradores e muitos amigos. Chesterton foi grande amigo de </span><span class="apple-style-span"><span style="line-height: 115%;">Bernard Shaw, H.G. Wels, G.S. Street, etc. Tornou-se grande amigo de Hillaire Belloc, a quem estimava muito, fato que levou Shaw a apelidá-los de “<i>monstro Chesterbelloc</i>”. </span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="apple-style-span"><span style="line-height: 115%;">Seu personagem mais marcante é o famoso sacerdote-detetive Padre Brown. É curioso pensar que Chesterton, de férias, iria conhecer um padre que se tornou muito amigo, que lhe inspiraria a criar o famoso detetive Padre Brown. Pe. John O’Connor, que era de origem irlandesa e estava alocado na Igreja de St. Anne de Keighley, em Yorkshire. Segundo Maise Ward, biógrafa de Chesterton, era “<i>talvez a amizade mais íntima da vida de Gilbert</i>.” O primeiro conto da saga Padre Brown foi lançado em 1901, a exatos cem anos, com o título <i>A inocência do Padre Brown</i>. Já no primeiro conto a <i>Cruz azul</i> Chesterton já se apresenta e também a seus personagens. Ele demonstra como a razão e o conhecimento profundo do ser humano, em especial o fato dele ser um ser marcado pelo pecado original, será a chave investigativa do Padre Brown. Antônio Gramsci, comunista italiano disse que Chesterton “<i>era <span style="color: black;">um grande artista”</span></i><span style="color: black;">, </span>em uma de suas cartas<span style="color: black;"> de cárcere, e explica a fórmula como o Brown resolvia os mistérios: <i>“O padre Brown é o</i></span></span></span><span class="apple-converted-space"><i><span style="color: black; line-height: 115%;"> </span></i></span><span class="apple-style-span"><i><span style="color: black; line-height: 115%;">sacerdote católico que através de refinadas experiências psicológicas fornecidas pelas confissões e pela trabalhada casuística moral dos padres, embora sem menosprezar a ciência e a experiência, mas baseando-se especialmente na dedução e na introspecção.”</span></i></span><span class="apple-style-span"><span style="line-height: 115%;"></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="apple-style-span"><span style="line-height: 115%;">Apesar de ainda desconhecida sua vida e suas obras – basta ir em uma livraria e pedir livros dele para comprovar – houve, como ainda há, esforços para torná-lo conhecido no Brasil. Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, Gilberto Freire, entre outros, foram grandes admiradores de Chesterton.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="apple-style-span"><span style="line-height: 115%;">Com o intuito de difundir a vida e obra de Chesterton, um pequeno grupo, motivado pelo autor desse artigo, decidiu lançar a ideia de criar um site chamado “Chesterton no Brasil”. O site tem como objetivo reunir artigos, traduções, vídeos, áudios, frases e trechos de suas obras, imagens etc. com o intuito de possibilitar um contato com a vida e pensamento desse gênio e motivar a criação de sociedade Chestertoniana no Brasil.</span></span></span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-83759378152007900342012-02-13T18:30:00.001-08:002012-04-13T05:54:37.268-07:00Necessário ler: G. K. Chesterton<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><i>Por </i>Todd A. Kappelman*<i> </i></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><i>Traduzido para o <a href="http://www.veritatis.com.br/inicio/radar/1232-necessario-ler-g-k-chesterton">Veritatis Splendor</a> por Emerson H. de Oliveira.</i></span></div><h3 style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Um cristão para o século vinte</span></h3><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="clear: right; float: right; font-size: small; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img src="http://www.veritatis.com.br/images/stories/primera/gkchesterton_260_186.jpg" style="float: left;" /></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Este artigo é outro de nossa série <i>Necessário Ler</i>. O propósito da série é apresentar as pessoas autores diversos e fazê-las conhecer bem a sua obra. Infelizmente, muitas pessoas que gostam de C. S. Lewis e Francis Schaeffer desconhecem o trabalho de Gilbert Keith, ou G. K. Chesterton (1874-1936), admirado por ambos. George Bernard Shaw o chamou de "gênio colossal" e Papa Pius XI o chamou de um "filho dedicado da Santa Igreja e um talentoso defensor da fé". (1)</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Até sua morte aos 72 anos, Chesterton foi uma figura dominante na Inglaterra e um forte defensor da fé, e ortodoxia Cristã, como também um entusiástico da igreja católica romana. Além de quase cem livros, ele escreveu para mais de 75 periódicos britânicos e cinqüenta publicações americanas. Ele escreveu crítica literária, argumentação religiosa e filosófica, biografias, peças, poesia, versos, histórias de detetive, romances, histórias pequenas, e comentários econômicos, políticos, e sociais. (2)</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Uma excelente introdução para Chesterton pode ser achada em um livro titulado<i> Orthodoxy</i> publicado nos Estados Unidos em 1908, e afetuosamente dedicado sua mãe . Em <i>Orthodoxy </i>Chesterton faz uma defesa apologética de sua fé Cristã . Ele cria que esta defesa era necessária para responder algumas críticas dirigidas a seu livro anterior, <i>Heretics. (</i>3)</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">Antes de Schaeffer escrever <i>Escape From Reason</i>, Chesterton intitulou o terceiro capítulo da Ortodoxia de "The Suicide of Thought" (O Suicídio do Pensamento) uma crônica da morte do homem moderno.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">Chesterton dizia que nós sofremos hoje da humildade no lugar errado. "A modéstia se moveu para o órgão da ambição A modéstia se tornou o lugar da ambição; onde nunca significou ser. O homem duvidava sobre si, mas não sobre a verdade; isto foi invertido. Hoje em dia a parte do homem que afirma, é exatamente a parte que ele deve duvidar de si mesmo. A parte que ele duvida é exatamente a parte que ele não deve duvidar." The Divine Reason". (4)</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">Chesterton acreditava que a autonomia do homem tinha sido elevada além da razão de Deus; cada indivíduo se tornou seu próprio mestre. As pessoas não podem ver nenhuma resposta para o problema da religião, mas isso não é a dificuldade com as pessoas modernas. O homem moderno, disse Chesterton, nem mesmo pode observar o enigma.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">Os homens modernos, ele acreditava, tinham se tornado como pequenas crianças que são tão estúpidas que nem mesmo fazem assertivas filosóficas corretas. (5) Chesterton, como C. S. Lewis e Francis Schaeffer, compreendeu que a religião no século XX ficaria muito filosófica até mesmo para o homem comum. Chesterton nos lembra que os cristãos estariam vivendo por um tempo quando muitos dos amigos deles, família, e vizinhos, como também os colegas de trabalho e cônjuges, já não estariam vivendo como se o homem tivesse de ser razoável. Depois Francis Schaffer chamaria este mesmo fenômeno cultural de idade da <i>não-razão</i>.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">Chesterton orgulhava-se muito de ser um católico romano, e freqüentemente defendeu a Igreja tanto quanto a fé em geral. Ele era um católico romano que várias vezes discutia sobre o Cristianismo Universal e talvez, será visto pela maioria das pessoas, tal como C. S. Lewis, um "mero tipo de Cristianismo " de aproximação para a fé.</span><span style="font-size: small;"> </span><br />
<br />
<b><span style="font-size: small;">Chesterton e um Cristianismo Razoável</span></b><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Em seu livro <i>The Everlasting Man</i> pode se ver um Chesterton maduro. Foi escrito em 1925 só três anos depois da igreja católica romana o ter recebido à idade de quase cinqüenta. Neste livro Chesterton coloca um estilo de argumentação chamado de <i>reductio ad absurdum</i>.(6)<a href="http://www.veritatis.com.br/article/374#text6"> </a>Ele mostra algumas das afirmações dos racionalistas e agnósticos para mostrar a absurdidade do ponto de vista deles. Ele começa com uma demonstração que se o homem é tratado como um mero animal o resultado não só seria ridículo, mas o mundo não existiria em seu estado presente. Os homens não agem como se não houvesse nada de especial neles. Eles agem como se o homem fosse o ser mais superior e a suprema realização do Universo.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">Em uma seção intitulada "The Riddles of the Gospel" (Os Enigmas do Evangelho), Chesterton tenta mostrar como seria um indivíduo se confrontar com os Evangelhos e realmente encontrar o Cristo de lá. Ele não acharia um Cristo que se parece com outros professores morais. O Cristo apresentado no Novo Testamento não é estúpido ou insípido, Ele é dinâmico e inigualável em toda a história. O Cristo dos Evangelhos é cheio de perplexidades e paradoxos.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">Os <i>livres-pensadores</i> e muitos incrédulos, disse Chesterton, criticam às aparentes contradições achadas na Bíblia, especialmente a Cristo. Jesus preveniu seus seguidores de dar a outra face e não se preocuparem com o amanhã. Porém, ele não deu a outra face quando expulsou os vendilhões do Templo e constantemente estava ensinando as pessoas a se prepararem para o futuro. Da mesma forma, a visão de Cristo do matrimônio é sem igual em toda a história. Os judeus, romanos, e gregos não acreditavam ou até mesmo entendiam o bastante para descrer da idéia mística de que o homem e a mulher tinham se tornado uma substância sacramental na união matrimonial. (7) A visão de Cristo do matrimônio não é nem um produto da cultura dele nem mesmo um desenvolvimento lógico da época. É um ensino totalmente estranho e maravilhoso que tem o estigma de ser de outro mundo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Antes de C. S. Lewis ter formulado suas observações que o Cristo ou é um mentiroso, um lunático, ou Senhor, Chesterton tinha disposto o mesmo problema. O Cristo do Novo Testamento, Chesterton disse, não é uma mera figura mítica. Ele não pode ser só outro professor ético ou até mesmo um bom homem; estes pontos não seriam aceitos por uma pessoa que lesse o Novo Testamento corretamente. O resto da pergunta é: Quem é Cristo?</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Em <i>The Everlasting Man</i> Chesterton diz que cada uma das explicações acima mencionadas são inadequadas. A idéia que o Cristo era um lunático, ou até mesmo um bom professor, perde um pouco do mistério que Ele tinha. (8) Deve haver algo em uma pessoa que tão misteriosa e que inspirou tanta controvérsia quanto Cristo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">O Cristo era quem Ele disse que era e é infinitamente mais misterioso que a mente humana finita pode compreender. Nos seus escritos, G. K. Chesterton demonstra que ele é um escritor Cristão que possuiu esses conhecimentos raros e necessários que permitem entender difíceis problemas teológicos e filosóficos e discutidos pelo homem comum.</span><span style="font-size: small;"> </span><br />
<br />
<b><span style="font-size: small;">As Reflexões de Chesterton na América</span></b><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Os escritos de Chesterton cobrem desde tendências teológicas, filosóficas, sociais, políticas, e econômicas com atenção particular para uma visão mundial Cristã. Nos dois trabalhos <i>What I Saw In America</i> e <i>Sidelights</i>, Chesterton oferece para o leitor suas reflexões na América durante a primeira parte do século XX.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Em 10 de janeiro de 1921 Chesterton e sua esposa Frances começaram uma excursão de três meses na América. A primeira parada deles foi na Cidade de Nova Iorque. Aqui Chesterton viu as luzes da Broadway e proclamou: "Que glorioso jardim de maravilhas poderia ser isso a qualquer um que pudesse ler." (9)</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Assim começam as observações desse grande homem e suas impressões do Novo Mundo, arranha-céus, a América rural, a política de Washington, e a condição espiritual da nação.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Alguns dos temas centrais que emergem em <i>Sidelights</i>, e especialmente em <i>What I Saw In America</i>, são as visões de Chesterton dos efeitos do racionalismo, comercialismo, e a pobreza espiritual geral de muitos americanos. Embora ele esteja pintando uma cena com grandes pinceladas, muito pode ser aprendido de como era o homem na primeira metade do século XX e como nós nos tornamos agora.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Chesterton pôde ver ambos os lados da experiência americana: o sonho como também o pesadelo. Ele parece ficar no equilíbrio de algum sonho utópico que paria na mente de alguns americanos com a realidade de vida de alguns. Chesterton disse que a primeira impressão dele da América foi de algo enorme e bastante antinatural, e foi gradualmente suavizado pela sua experiência de generosidade entre as pessoas. Além disso, e com toda a sinceridade, disse ele que havia algo de sobrenatural sobre o sistema vasto que parecia ser um tipo de procura por um futuro utópico. Ele disse "a marcha para Utopia, a marcha para o Paraíso Terrestre, a marcha para a Nova Jerusalém, foi em grande parte a marcha para a Main Street. A maior sensação atual é um livro" se referindo aqui a novela de Sinclair Lewis, <i>Main Street</i>, escrita em 1920 e "escrita para mostrar como é miserável viver lá". (10)</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Chesterton freqüentemente pensou na América e nela buscaria um dos temas mais favoritos dele durante quase vinte e cinco anos de sua primeira visita. Suas discussões sobre beber e fumar pode parecer a muitas leitoras algo marginal, um tipo de antiquada diversão masculina. Mas estes temas eram cruciais à visão de Chesterton de uma vida completa e para ele um moralismo extraviado representado nos Estados Unidos. A incongruência puritana dos americanos serviria a Chesteron como um ponto de partida para todo o pensamento dele sobre o Novo Mundo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Chesterton era inglês e podia oferecer críticas do ponto de vista de um estrangeiro sem as dificuldades da barreira do idioma. Embora ele soubesse que seu país na Europa estava passando pelas mesmas mudanças filosóficas e sociais, foi a velocidade com a qual a América estava abraçando essas idéias que o alarmou. Em <i>What I Saw In America</i> qualquer um verá o que Chesterton descobriu achando alarmado e perigoso sobre nosso país na primeira metade do vigésimo século.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Chesterton foi confrontado com proibição em ambas as viagens dele para a América e estava bastante preocupado com aspectos cristãos e suas implicações na sociedade. Ele nunca se cansou da metáfora estendida da proibição como a condição de religião nos Estados Unidos. Fazendo uma comparação entre a Nação de Carrie e os Anticonformistas na Inglaterra, Chesterton acreditou que ambos os grupos sofreram de uma noção imóvel da natureza do Cristianismo. (11)</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Chesterton viu neste legalismo da proibição da bebida alcóolica na América um indicador de como a religião Protestante estava errada no momento. Ele fez uma bela aposta que se um autor popular americano mencionasse religião e moralidade no começo de um parágrafo, ele mencionaria bebida alcoólica pelo menos antes do fim. Aos homens de outras religiões e crenças isso pareceria estranho. (12) O resultado natural era que o homem comum sempre imaginou o Cristianismo como sendo só uma proibição contra fumar e beber. Como conseqüência, a salvação tinha muito mais a ver com abstinência do que com regeneração.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">A hipocrisia vitoriana era que havia orações e uma forma de religião, mas só para encobrir uma mentalidade anti-tradicionalista. O cristão comum, Chesterton acreditava, estava professando a religião dele por um lado e estava abraçando um comercialismo industrial penetrante e destrutivo no outro. (13) O olhar de Chesterton era de um homem que testemunhou um novo fenômeno estranho: cristãos que juntam sua prosperidade com a fé.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Apesar de uma Grande Depressão, uma guerra mundial que conduziria logo a outra, e numerosas injustiças sociais, o século vinte nos ano trinta ainda era uma época em que havia muita propriedade de carros, férias regulares, altos salários e vida próspera para muitos americanos. Esta era a verdadeira formação do sonho americano, e seria a visão mais grosseira do materialismo.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">Chesterton foi severo nessas afirmações várias vezes. Primeiro, havia então e ainda permanecia um grande segmento da população Cristã que acreditava que a fé Cristã era um pouco mais do que uma lista de proibições. Não é que não há coisas que os cristãos devem e não devem fazer, mas o perigo é abafar a fé cristã com essa atitude. Para Chesterton a idéia que os bons cristãos não bebem seria equivalente a dizer que tem que se usar uma gravata no domingo pela manhã para se estar bem na fé. Da mesma forma que alguns consideram que a declaração é ridícula e confusa a Chesterton, como também C. S. Lewis, por isso alguns cristãos americanos não reconheceram o mesmo na declaração anterior.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Como com relação ao sonho americano, as palavras de Chesterton são ainda uma advertência para o modo no qual os americanos, cristãos e não-cristãos, se tornaram em grande parte uma nação de consumidores. Nós podemos ler suas palavras da primeira metade do século vinte como uma advertência para nós agora.</span><span style="font-size: small;"> </span><br />
<br />
<b><span style="font-size: small;">A Irracionalidade do Homem Moderno</span></b><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Chesterton foi um prolífico jornalista cujas contribuições para mais de cem diários americanos e britânicos e periódicos continuam sendo lidas por cristãos ao longo do mundo. Ainda é necessário avaliar a grandeza desse homem mesmo em pequenos trabalhos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Em <i>T. P. Weekly </i>em<i> </i>1910, Chesterton escreveu um pequeno artigo intitulado <i>What is Right with the World?</i> (O que Está Certo com o Mundo?) Nele reconhece o fato que o mundo não parece se apresentar bem em algum aspecto vital e que este fato quase não pode ser discutido. (14) Porém, Chesterton não deixa o leitor com a observação pessimista que o mundo não é um lugar muito agradável. Ele diz que a única coisa que está certa no mundo é o próprio mundo. Esse fato é real já que o homem e a mulher foram criados perfeitos. O fato que algumas coisas estavam erradas não afligiu Chesterton; somente disse isso numa certa vez em que disse que fomos criados bons e agora somos maus. A escuridão do mundo, Chesterton disse, não é tão negra se nós reconhecemos como e por que as coisas estão como elas estão.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Em um certo ponto em um trabalho chamado <i>The Common Man</i> Chesterton tenta mostrar por que é necessário todo indivíduo ter uma filosofia. A melhor razão é que aquelas certas coisas horríveis acontecerão a qualquer um que não possui algum tipo de visão mundial coerente. (15)<a href="http://www.veritatis.com.br/article/374#text15"> </a>Parecendo um apologista Cristão contemporâneo, Chesterton disse que um homem sem uma filosofia seria sentenciado a se manter sempre sob a filosofia da massa. (16)</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Chesterton continua desafiando a idéia do que a filosofia é para uma pessoa, dizendo que a maioria de nossos males modernos é o resultado do desejo de uma boa filosofia. Filosofia, ele disse, pensava-se somente ser para o que tinha sido estipulada originalmente . Todos os homens testam todas as coisas. A pergunta é se o teste alguma vez foi testado. (17)<a href="http://www.veritatis.com.br/article/374#text17"> </a>Todos podem ver em Chesterton o mesmo chamado para se pensar e refletir que Francis Schaffer usou cinqüenta anos depois para chamar uma geração inteira de cristãos para se tornarem mais filosóficos e começarem a usar a cultura de uma forma mais substancial.</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Nós tentamos dar-lhes aqui mais um motivo para se ler G. K. É necessários os leitores de C. S. Lewis, Francis Schaeffer, Os Guinness, ou Peter Kreeft lerem seus trabalhos. Fechando, o poema de Chesterton <i>The Happy Man</i> (O Homem Feliz) do livro <i>The Wild Night</i> (A Noite Selvagem) serve como uma conclusão:</span></div><blockquote style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Ensinar a terra cinzenta como uma criança,<br />
Chamar os céus a se arrependerem,<br />
Eu só pergunto para o destino o presente<br />
De um homem bem contente.<br />
Eu acho que ele vai: embora quando não sei<br />
Eu procuro em festa e praças,<br />
As desvanescentes flores da liberdade,<br />
As máscaras pintadas da arte.<br />
Eu só o encontro como o último,<br />
Em uma velha colina onde mora<br />
A Trindade horrível do Gólgota -<br />
Três pessoas e um Deus.</span></blockquote><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: small;"><b>Notas</b></span><br />
<br />
<br />
<dir style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"></dir><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: small;">1.Robert Knille, ed., As I Was Saying: A Chesterton Reader (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans Publishing Company, 1985.), 3. </span><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">2.Ibid.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">3.G. K Chesterton, Orthodoxy, in The Collected Works of G. K. Chesterton, David Dooly, ed. (San Francisco: Ignatius Press, 1986), vol. I, 211.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">4.Ibid., 234-235.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">5.Ibid.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">6.G. K. Chesterton, The Everlasting Man, in A Chesterton Anthology, P.J. Kavanagh, ed. (San Francisco: Ignatius Press, 1986), 416.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">7.Ibid., 422.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">8.Ibid., 424.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">9.Robert Royal, "Introduction," in G. K. Chesterton: Collected Works (San Francisco, Ignatius Press 1990), 9.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">10.G. K. Chesterton, "What I Saw in America," in G. K. Chesterton: Collected Works (San Francisco, Ignatius Press</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">1990), 105.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">11.G. K. Chesterton, "Sidelights," in G. K. Chesterton: Collected Works (San Francisco, Ignatius Press 1990), 565.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">12.Ibid.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">13.Ibid., 513.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">14.G. K Chesterton, "What is Right with the World?," collected first in The Apostle and the Wild Ducks, 1975, P. J. Kavanagh, ed. (San Francisco: Ignatius Press, 1986), 343.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">15.Knille, 80.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">16.Ibid.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">17.Ibid., 82.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">© 2000 Probe Ministries International</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b>*Sobre o Autor</b> </span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Todd A. Kappelman é um sócio de campo da Probe Ministries. Ele é diplomado pela Universidade Batista de Dallas (B.A. e M.A.B.S., religião e grego), e pela Universidade de Dallas (M.A., filosofia/humanidades). Atualmente ele obtêm um Ph.D. em filosofia na Universidade de Dallas. Ele serviu como diretor assistente do Trinity Institute, um centro de estudos dedicados ao pensamento Cristão e investigação. Ele foi o editor administrador de <i>The Antithesis</i>, uma publicação bimensal dedicada à crítica de filmes estrangeiros e independentes. Sua área principal de trabalho é filosofia Continental (especialmente do século XIX e XX) e pensamento pós-moderno.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-7575023497494064842012-02-10T17:30:00.003-08:002012-02-23T18:15:38.600-08:00V - A HISTÓRIA DA FAMÍLIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"></h3><div class="post-header" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><b>V</b></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><b> A HISTÓRIA DA FAMÍLIA</b></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: left;"><div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: xx-small;">Autor: G.K. Chesterton<br />
<span style="font-weight: bold;">Tradução</span>: ©Prof. Carlos Ramalhete</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: xx-small;">Disponível originalmente a versão preliminar no blog <a href="http://www.hsjonline.com/2011/07/i-supersticao-do-divorcio-1.html">HsJonline</a></span></div></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: left;"><br />
<div style="text-align: justify;">A ma<span style="font-size: small;">is antiga das instituições humanas tem uma autoridade que pode parecer tão selvagem quanto a anarquia. Ela é a única, dentre todas estas instituições, a começar com uma atração espont</span>ânea, e de que se pode dizer que é baseada no amor, não no medo. A tentativa de compará-la com as instituições coercitivas que vêm complicando a história recente levou a uma infinita falta de lógica nos últimos tempos.</div></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5772948065753313197&postID=757502349749406484&from=pencil" name="more"></a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Trata-se de algo tão único quanto universal. Não há nada, em nenhuma outra relação social, que seja sequer paralelo à atração mútua dos sexos, e é ao perder de vista este fato simples que o mundo moderno caiu em centenas de enganos.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">A idéia de uma revolta geral das mulheres contra os homens foi proclamada com bandeiras e passeatas, como se fosse uma revolta de vassalos contra seus senhores, de negros contra negreiros, de poloneses contra prussianos ou de irlandeses contra ingleses; todos agiam como se acreditassem na nação fabulosa das amazonas. A ideia, igualmente filosófica, de uma revolta geral dos homens contra as mulheres foi proposta em forma de romance por Sir Walter Besant, e como livro de sociologia pelo Sr. Belfort Bax.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Ao primeiro toque desta verdade de uma atração aborígene, contudo, todas estas comparações desabam e se vê como são cômicas. Um prussiano não sente, logo de cara, que ele só será feliz quando puder passar os dias e as noites ao lado de um polonês. Um inglês não acha que a casa parece vazia e triste a não ser que haja um irlandês lá dentro. Um escravagista não sonha, na sua juventude romântica, com a beleza perfeita de um africano. Um magnata das ferrovias raramente escreve poemas sobre o fascínio particular de um carregador de estação de trem.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Todas estas outras revoltas, contra todas estas outras relações, são razoáveis, para não dizer inevitáveis, por serem relações originalmente baseadas na força ou no interesse próprio. A força consegue abolir o que a força consegue estabelecer; o interesse próprio pode rescindir um contrato que foi ditado pelo interesse próprio. O amor de um homem e de uma mulher, contudo, não é uma instituição que posssa ser abolida ou um contrato que possa ser rescindido. É algo mais antigo que todas as instituições e contratos, algo que certamente irá continuar quando eles não mais existirem.<br />
<br />
Todas as outras revoltas são reais, porque persiste a possibilidade de que as coisas possam ser destruídas, ou ao menos divididas. É possível abolir os capitalistas, mas não se pode abolir os homens. Os prussianos podem sair da Polônia, ou os negros voltar à África, mas um homem e uma mulher vão sempre permanecer juntos, de um jeito ou de outro, e devem aprender a tolerar-se mutuamente de alguma maneira.</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
Trata-se de uma verdade muito simples, e talvez por isso hoje em dia ela passe desapercebida. A verdade que dela se depreende é igualmente óbvia. Não se discute por quê a natureza criou esta atração; na verdade, seria mais inteligente perguntar-se por quê Deus a criou, pois a natureza não teria propósito sem Deus por trás dela. Falar de um propósito na natureza é tentar, em vão, usar o feminismo para evitar o antromorfismo. É crer numa deusa por se ser cético demais para acreditar em um deus.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Esta controvérsia, contudo, pode ser deixada de lado nesta discussão, se nos contentarmos em dizer que o valor vital que se encontra, afinal, nesta atração é, evidentemente,a renovação da raça humana.<br />
<br />
A criança é uma explicação do pai e da mãe, e o fato de ela ser uma criança humana é uma explicação dos antigos laços humanos que ligam o pai e a mãe. Quanto mais humana – ou seja, menos bestial – for a criança, mais legítimos e duradouros serão estes laços. Assim, quaisquer progressos na cultura ou na ciência, longe de afrouxar estes laços, irão logicamente estreitá-los. Quanto mais houver para a criança aprender, mais tempo terá ela de passar na escola natural onde os aprende, e mais deve tardar a dissolução da parceria de seus mestres.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Esta verdade elementar está hoje escondida sob uma multidão de intermediários, agindo em função direta ou indireta da falácia elementar de que tratarei em seguida. Falo da posição primária do grupo humano, tal como ele persistiu ao longo de eras, enquanto as civilizações ascendiam e decaim; frequentemente incapaz de delegar o que quer que fosse do seu trabalho, e sempre incapaz de delegá-lo por inteiro. Nisto, repito, sempre será necessário que os dois mestres fiquem juntos, enquanto eles tiverem algo a ensinar.<br />
<br />
Um bicho marinho qualquer, que simplesmente se desliga da cria e flutua para longe, poderia flutuar até um tribunal de divórcio submarino ou um clube de amor livre para peixes. O bicho marinho pode fazê-lo precisamente porque a sua cria não precisa fazer nada, porque ela não tem que aprender a dançar polca ou recitar a tabuada. Estou enumerando truísmos, mas truísmos verdadeiros; as verdades sempre acabam voltando à cena. Afinal, o emaranhado de substitutos semi-oficiais da verdade que agora encontramos não é grande o bastante para tapar o buraco. Se as pessoas não conseguem cuidar da própria vida, simplesmente não pode fazer sentido pagá-las para cuidar da vida dos outros, menos ainda para cuidar dos bebês dos outros. Isso é simplesmente jogar fora um poder natural para pagar por um poder artificial, como quem rega uma planta com uma mangueira enquanto a protege da chuva com uma sombrinha.<br />
<br />
Tudo isso, na verdade, está baseado em uma ilusão plutocrática de uma oferta infinita de serviçais. Sempre que aparece um sistema novo qualquer que seja apresentado como “uma carreira feminina”, o que está realmente sendo proposto é transformar um número infinito de mulheres em serviçais da plutocracia ou da burocracia. Em última instância, estamos argumentando que uma mulher não deveria ser mãe do próprio filho, sim babá do filho dos outros. Isto, contudo, não tem como funcionar nem no papel. Não é possível que cada um lave a roupa do próximo, muito menos os babadores. No fim das contas, as únicas pessoas que conseguem cuidar, ou mesmo de quem se possa dizer que cuidem, individualmente, de cada criança individual são os seus pais individuais. A expressão, tal como é aplicada aos que lidam com multidões cambiantes de criancinhas, é apenas uma graciosa e legítima figura de linguagem.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Este triângulo de lugares-comuns composto de pai, mãe e filho é indestrutível, e destrói qualquer civilização que o menospreze. A maior parte dos reformadores modernos é apenas um amontoado de céticos vazios, que não têm base alguma sobre a qual reconstruir; seria bom se estes reformadores se dessem conta de que há algo que eles não conseguem reformar.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">É possível derrubar os poderosos de seus tronos. É possível virar o mundo de ponta-cabeça, e é perfeitamente defensável que esta seja a posição certa para ele. Contudo, é impossível criar um mundo em que o bebê carrega a mamãe. Não se pode criar um mundo em que a mãe não tenha autoridade sobre o bebê. É possível perder tempo argumentando, dando aos bebês o direito de voto ou proclamando uma república infantil. É até mesmo possível dizer, como o fez outro dia um pedagogo, que as crianças pequenas deveriam “criticar, questionar a autoridade e suspender seu julgamento”. Não sei por que ele não continuou, dizendo que elas deveriam trabalhar para ganhar a vida, pagar imposto de renda e morrer pela Pátria no campo de batalha, já que evidentemente o que está sendo proposto é que as crianças não tenham infância.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Mas, se isso parecer divertido, é possível organizar um “governo representativo” entre os menininhos e menininhas e dizer a eles que levem o mais a sério que puder as suas responsabilidades legais e constitucionais. Resumindo, é perfeitamente possível ser louco, mas é impossível fazer sentido. Não se pode realmente levar às raízes este princípio e aplicá-lo à mamãe e ao bebê. Não é possível aplicar a teoria ao mais simples e mais prático de todos os casos. Ninguém é louco a este ponto.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Este núcleo de autoridade natural sempre existiu em meio a autoridades mais artificiais. Ele sempre foi visto como algo literalmente individual, ou seja, como algo absoluto, que não pode ser dividido. Um bebê não seria sequer um bebê sem a mãe; seria outra coisa, mais provavelmente um cadáver. Isto sempre foi reconhecido como algo que tem uma relação peculiar com o governo, simplesmente por ser uma das coisas que não foram feitas pelo governo e que poderia, em certa medida, vir a existir sem o apoio do governo. Realmente, trata-se de algo tão evidente que nenhuma defesa é possível ou necessária. Pois a defesa que pode ser feita é que não há nada comparável, e nos poderes e instituições mais elaborados, que são seus inferiores, não encontraremos mais que leves paralelos.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Assim, a única maneira de transmitir esta idéia é comparando-a com uma nação, ainda que, comparadas a ela, as divisões nacionais sejam tão modernas e tão formais quanto os hinos nacionais. É por isso que eu uso frequentemente a metáfora de uma cidade, ainda que o citadino, em comparação, seja uma novidade tão recente quanto o funcionário público municipal. Basta notar aqui que todos sabem por intuição, e admitem por implicação, que uma família é um fato, algo sólido, dotado de cor e caráter como uma nação.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">Esta verdade é comprovada nas experiências mais cotidianas e mais modernas. Um homem vai dizer “é o tipo de coisa de que os Brown vão gostar”, por mais intrincada e interminável que seja a novela psicológica que ele possa compôr sobre os tons das diferenças entre o Seu Brown e a Dona Brown. Uma mulher vai dizer “eu não gosto que a minha filha frequente a casa dos Robinsons”, mas ela não vai sempre parar, no meio de suas exaustivas tarefas sociais ou domésticas, para dintinguir entre o materialismo otimista do Seu Robinson e o cinismo um tanto ou quanto mais ácido que permeia o hedonismo da Dona Robinson.</div><br />
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">O interior de um lar tem uma cor própria, tão evidente quanto o exterior da casa. Esta cor é uma mistura, e se um tom prevalecer será geralmente o da mulher da casa. Mas, como todas as cores compostas, ela é uma cor à parte, tão distinta quanto o verde é distinto do azul e do amarelo. Todo casamento é uma espécie de equilíbrio dinâmico, e o acordo a que se chega, em cada caso, é tão único quanto qualquer excentricidade. Os filantropos que andam pelas favelas frequentemente percebem este acordo sendo feito aos brados, em plena rua, e acham que estão vendo uma briga. Quando metem o colher apanham do marido e da mulher, o que é bem feito, por não respeitarem a própria instituição que os trouxe ao mundo.<br />
<br />
A primeira coisa a perceber é que esta normalidade gigantesca é como uma montanha, que pode ser até um vulcão. Todas as anormalidades que se lhe opõem são como o montinho de terra que marca a toca de uma toupeira, e os organizadores sociais, com toda a sua autenticidade, parecem-se cada vez mais com toupeiras.<br />
<br />
Mas a montanha também é um vulcão em outro sentido, como o sugerido pela tradição dos campos fertilizados por lava, no Sul. Ele tem um lado criativo, bem como um lado destrutivo, e resta apenas, nesta parte da análise, notar o efeito político desta instituição extra-política, bem como os ideais que ela defendeu, frequentemente sozinha.<br />
<br />
O ideal que ela defende em relação ao Estado é o da liberdade. Ela preserva a liberdade pela razão simples com que comecei este esboço de análise. É a única instituição que é ao mesmo tempo necessária e voluntária. É o único dos freios ao poder do Estado que se renova de modo tão eterno quanto o Estado e de modo mais natural que ele.<br />
<br />
Qualquer homem são há de reconhecer que a liberdade ilimitada é anarquia, ou melhor, não é nada. A idéia cívica de liberdade é dar ao cidadão uma província em que ele é livre, um território circunscrito em que ele é rei.<br />
<br />
Esta é a única maneira de a verdade se refugiar da perseguição pública e do homem bom sobreviver ao governo mau. Mas o homem bom, sozinho, não tem como enfrentar a cidade. Outra instituição deve servir de contrapeso à cidade, e neste sentido ela é uma instituição imortal.<br />
<br />
Enquanto o Estado for a única instituição ideal ele irá conclamar o cidadão a sacrificar-se, e assim não terá escrúpulos em sacrificar o cidadão.<br />
<br />
O estado consiste em coerção, e, no seu próprio ponto de vista, está sempre certo quando aumenta a coerção. É o caso, por exemplo, do serviço militar obrigatório. A única coisa que pode ser colocada para limitar ou desafiar esta autoridade é uma lei voluntária e uma lealdade voluntaria. Esta lealdade é a proteção da liberdade, na única esfera em que a liberdade pode verdadeiramente florescer. É um princípio constitucional que o Rei nunca morre. É o princípio único da família que o cidadão nunca morre. É necessário que haja uma heráldica e uma hereditariedade da liberdade, uma tradição de resistência à tirania. Os homens não devem apenas ser livres, mas nascer livres. Realmente, há algo na família que pode ser chamado até de anarquista, ainda que seja mais correto dizer ser algo amador. Assim como ela parece ser algo vaga acerca de sua origem voluntária, também parece haver algo vago acerca de sua organização voluntária. A função mais vital que ela desempenha, que talvez seja a função mais vital que qualquer um possa desempenhar, é a de educação; mas este tipo de educação fundamental é essencial demais para que se possa confundi-la com mera instrução.<br />
<br />
Sua regra é mais prática que teórica, em milhares de aspectos. Para dar um exemplo banal, e até engraçado, duvido que algum livro-texto ou código de regras já tenha contido instruções sobre como botar uma criança de castigo no canto da parede. Certamente, quando o processo moderno se houver completado e o princípio coercitivo do Estado tenha extinguido completamente o elemento voluntário da família, haverá alguma restrição ou regulação estrita sobre isto. Possivelmente ela determinará que o canto onde a criança vai ficar de castigo deva ter um ângulo de pelo menos noventae cinco graus. Possivelmente, ela dirá que a linha de convergência de um canto comum tende a envesgar a criança.<br />
<br />
De fato, tenho certeza de que se eu deixar escapar em um número suficiente de reuniões sociais que cantos de parede envesgam as crianças, isto rapidamente se tornará um dogmada ciência popular.<br />
<br />
Afinal, o mundo moderno não aceita dogmas baseados em alguma autoridade, mas aceita de bom grado dogmas baseados em nenhuma autoridade. Se se diz que uma coisa é assim ou assado de acordo com o Papa ou a Bíblia, ela será desprezada como superstição sem ser examinada. Mas se, ao contrário, dissermos que “dizem que”, ou “você não sabia que”, tentando, sem sucesso, lembrar o nome de algum cientista citado num artigo de jornal, o racionalismo aguçado da mente moderna aceitará qualquer coisa que lhe seja dita.<br />
<br />
Este parêntese não é tão irrelevante como parece, pois é necessário lembrar que quando um oficialismo rígido irrompe em meio às cessões voluntárias do lar ele será rígido apenas na ação, enquanto certamente será ao mesmo tempo excessivamente frouxo na razão. Intelectualmente, ele não será menos vago que os arranjos amadores do lar; a única diferença é que os arranjos domésticos são, no único sentido real, práticos, ou seja, são baseados nas experiências passadas. Os outros arranjos são o que geralmente é dito científico, ou seja, são baseados em experiências que ainda não foram feitas. Na verdade, ao invés de invadir a família com a desastrada burocracia que desgoverna os nossos serviços públicos, seria muito mais filosófico fazer uma reforma no sentido oposto.<br />
<br />
Seria certamente razoável alterar as leis da nação para que elas se pareçam com as do quarto de brinquedos. As punições seriam muito menos horríveis, muito mais divertidas, e serviriam muito melhor para fazer com que os homens percebam que fizeram papel de idiota. Seria uma diferença bem vinda se um juíz, ao invés de botar um chapéu preto, botasse um chapéu de burro, ou se pudéssemos botar um banqueiro de castigo olhando para o canto.<br />
<br />
Esta opinião, é claro, é rara e reacionária, seja o que isto queira dizer. A educação moderna é baseada no princípio de que o pai ou a mãe têm mais chance de serem cruéis que qualquer outra pessoa. Ora, qualquer um pode ser cruel, mas as maiores chances de crueldade estão nas multidões indiferentes e sem cor dos completos estranhos e dos mercenários mecanicistas, que agora é moda chamar de agentes de melhoria: policiais, médicos, deteives, inspetores, instrutores, etc.<br />
<br />
A eles é dado poder arbitrário por existir aqui e ali um pai ou mãe criminosos, como se não houvesse médicos criminosos ou pedagogos criminosos. A mãe não toma sempre a melhor decisão sobre a dieta de seu filhinho, e eis que ela passa ao controle do Dr. Crippen. Pensa-se que um pai não ensina a seus filhos a mais pura moralidade, o que faz com que se os coloque sob a tutela de Eugene Aram.<br />
<br />
Estes célebres criminosos não são mais raros em suas profissões respectivas que pais cruéis são na paternidade. Mas o caso é mais forte que isto, e não é sequer necessário apelar a estes criminosos.<br />
<br />
As fraquezas normais da natureza humana explicarão todas as fraquezas da burocracia e dos governos do mundo todo. O oficial precisa apenas ser uma pessoa normal para ser mais indiferente em relação aos filhos dos outros que em relação aos seus próprios filhos, e até mesmo para sacrificar a prosperidade de outras famílias para avançar a da sua.<br />
<br />
Ele pode estar entediado, ele pode ser subornado, ele pode ser brutal, por qualquer uma das mil razões que já fizeram um homem ser brutal.<br />
<br />
Todo este senso comum elementar é completamente deixado de lado nos sistemas sociais e educacionais de hoje. Assume-se que o assalariado não irá abandonar seu trabalho, simplesmente por ele ser assalariado.<br />
<br />
Nega-se que o pastor dará a vida por suas ovelhas, ou, já que estamos falando deste tipo de coisas, que a loba irá lutar para proteger seus filhoes. Querem que creiamos que as mães são desumanas, mas não que os oficiais são humanos. Que haja pais desnaturados, mas não paixões naturais. Ou, ao menos, que não haja nenhuma onde a fúria do Rei Lear ousou encontrá-las: no funcionário subalterno. Esta é a última descoberta brilhante para a educação das crianças, e o mesmo princípio que se aplica a elas é aplicado aos pais. Assim como ela assume que uma criança será certamente amada por todos, com a exceção de seu pai e sua mãe, ela assume que um homem pode ser feliz com qualquer pessoa, menos com a mulher que ele mesmo escolheu como esposa.<br />
<br />
Assim o poder coercitivo do Estado prevalece sobre a promessa livre da família como oficialismo formalizado. Este, contudo, não é o mais coercitivo dentre os elementos coercitivos da comunidade moderna. Um poder externo ainda mais inescrupuloso e rígido é o do emprego e desemprego na indústria. Um inimigo ainda mais feroz da família é a fábrica. Entre estas coisas mecânicas modernas a instituição natural antiga não está sendo reformada, modificada ou mesmo podada: ela está sendo dilacerada. E ela não está sendo dilacerada no sentido de uma metáfora verdadeira, como a de um ser vivo preso em uma engrenagem medonha de uma máquina. Ela está sendo, literalmente, rasgada ao meio, como quando o marido vai para uma fábrica, a esposa para outra, e a criança para uma terceira. Cada um deles se torna o servo de um grupo financeiro diferente, que cada vez mais ganha o poder político de um grupo feudal. Mas enquanto o feudalismo recebia a lealdade das famílias, os senhores do novo estado servil recebem apenas a lealdade de indivíduos, ou seja, de homens solitários e até mesmo de crianças perdidas.<br />
<br />
Diz-se, por vezes, que o socialismo ataca a família, o que se baseia em pouco mais que no acidente de alguns socialistas apoiarem o amor livre. Eu já fui socialista, não sou mais, e em momento algum eu acreditei no amor livre. É verdade, acredito, que em um sentido amplo e inconsciente o socialismo de Estado encoraja a arrogância coercitiva de que venho tratando. Mas se é verdade que o socialismo ataque a família na teoria, é muito mais verdade que o capitalismo a ataca na prática.<br />
<br />
É um paradoxo, mas um fato puro e simples, que as pessoas nunca reparam em algo se sua existência é prática. Homens que apontariam uma heresia calam-se diante de um abuso. Quem quer que duvide deste paradoxo deve imaginar os jornais imprimindo, do lado da Lista de Honrarias, uma lista de preços de baronatos e títulos de cavalheiro, ainda que todos saibam que eles são vendidos e comprados.<br />
<br />
A fábrica está destruindo a família na prática, e não precisa depender de nenhum pobre teórico enlouquecido que sonhe em destruí-la na teoria. O que a destrói não é nada tão plausível quanto o amor livre, sim algo que poderia ser descrido como o medo forçado. É uma punição econômica, mais temível que a punição jurídica, o que ainda nos pode levar à escravidão como única segurança.<br />
<br />
Desde seus primeiros dias na floresta, este agrupamento humano teve que lutar contra monstros selvagens, e agora está lutando contra máquinas selvagens. Ele só conseguiu sobreviver então, e só conseguirá sobreviver agora, através de uma forte santidade interna, um juramento tácito ou uma dedicação mais profunda que a da cidade ou da tribo. Mas ainda que esta promessa tenha sempre estado presente, em um dado momento pivotal da nossa história ela tomou uma forma especial, que tentarei esboçar no próximo capítulo. Este ponto pivotal foi a criação da Cristandade pela religião que a criou. Nada destruirá o triângulo sagrado, e até mesmo a Fé cristã, a mais espantosa revolução que já aconteceu nas mentes, serviu apenas, num certo sentido, para virar de cabeça para baixo este triângulo. Ela levantou um espelho místico em que a ordem das três coisas foi revertida, e acrescentou uma Sagrada Família, composta de filho, mãe e pai, à família humana composta de pai, mãe e filho. </div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-6373706341948011072012-02-10T17:27:00.000-08:002012-02-10T17:27:01.147-08:00IV - A SUPERSTIÇÃO DO DIVÓRCIO (4)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><b><span style="font-size: small;">IV</span></b></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><b><span style="font-size: small;">A SUPERSTIÇÃO DO DIVÓRCIO (4)</span></b></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: xx-small;">Autor: G.K. Chesterton<br />
<span style="font-weight: bold;">Tradução</span>: ©Prof. Carlos Ramalhete</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: xx-small;">Disponível originalmente a versão preliminar no blog <a href="http://www.hsjonline.com/2011/07/i-supersticao-do-divorcio-1.html">HsJonline</a></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Já mencionei o famoso, ou antes infame, nobre que teria dito que o povo deveria comer capim; talvez tenha sido uma sugestão infeliz para um nobre dar, já que este regime, ao que se saiba, só foi feito por um personagem muito nobre. Talvez, contudo, haja uma simplicidade seria digna de um sultão, ou mesmo de um cacique selvagem, nesta solução; é neste toque de inocência autocrática que eu mais insisti ao tratar das reformas sociais de nossos dias, especialmente da reforma social conhecida como divórcio.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Minha preocupação principal é com o método arbitrário, mais que com o resultado anárquico. Assim como o velho tirano mandaria muitos homens comer capim, o novo tirano faria de muitas mulheres novilhas soltas no pasto. De qualquer modo, para variar um pouco o simbolismo lendário, este rei de conto de fadas nunca parece perceber que a coroa de ouro na cabeça é um símbolo menos, não mais, sagrado e sacramentado que a aliança de ouro no dedo da mulher.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Esta mudança está sendo obtida pelo governo sumário e até mesmo secreto que hoje sofremos. A acusação proordial que lhe fazemos é que ainda que se tratasse realmente de uma emancipação, ela seria uma emancipação apenas na sua forma. Não tratarei detalhadamente do que dizem, pois outros o podem fazer, mas concluo apontando, em grandes linhas e em quatro tópicos, as defesas práticas do divórcio tal como são hoje feitas. Peço apenas ao leitor que repare que elas têm um único ponto em comum: o fato de que todos os argumentos também são usados para defender uma reforma social que as pessoas mais sensatas já estão acusando de ser uma escravidão.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Primeiro: é sintomático que as últimas propostas práticas estejam preocupadas com o caso dos que já estão separados e com os passos que eles deveriam tomar para divorciar-se. Há um espírito, que permeia a nossa sociedade de hoje, que permite à exceção alterar a regra: o exílio afasta o patriotismo, o órfão derruba a paternidade, e até mesmo a viúva ou a ex-mulher pode destruir a posição da mulher.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Percebe-se algo desta tendência na misteriosa e desafortunada nação a quem foi dado tanto mudar, de uma cruzada na Rússia a uma casa de campo em South Bucks. Disseram-nos para tratar o judeu errante como peregrino, enquanto tratamos o cristão errante como vagabundo. E este está pelo menos tentando voltar para casa, como Ulisses, enquanto aquele está, ao que tudo indica, fugindo de casa, como Caim.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O desapegado, isolado, amorfo e deslocado é usado em toda parte como desculpa para alterar o que é comum, comunitário, tradicional e popular. E a alteração é sempre para o pior. A sereia nunca fica mais humana, apenas mais piscosa. O centauro nunca se torna mais humano, apenas mais equino. O judeu, de fato, não consegue internacionalizar a cristandade, só desnacionalizá-la. O proletário não acha fácil tornar-se um pequeno proprietário; é mais fácil tornar-se um escravo.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Assim, o pobre homem que não consegue tolerar a mulher que ele escolheu dentre todas as mulheres do mundo não é encorajado a voltar para ela e tolerá-la, mas sim a escolher outra mulher que ele possa, depois de um tempo, recusar-se a tolerar. E em todos estes casos o argumento é o mesmo: o homem num estado deslocado é infeliz. Provavelmente ele é infeliz por ser anormal, mas se permite que ele desate o laço universal que manteve milhões de outros na normalidade. Por ele ter caído em um buraco, permite-se que ele cave túneis, como um coelho, e desestabilize todo o campo.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 140%;">Em segundo lugar, como sempre ocorre ao lidar com estas experiências grosseiras, temos um argumento baseado no exemplo de outros países, especialmente de países novos. Assim os eugenistas dizem, solenemente, que houve experiências eugênicas de sucesso nos Estados Unidos. E eles mantém rigidamente a solenidade, ainda que se recusando ardorosamente que falo sério quando lhes digo que uma das experiências eugênicas nos Estados Unidos é uma experiência química, que consiste em transformar um homem negro na forma alotrópica de cinzas brancas. É uma experiência muito eugênica, já que o seu objetivo principal é desencorajar uma mistura interracial indesejada.<br />
<br />
Mas eu não gosto da experiência americana, por mais americana que ela seja, e confio e creio que ela não seja nem um pouco tipicamente americana. Ela representa, imagino, apenas um elemento na complexidade da grande democracia, ao lado de outros elementos malignos. Assim, eu não fico nem um pouco surpreso que as mesmas seções estranhas da sociedade que permitem que um ser humano seja queimado vivo também permitam a exaltada ciência da eugenia.<br />
<br />
O mesmo ocorre com o tema menos palpitante das leis sobre o álcool; dizem-nos que alguns coloniais primitivos promulgaram a lei seca, que estão agora tentando revogar, exatamente como nos dizem que promulgaram leis de divórcio, que estão agora tentando revogar. No caso do divórcio, pelo menos, o argumento baseado em precedentes distantes desabou sozinho; já há uma agitação a favor de menos divórcios nos Estados Unidos, enquanto na Inglaterra agita-se a favor de mais divórcio.<br />
<br />
Digo ainda que, quando se argumenta a partir da necessidade de aumentar a população, seria bom perceber para onde isso conduz. Afinal, é bastante duvidoso que a população aumente devido ao divórcio. Não é, contudo, o que ocorre com a poligamia; na Alemanha, já se defende a poligamia pelo apelo a esta necessidade. Mas devemos ir além da Alemanha, para examinar algo mais remoto e mais repulsivo. A mera população, junto com uma espécie de anarquia polígama, não parecerá uma idéia prática a quem quer que considere, por exemplo, como a Europa pôde manter-se à frente do resto da raça humana, em face das miríades caóticas da Ásia. Se a grande população fosse a pedra de toque do progresso e da eficiência, a China já seria há muito tempo o estado mais progressista e mais eficiente.<br />
<br />
De Quincey resumiu esta enormidade em uma frase, talvez, mais impressionante, ou mesmo apavorante, que todas as perspectivas da arquitetura oriental e todos os panoramas dos campos de ópio em meio aos quais ela surge: “o homem, nessas regiões, é uma erva daninha”.<br />
<br />
Muitos europeus, preocupados com o jardim do mundo, temeram que por alguma fatalidade futura estas ervas se espalhassem e o sufocassem; nenhum europeu, no entanto, jamais quis que as flores fossem como as ervas. Mesmo se fosse verdade, assim, que afrouxar o laço conjugal levasse necessariamente a um aumento da população, mesmo se isso não fosse negado pelos próprios fatos em muitos países, deveríamos ter uma sólida base histórica para não aceitar este raciocínio. Deveríamos continuar a suspeitar do paradoxo pelo qual abolir a família encorajaria a formação de famílias maiores.<br />
<br />
Finalmente, creio que parte da defesa da nova proposta foi considerada um pouco grosseira demais até mesmo por seus defensores; soube inclusive que eles teriam feito emendas modificando o princípio. Elas seriam basicamente, primeiro que o homem deveria comprometer-se a dar um pagamento em dinheiro para a mulher que ele abandonasse e, segundo, que alguma espécie de magistrado trataria do assunto.<br />
<br />
Para o meu proósito, basta notar que há algo do sabor inconfundível da sociologia a que resistimos nestes dois tocantes atos de fé: o talão de cheques e o advogado. Muitos dos reformadores matrimoniais da moda ficariam levemente chocados com qualquer sugestão de que uma pobre diarista possa recusar este dinheiro, ou que um juiz bom e justo não tenha o direito de dar este conselho. Afinal, os reformadores do matrimônio são gente muito distinta, com alguas honrosas exceções, e nada se encaixaria mais perfeitamente na sua respeitabilidade bem azeitada que a sugestão de que a traição seja melhor compensada pela indenização, cavalheiros, a pesada indenização paga pelo Sr. Serjeant Buzfuz, ou que a tragédia seja mais bem tratada pela arbitragem tão espiritual do Sr. Nupkins.<br />
<br />
Devo ainda acrescentar uma palavra a este esboço apressado dos elementos do caso. Deixei deliberadamente de lado o argumento e o aspecto mais elevados, que percebem no matrimônio uma instituição divina, pela simples razão de que quem crê nisso não crê no divórcio e eu estou discutindo com os que nele crêem. Não os peço que reconheçam o valor do meu credo, ou de qualquer credo; eu poderia até mesmo desejar que eles não me pedissem tão frequentemente que eu reconhecesse algum valor na sua sociedade moderna, plutocrática, venenosa e sem valor algum. Mas se fosse possível mostrar, como creio que seja, que uma visão histórica longa e uma experiência política paciente podem ao menos aucmular evidências científicas sólidas da necessidade vital do voto matrimonial, então não me é possível conceber tributo maior que o de quem, em qualquer fé, afirmou flamejantemente desde o mais negro princípio aquilo que o brilhantismo mais tardio consegue descobrir, lentamente, apenas no final.</span></span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-5612293163545392862012-02-10T17:23:00.000-08:002012-02-10T17:23:50.621-08:00III - A SUPERSTIÇÃO DO DIVÓRCIO (3)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><h3 class="post-title entry-title"> </h3><div class="post-header"> </div><div style="text-align: center;"> <b>III<br />
A SUPERSTIÇÃO DO DIVÓRCIO (3)</b></div><br />
<div style="text-align: right;"><div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;"></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: xx-small;">Autor: G.K. Chesterton<br />
<span style="font-weight: bold;">Tradução</span>: ©Prof. Carlos Ramalhete</span></div><span style="font-size: xx-small;">Disponível originalmente a versão preliminar no blog <a href="http://www.hsjonline.com/2011/07/i-supersticao-do-divorcio-1.html">HsJonline</a></span></div><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="background-color: #e8e8e8; border-left: 5px solid; border-top: 1px dotted; color: #555555; display: block; font-size: x-small; padding: 1em;"> <span style="font-style: italic;">Este é um trabalho em curso; antes de atingir sua forma final para publicação impressa, este texto ainda será cotejado novamente com o original, e a ele serão acrescentadas notas explicativas que facilitem sua compreensão pelo leitor atual.<br />
<br />
Ele está sendo publicado aqui à medida que o trabalho progride, para possibilitar um acesso ao menos parcial dos leitores brasileiros a esta obra do grande escritor inglês.<br />
<br />
Como esta versão é preliminar, pedimos sinceras desculpas por quaisquer enganos e agradecemos toda sugestão e auxílio que nos venham a ser prestados.</span></span></span><span style="font-size: small;"> </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Há um bom tempo se vem tentando, de modo curiosamente persistente, esconder o fato de que a França é um país cristão. Certamente há franceses envolvidos na conspiração, e indubitavelmente houve franceses – ainda que eu só saiba dos ingleses envolvidos – na tentativa, derivada daquela, de esconder o fato de que Balzac tenha sido um escritor cristão.</span></div></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Comecei a ler Balzac muito depois de ter lido seus admiradores, e eles nunca me haviam sequer insinuado esta verdade. Eu lera que seus livros eram encadernados em capas amarelas, e seriam “desavergonhadamente franceses”, ainda que me tenha sido sempre algo um pouco nebuloso entender como ser francês poderia ser uma coisa desavergonhada para um francês.<a href="" name="more"></a><br />
<br />
Eu lera a descrição mais verídica do “feiticeiro sujo da Comédie Humaine”, e sobrevi para ver que é verdade. Balzac certamente é um gênio, como os artistas que ele mesmo descreve, daqueles que conseguem desenhar de tal maneira uma vassoura, que se sabe que ela foi usada para varrer o local onde ocorreu um assassinato. Os móveis que Balzac descreve estão mais vivos que os personagens de muitos dramas.<br />
<br />
Para isso eu estava preparado, mas não para uma certa assunção espiritual que reconheci imediatamente como sendo um fenômeno histórico. A moralidade de um grande escritor não é a moralidade que ele ensina, mas a que ele considera evidente e que surge como pano de fundo. O tipo católico da ética cristã perpassa os livros de Balzac, exatamente como o tipo puritano da ética cristã perpassa os livros de Bunyan.<br />
<br />
Quais seriam as opiniões que defenderiam eu não sei, não mais que eu sei quais seriam as de Shakespeare; mas sei que ambos estes criadores de um mundo de multidões o construíram, comparados com outros escritores mais tardios, baseando-se no mesmo mapa moral fundamental que o do universo de Dante. Não há dúvida possível para quem os teste usando a verdade que mencionei: as coisas fundamentais em um homem não são as coisas que ele explica, mas as coisas que ele se esquece de explicar.<br />
<br />
Aqui e ali, contudo, Balzac explica, e explica com aquela concentração intelectual que o Sr. George Moore nitidamente percebe naquele autor quando ele se comporta como teórico. E, outro dia, achei em um dos romances de Balzac esta passagem que – independentemente de sua perfeita adequação ao estado de espírito do Sr. George Moore neste momento – me parece uma profecia perfeita desta época, que poderia perfeitamente ser a epígrafe deste livro: “junto com a solidariedade da família, a sociedade perdeu aquela força elementar que Montesquieu definiu e chamou de 'honra.' A sociedade isolou os seus membros para governá-los melhor, e dividiu para enfraquecer."<br />
<br />
Ao longo da nossa juventude e nos anos do pré-Guerra, a crítica corrente seguiu Ibsen, descrevendo o sistema doméstico como uma casinha de bonecas e a dona de casa como uma bonequinha. O Sr. Bernard Shaw forneceu uma variação à metáfora, dizendo que o mero costume mantém a mulher em casa, como mantém o papagaio na gaiola. As peças e histórias deste período pintaram em cores vivas uma mulher semelhante a um papagaio em outros aspectos, coberta de cores vivas, com uma voz irritante, viciada em repetir inúmeras vezes o que se lhe ensinou a dizer. O Sr. Granville Barker, filho espiritual do Sr. Bernard Shaw, comentou em sua peça engenhosa "A Herança de Voysey" que a tirania, a hipocrisia e o tédio seriam os elementos constituintes do “lar inglês feliz".<br />
<br />
Deixando de lado o que isto tem de verdade, seria bom insistir que a convencionalidade assim criticada seria ainda mais característica de um lar francês feliz. Não é a casa do inglês, mas a do francês que é seu castelo. Poder-se-ia acrescentar, abordando finalmente a visão ética essencial dos sexos, que a casa do irlandês é o seu castelo, ainda que tenha sido, ao longo dos últimos séculos, um castelo sitiado. De qualquer modo, estas convenções, que se percebe tratarem a domesticidade como algo tedioso, estreito e antinaturalmente manso e submisso, são particularmente poderosas entre os irlandeses e os franceses.<br />
<br />
Daí será certamente mais fácil, para qualquer pensador lúcido e lógico, deduzir o fato de que os franceses seriam tediosos e estreitos, e os irlandeses antinaturalmente mansos e submissos. O Sr. Bernard Shaw, irlandês que vive entre os ingleses, pode ser convenientemente tomado como exemplo típico da diferença; e descobrir-se-á indubitavelmente que os amigos políticos do Sr. Shaw, entre os ingleses, serão de um tipo revolucionário mais radical que os que ele encontraria entre irlandeses. Podemos então comparar a mansidão dos fenianos com a fúria dos fabianos.</span><table border="0" style="margin-left: 0px; margin-right: 0px; text-align: left;"><tbody>
<tr><td colspan="4"><span style="font-size: small;"><br />
</span></td></tr>
<tr><td rowspan="2"><span style="font-size: small;">Este ideal monogâmico mortificante pode até mesmo, num sentido mais amplo, definir e distinguir toda a subserviência rasa de Clare de toda aquela revolta flamejante de Clapham. Tampouco precisamos avançar muito para entender porque as revoluções são desconhecidas na história da França, ou porque elas se sucedem rapidamente na política mais vaga da Inglaterra.</span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-size: small;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: small;"><span style="line-height: 140%;">Esta rigidez e respeitabilidade certamente serão a explicação desta incapacidade completa para a explosão ou para a experimentação cívica que sempre marcou esta aldeia modorrenta de casinhas trancadas que é a cidade de Paris. Isso vale não apenas para os parisienses, mas também para os camponeses. Vale ainda mais para outros camponeses na grande Aliança. Os estudantes das tradições sérvias nos dizem que a literatura camponesa amaldiçoa de modo especial e singular a violação do matrimônio; e isso deve explicar o ordeiro pacifismo de carneirinhos de que frequentemente se queixa quanto a este povo.<br />
<br />
Falando de modo mais claro, há algo claramento errado no cálculo pelo qual se teria provado que a dona de casa seria necessariamente tão servil quanto uma empregada doméstica, ou que visse no homem domesticado alguém sempre gentil como uma rosa ou conservador quanto a Liga da Rosa. São precisamente os mais conservadores acerca da família os revolucionários no tocante ao Estado. Os que são acusados de preconceituosos ou de burgueses tacanhos, devido a suas convenções matrimoniais, são na verdade os mesmos que são acusados pela violência e pelas reviravoltas de suas reformas políticas. Tampouco há qualquer dificuldade em perceber a causa disto.<br />
<br />
Trata-se simplesmente de que uma sociedade do tipo do governo, ao lidar com a família, está lidando com algo quase tão permanente e tão capaz de se renovar quanto ele mesmo. Pode haver uma política familiar contínua, assim como há uma política exterior contínua. Em países camponeses a família luta; seria até mesmo possível dizer que a fazenda luta. Não quero simplesmente dizer que, em tempos maus e excepcionais, ela se revolta, ainda que isso seja importante. Era um acontecimento selvagem, mas saudável, quando nas expulsões irlandesas as mulheres jogavam água fervendo das janelas; era parte de uma retirada final ao uso de ferramentas particulares como armas públicas. Este tipo de coisa não é apenas uma briga de faca, mas quase uma briga de garfo e colher.<br />
<br />
Talvez fosse neste sentido sombrio que Parnell, naquela piada misteriosa, disse que na Irlanda todo mundo conhecia o Kettle (como talvez devessem, após suas glórias posteriores), e, em um sentido mais geral, é bem verdade que se meter com uma dona de casa acaba nos jogando na água quente. Mas não é destas crises de lutas corporais que eu estou falando, sim de uma pressão permanente e pacífica, que vem de baixo, de mil famílias, contra o quadro geral do governo.<br />
<br />
Para isso, é essencial que haja um certo espírito de defesa e de privacidade; nisso o próprio feudalismo tinha razão, ao perceber que qualquer questão de honra era necessariamente uma questão de família. Era verdadeiro o instinto artístico que representou a ancestralidade familiar em um escudo que protege o corpo. O camponês livre tem armas, ainda que não seja armoriais. Ele não tem um escudo de armas, mas tem algo a escudá-lo.<br />
<br />
Não vejo porque ele não deveria ter, em uma sociedade mais livre e mais feliz que a atual, ou mesmo que a do passado, um escudo dotado de um belo brazão. Afinal, vale para a ancestralidade o que vale para a propriedade: o erro não é que ela seja imposta aos homens, mas que ela lhes seja negada. Capitalismo demais não significa capitalistas demais, mas capitalistas de menos; e, do mesmo modo, a aristocracia peca não ao plantar uma árvore familiar, mas ao deixar de plantar uma floresta familiar.<br />
<br />
De qualquer modo, descobre-se que na prática o cidadão doméstico pode resistir a um cerco, mesmo que o cerco seja feito pelo Estado; isso ocorre porque ele tem alguém ao seu lado nos bons e nos maus momentos – especialmente nos maus momentos. Os defensores da idéia de que o Estado pode conseguir ser dono de tudo e administrador de tudo podem ignorar este argumento o quanto quiserem; é contudo necessário dizer, com todo o respeito, que o mundo, cada vez mais, os ignora. Se fosse possível encontrar uma máquina perfeita e um homem perfeito para operá-la, teríamos um bom argumento para o socialismo de Estado, ainda que o mesmo argumento servisse também para defender o despotismo pessoal.<br />
<br />
Creio, contudo, que a maioria das pessoas concorde agora que um pouco desta pressão social de baixo para cima a que chamamos liberdade seja vital para a saúde do Estado. E é ela que não pode ser exercida completamente por indivíduos, apenas por grupos e por tradições. Muitos foram estes grupos; houve os mosteiros, houve as guildas, mas há apenas um tipo, entre todos estes, que todos os seres humanos têm a inspiração onipresente e espontânea de construir para eles mesmos: e este tipo é a família.<br />
<br />
Era a minha intenção que este artigo fosse o último dos que alinhavam os elementos deste debate; terei, no entanto, que acrescentar uma curta conclusão acerca da ausência destes elementos nas propostas práticas (ou nada práticas) sobre o divórcio. Aqui, basta dizer que elas sofrem da mórbida doença moderna de sacrificar o normal em benefício do anormal. É fato que a “tirania, hipocrisia e tédio” de que se queixa não são típicos da domesticidade, sim da decadência da domesticidade.<br />
<br />
O caso desta queixa em específico, na peça do Sr. Granville Barker, o prova. O ponto crucial de “A Herança de Voysey" é que não havia uma herança de Voysey. A única herança que esta família tinha era uma dívida, bastante desonrosa. Naturalmente, os afetos familiares decaíram quando todo o ideal de propriedade e probidade decaiu; e é pouco o amor, bem como a honra, entre os ladrões.<br />
<br />
Ainda resta a provar que eles estariam tão entediados se houvesse uma herança positiva, ao invés de negativa, e se houvessem trabalhado em uma fazenda ao invés de em uma fraude. E a experiência da humanidade aponta na direção oposta.</span> </span></div></span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-22923319175941484392012-02-10T17:18:00.000-08:002012-02-10T17:18:13.562-08:00II - A SUPERSTIÇÃO DO DIVÓRCIO (2)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><h3 class="post-title entry-title" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"> </h3><div class="post-header" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><span style="font-size: small;"> <b>II<br style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;" /><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"> A SUPERSTIÇÃO DO DIVÓRCIO (2)</span></b></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="background-color: white; border: medium none; color: black; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Autor: G.K. Chesterton<br />
<span style="font-weight: bold;">Tradução</span>: ©Prof. Carlos Ramalhete</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Disponível originalmente a versão preliminar no blog <a href="http://www.hsjonline.com/2011/07/i-supersticao-do-divorcio-1.html">HsJonline</a></span><span style="font-size: x-small;"> </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
<br />
<span style="background-color: #e8e8e8; border-left: 5px solid; border-top: 1px dotted; color: #555555; display: block; font-size: x-small; padding: 1em;"> <span style="font-style: italic;">Este é um trabalho em curso; antes de atingir sua forma final para publicação impressa, este texto ainda será cotejado novamente com o original, e a ele serão acrescentadas notas explicativas que facilitem sua compreensão pelo leitor atual.<br />
<br />
Ele está sendo publicado aqui à medida que o trabalho progride, para possibilitar um acesso ao menos parcial dos leitores brasileiros a esta obra do grande escritor inglês.<br />
<br />
Como esta versão é preliminar, pedimos sinceras desculpas por quaisquer enganos e agradecemos toda sugestão e auxílio </span></span></span><span style="font-size: small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 140%;"></span></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"></div></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Dei o título de “A Superstição do Divórcio” aos dois ou três artigos que publiquei sobre este tema; não se trata de um título tomado ao acaso. Enquanto o amor livre me parece uma heresia, o divórcio realmente me parece uma superstição. Não apenas é mais supersticioso que o amor livre, mas é muitíssimo mais uma superstição que o matrimônio sacramental mais estrito; dificilmente seria possível exagerar ou insistir demais sobre este ponto.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">São os partidários do divórcio, não os defensores do matrimônio, que atribuem uma santidade rígida e sem sentido a uma mera cerimônia, sem considerar o próprio sentido da cerimônia. São os nossos oponentes, não nós, que esperam ser salvos pela letra do ritual, ao invés de pelo espírito da realidade. São eles que defendem que votos ou abjurações, lealdades ou deslealdades, tudo pode ser jogado às traças por meio de um rito mágico e misterioso, encenado primeiro num tribunal e depois numa igreja ou cartório. Há pouca diferença entre as duas partes do ritual, a não ser o fato de o tribunal ser mais ritualístico, mas os paralelos mais evidentes mostrarão a qualquer um que se trata da mais bárbara e primitiva credulidade.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Pode ou não ser superstição que um homem creia que ele deva beijar a Bíblia para mostrar que irá dizer a verdade. É, contudo, a mais abjeta das superstições crer que, se ele plantar um beijo numa Bíblia, apenas a verdade sairá de seus lábios. Seria, certamente, a mais negra e mais amaldiçoada das bibliolatrias sugerir que um mero beijo num mero livro pudesse alterar a qualidade moral do perjúrio. No entanto, é precisamente isto que se implica ao dizer que o recasamento formal altera a qualidade moral da infidelidade conjugal.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Pode ter sido um sinal da Era das Trevas que Haroldo devesse jurar sobre uma relíquia, ainda que mais tarde fosse abjurar o que jurou. Certamente, no entanto, esta Era estaria em mais negras trevas ainda se se contentasse com um juramento feito sobre uma relíquia e uma abjuração feita sobre outra. É, todavia, este o novo altar que estes reformadores nos edificariam, erigindo-o sobre as relíquias mofadas e sem sentido de sua lei morta e de sua religião moribunda.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">De qualquer modo, estamos tratando de uma ideia, uma coisa do intelecto e da alma, que nós percebemos como sendo inalterável por manobras legais. Tratamos, sim, da idéia de lealdade; talvez seja uma ideia fantástica, ou talvez apenas esteja fora de moda, mas é sempre uma ideia que podemos explicar e defender como ideia.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Já apontei que muitos homens sãos aderem ao nosso ideal no caso do patriotismo ou do espírito público, da necessidade de salvar o estado a que pertencemos. O patriota pode acusar, mas não abjurar, o seu país; ele o amaldiçoa para curá-lo, não para que ele se enfraqueça. Os antigos cidadãos pagãos se sentiam assim em relação à cidade, e assim se sentem os modernos nacionalistas em relação ao país.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Até mesmo os meros internacionalistas modernos se sentem assim acerca de algo, mesmo que seja apenas a nação humana. Nem mesmo um humanitarista se torna um misantropo e vai morar na jaula dos macacos. Nem mesmo um comunista ou coletivista vai, desapontado, retirar-se para a sociedade exclusiva dos castores, por serem os castores comunistas dotados da solidariedade que mais tem consciência de classe. Ele admite a necessidade de manter-se junto às criaturas que são como ele e implora que deixem de lado o uso do pronome possessivo, por mais dolorosos que seus esforços lhe pareçam após um certo tempo. Mesmo um pacifista não prefere os ratos aos homens, apoiando-se no fato de ser a sociedade dos ratos tão desprovida da mácula do entusiasmo guerreiro que sempre vá abandonar o navio que afunda. Resumindo, todos reconhecem haver um navio, pequeno ou grande, que não se deve abandonar, mesmo quando cremos que esteja afundando.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Podemos, assim, afirmar que há instituições às quais nos ligamos permanentemente, assim como há outras às quais nos ligamos temporariamente. Vamos de loja em loja, procurando o que queremos, mas não vamos de nação em nação a fazer a mesma coisa, a não ser que pertençamos a um certo grupo que agora está sendo levado ao extermínio. No primeiro caso, nossa ameaça é a de deixar de ser freguês; no segundo, nossa ameaça é a de nunca a abandonar, de permanecer na instituição para todo o sempre. A hora em que a loja perde seus fregueses é a hora em que a nação precisa de seus cidadãos; ela precisa deles, contudo, como críticos que sempre permaneçam para criticar.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Não é a hora de enfatizar a tremenda necessidade deste esforço duplo pela reforma interna e pela defesa externa; toda a tragédia que vem encobrindo a terra em nossos dias não é mais que uma terrível ilustração deste fato. As marteladas vêm agora fortes e velozes, preenchendo o mundo com suas trovoadas infernais, e permanece o som ferroso de algo inquebrável, mais profundo e mais alto que tudo o que se esfacela. Podemos amaldiçoar os reis, desconfiar dos capitães, resmungar quanto à própria existência dos exércitos. Mas sabemos que, nos dias que se aproximam, nenhum homem irá abandonar sua bandeira.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Ao passar da lealdade à nação à lealdade à família, não há dúvida sobre a primeira e mais evidente das diferenças. A diferença é que a família é algo muito mais livre. O voto é uma lealdade voluntária; e o voto matrimonial marca-se, entre os votos ordinários de fidelidade, pelo fato de esta fidelidade ser também uma escolha. O homem não é apenas um cidadão desta cidade, mas também um seu fundador e construtor. Ele não é apenas um soldado que serve uma bandeira, mas é alguém que selecionou pessoalmente, com dedo de artista, suas cores e combinações, como quem escolhe com carinho as cores de um vestido.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Se é admissível requerer-lhe que seja fiel à comunidade que o criou, não seria menos liberal requerer-lhe que seja fiel à comunidade que ele mesmo criou. Se a fidelidade cívica for, como é, uma necessidade, ela é também, em um certo sentido, uma restrição. A velha piada contra o patriotismo, a ironia gilbertiana, parabenizava o inglês por ter demonstrado fino bom gosto ao nascer na Inglaterra. Plausivelmente, acrescentava “pois ele poderia ser russo”; talvez fosse interessante ver gente que achasse que poderia passar a ser russo quando se lhes desse vontade.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Se o senso comum considera natural até mesmo uma lealdade tão involuntária, não seria de se espantar se considerássemos ainda mais natural a lealdade que, ela sim, é voluntária.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">E o pequeníssimo estado fundado sobre os sexos é ao mesmo tempo o mais voluntário e o mais natural de todos os estados autônomos. Não é verdade que o Sr. Brown poderia ser russo; mas é verdade que a Sra. Brown poderia ser a Sra. Robinson.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Não é difícil perceber que esta pequena comunidade, tão especialmente livre no tocante a sua causa, forçosamente será especialmente demandante no tocante a seus efeitos. Não é difícil perceber que o voto feito com maior liberdade é o voto que é mantido com maior firmeza. A ele estão ligadas, pela ordem natural das coisas, consequências tão tremendas que nenhum contrato lhe poderia ser comparado. Não há contrato algum, a não ser o que se diz ser assinado com o próprio sangue, que possa invocar espíritos das profundezas, ou trazer querubins (ou gnomos saltitantes) para habitar uma casinha suburbana. Não há linha traçada a caneta que crie corpos e almas reais, ou que faça os personagens de um romance ganhar vida.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A instituição que tanto confunde os intelectuais pode ser explicada pelo simples fato material (que até mesmo intelectuais conseguem perceber) de que as crianças costumam ser mais jovens que os pais. “Até que a morte nos separe” não é uma fórmula irracional para quem quase certamente irá morrer antes de ver mais que metade da coisa tão fabulosa (ou tão alarmante) que se fez.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Esta é, num esboço rápido e grosseiro, a coisa tão óbvia, aqui apresentada em benefício de quem não perceba o quanto ela é óbvia. </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Bem sei eu que há homens pensantes dentre os que querem mexer no casamento; e eu espero que alguns dentre eles queiram responder às minhas indagações. No momento, contudo, faço apenas uma pergunta: será que o movimento pró-divórcio, no parlamento e nos jornais, mostra um traço qualquer, uma sombra que seja, destas verdades fundamentais? Será que ele as vê como um teste real de suas ideias? Será que ele chega a discutir a natureza de um voto, os limites e os objetos da lealdade, a sobrevivência da família como um estado pequeno e livre? </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Os autores parecem contentar-se em dizer que o Sr. Brown não está confortável com a Sra. Brown; esta emancipação derradeira, aliás, no caso dos casais separados, parece indicar apenas que ele continua desconfortável, mesmo sem a Sra. Brown ao seu lado. Não estamos em um tempo em que o desconforto seja o teste final da ação pública.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Quanto ao resto, os reformadores mostram, por meio de estatísticas, que as famílias estão, de fato, tão desordenadas na nossa anarquia industrial que mais valeria que elas abandonassem qualquer esperança de achar o caminho de volta para casa. Estou familiarizado com o raciocínio que visa tornar o mal pior ainda; eu o vejo, por toda parte, conduzindo sempre à escravidão. Se a Ponte de Londres está quebrada, deveríamos presumir que pontes não devem ligar um lado ao outro. Se o comercialismo e o capitalismo londrino fizeram uma boa imitação do Inferno, deveríamos continuar a imitá-los. De todo modo, há quem mantenha a convicção que a antiga ponte construída entre as duas torres dos sexos seja a mais digna de todas as grandes obras da terra.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">É demasiadamente característico dos duros anos do pré-Guerra que as formas de liberdade que parecem ter sido sua especialidade sejam o suicídio e o divórcio. Não estou, no momento, me pronunciando sobre o problema moral de qualquer um deles; apenas observo, como sinais dos tempos, estes dois conselhos, verdadeiros ou falsos, que nos dá o desespero: o fim da vida e o fim do amor. Outras formas de liberdade, enquanto isso, foram sendo cerradas uma a uma. A liberdade era a única coisa condenada ao mesmo tempo pelos progressistas e pelos conservadores.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Os socialistas pareciam mais preocupados com a prevenção de greves, a ser obtida pela arbitragem estatal; ou seja, acrescentando-se mais um rico para dar o voto de Minerva entre ricos e pobres. Mesmo ao defender o que eles chamavam de direito ao trabalho, eles tacitamente abdicaram do direito de deixar de trabalhar. Os conservadores pregavam o alistamento militar obrigatório, nem tanto para defender a independência da Inglaterra quanto para destruir a independência dos ingleses. Os liberais, evidentemente, estavam principalmente ocupados com a eliminação da liberdade, especialmente no tocante à cerveja e às apostas.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Brigar era infame e mesmo discutir era arriscado, pois citar qualquer fato atual e de conhecimento geral poderia levar a um processo por difamação. Enquanto todas estas portas eram efetivamente fechadas na nossa cara ao longo dos impecavelmente azulejados corredores gelados e tristes do progresso, as portas da morte e do divórcio permaneciam, só elas, escancaradas; ou melhor, sendo cada vez mais e mais alargadas.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Eu não espero que os oponentes do divórcio admitam qualquer semelhança entre estas duas coisas; o paralelo, contudo, não é irrelevante. Ele pode ajudá-los a perceber os limites dentro dos quais o nosso instinto moral consegue, nem que seja apenas para possibilitar a discussão, tratar esta solução tresloucada como um objeto de desejo normal. O divórcio é, para nós, na melhor das hipóteses um fracasso, e estamos mais preocupados em descobrir e curar a sua causa que em completar os seus efeitos. E vemos um sistema que produz tantos divórcios quanto o nosso como um sistema que leva os homens a se afogar e a dar tiros na própria cabeça.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Por exemplo, a queixa mais comum que se faz contra o sistema judicial é que os pobres não conseguem ter acesso a ele. Trata-se de um argumento que eu normalmente ouviria com simpatia. Mas, ainda que eu condene a lei por ser um luxo, o meu primeiro pensamento é que o divórcio e a morte são luxos em um sentido bastante estranho. Não deveria ser uma queixa do pobre que seja demasiadamente alto o preço do veneno, ou que todos os precipípios de altura propícia ao suicídio estejam em propriedades particulares de acesso restrito. Há outros preços e outros precipícios que convêm atacar primeiro. Devo admitir que, abstratamente, o que é bom para um é bom para o outro, que o que é bom para o rico é bom para o pobre, mas a minha impressão primeira e mais forte é que veneno não faz bem a ninguém. Temo que eu puxasse pelo colarinho, num impulso momentâneo, um pobre funcionário ou artesão que eu encontrasse prestes a pular de um precipício, ainda que o fundo do vale já estivesse coberto com os restos mortais dos duques e banqueiros que pularam antes.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Em um aspecto, contudo, concedo de bom grado, o culto do divórcio difere do culto à morte: o culto à morte já morreu. Os que eu conheci, quando jovem, como jovens pessimistas são hoje otimistas envelhecidos. E, o que vem mais a propósito, mesmo quando estava ainda presente, este culto era limitado; era coisa de um grupo, numa determinada classe. Sabemos da regra das antigas comédias: se a heroína enlouquecia vestida de cetim branco, sua confidente enlouquecia vestida de musselina da mesma cor. Mas quando, em alguma tragédia do temperamento artístico, o pintor se suicidava vestido de veludo, nunca se implicava que o encanador devesse se matar vestido de brim. Nunca foi defendido que a empregada de Hedda Walter devesse agonizar dolorosamente sobre o carpete (ainda que suas condições de trabalho devam ter sido bastante desagradáveis), ou que o mordomo de Madame Tanqueray devesse fazer como um bufão romano e atirar-se sobre sua própria faca de trinchar. Esta forma particular de bufonaria, romana ou não, foi um privilégio oligárquico de uma época decadente. O pessimismo, que nunca foi popular, nem mesmo na moda está ainda. Um destino, porém, bem diferente atingiu a outra moda, aqueloutra espécie deprimente de liberdade.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Se o divórcio for uma doença, não é mais uma doença chique, como a apendicite, mas uma epidemia, como o sarampo. Já vimos que os jornais e os homens públicos, hoje em dia, fazem uma tremenda algazarra ao proclamar a necessidade de ajudar os pobres a obter um divórcio. Mas por que tanto ansiariam eles pela liberdade do pobre se divorciar, e nem um pouco por que ele tenha qualquer outra liberdade? Por que as mesmas pessoas ficam felizes, à beira das gargalhadas, quando ele se divorcia, e horrorizadas quando ele bebe uma cerveja? O que o pobre faz com seu dinheiro, o que acontece com seus filhos, onde ele trabalha, quando ele sai do serviço, tudo isso está cada vez menos sob o controle dele. Bancos de Empregos, Carteiras de Trabalho, Seguros-Desemprego e centenas de outras formas de supervisão e inspeção policial foram combinadas, para o bem ou para o mal, para fixá-lo cada vez mais estritamente em um determinado lugar na sociedade. Cade vez menos lhe é permitido procurar outro serviço; por que cargas d’água se lhe quer permitir que procure outra mulher?! Ele está cada vez mais constrito a obedecer a uma espécie de lei muçulmana que proíbe a bebida; porque facilitar que ele abandone a velha lei cristã sobre o sexo?! Qual é o sentido desta imunidade misteriosa, desta permissão especial para o adultério? Porque a única alegria que ainda lhe está aberta deveria ser fugir com a mulher do vizinho?! Porque ele deveria amar como lhe der na telha, se não pode viver como lhe dá na telha?!</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A resposta, lamento dizê-lo, é que esta campanha social, na maioria senão em todos os seus proponentes mais proeminentes, baseia-se, neste tema, em um interesse particular do tipo mais hipócrita e pestilento. Há defensores da democratização do divórcio que são realmente defensores da liberdade democrática em geral. Estes, contudo, são a exceção. Mais ainda: eu diria, com todo o respeito, que são fantoches.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A onipresença do assunto na imprensa e na sociedade política é devida a um motivo diametralmente oposto ao que é abertamente professado. Os governantes modernos, que são simplesmente os ricos, mudam muito pouco em sua atitude em relação aos pobres. É o mesmo espírito que arranca deles os filhos com o pretexto da ordem e quer lhes arrancar a esposa com o pretexto da liberdade. Quem deseja, como diz a letra da música satírica, “destruir o lar feliz”, busca antes de tudo o mais não destruir a fábrica, que não é nem um pouco feliz.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O capitalismo, é claro, está em guerra contra a família, pela mesma razão que o levou à guerra contra o sindicato. Este é, realmente, o único sentido em que o capitalismo está ligado ao individualismo; o capitalismo acredita no coletivismo para ele mesmo e no individualismo para seus inimigos. Ele quer que suas vítimas sejam indivíduos, ou, em outras palavras, quer atomizá-los. A palavra “átomo”, no seu sentido mais claro (que não é nem um pouco evidente) pode ser traduzida como “indivíduo”. Se restar alguma ligação ou fraternidade, se houver qualquer lealdade de classe ou disciplina doméstica pela qual o pobre possa ajudar o outro pobre, estes emancipadores farão o que puder para afrouxar este laço ou destruir esta disciplina da maneira mais liberal possível. Se houver tal fraternidade, estes individualistas vão redistribuí-la na forma de indivíduos; ou, em outras palavras, atomizá-la, reduzi-la a átomos.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Os mestres da plutocracia moderna sabem o que estão fazendo. Eles não estão cometendo nenhum engano. Eles podem ser inocentados de qualquer acusação de incoerência. Um instinto preciso e muito profundo levou-os a determinar que o lar humano é o obstáculo maior diante de seu progresso desumano. Sem a família não há recurso diante do Estado, que em nosso caso, na modernidade, é o Estado Servil. Para usar uma metáfora militar, a família é a única formação em que o ataque dos ricos pode ser debelado. É uma força que forma casais como os soldados formam esquadras e que, em todos os países agrários, guardou a casa ou o sítio como a infantaria guardou sua trincheira contra a cavalaria.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Como esta força o opera, e o seu porquê, tentaremos explicar no último destes artigos. Mas é quando ela está prestes a ser destroçada pelos cavaleiros do orgulho e do privilégio, como na Polônia ou na Irlanda, quando a batalha se torna mais desesperada e a esperança é mais obscura, que os homens começam a entender porque este voto selvagem, no seu início, já era mais forte que todas as lealdades deste mundo; e o que pareceria fugaz como uma aparição é tornado permanente, na forma de um voto.</span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-17729931979918278062012-02-10T16:58:00.000-08:002012-02-10T16:58:10.090-08:00I - A SUPERSTIÇÃO DO DIVÓRCIO (1)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><h3 class="post-title entry-title"> </h3><div class="post-header"> </div><div style="text-align: center;"> <b>I<br />
A SUPERSTIÇÃO DO DIVÓRCIO (1)</b></div><br />
<div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Autor: G.K. Chesterton<br />
<span style="font-weight: bold;">Tradução</span>: ©Prof. Carlos Ramalhete</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Disponível originalmente a versão preliminar no blog <a href="http://www.hsjonline.com/2011/07/i-supersticao-do-divorcio-1.html">HsJonline</a> </span></div><br />
<br />
<span style="background-color: #e8e8e8; border-left: 5px solid; border-top: 1px dotted; color: #555555; display: block; font-size: x-small; padding: 1em;"> <span style="font-style: italic;">Este é um trabalho em curso; antes de atingir sua forma final para publicação impressa, este texto ainda será cotejado novamente com o original, e a ele serão acrescentadas notas explicativas que facilitem sua compreensão pelo leitor atual.<br />
<br />
Ele está sendo publicado aqui à medida que o trabalho progride, para possibilitar um acesso ao menos parcial dos leitores brasileiros a esta obra do grande escritor inglês.<br />
<br />
Como esta versão é preliminar, pedimos sinceras desculpas por quaisquer enganos e agradecemos toda sugestão e auxílio que nos venham a ser prestados.</span></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">É futilidade falar de reforma sem referência à forma. Tirando um exemplo do bolso do colete: nada me parece tão belo, tão maravilhoso, quanto uma janela. Todo caixilho é mágico, quer se abra ao oceano ou ao quintal; ele sempre está na fronteira do paradoxo e do mistério derradeiros da limitação e da liberdade. Se, contudo, eu seguisse os meus instintos, que me arrastam a desejar um número infinito de janelas, eu acabaria sem paredes. Aliás, diga-se de passagem, acabaria também sem janelas, pois a janela cria um quadro ao enquadrar o que por ela se vê.</div></span><span style="line-height: 140%;"></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Mas há um jeito mais simples de apontar meu erro, tão simples quanto fatal: eu quis uma janela, sem pensar se queria uma casa.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Hoje em dia, muito se fala em favor dessa luz e dessa liberdade, que podem perfeitamente ser simbolizadas pelas janelas; mais ainda por muitas vezes se tratar de iluminar e libertar da casa, do próprio lar. Muita gente apresenta desinteressadamente considerações bastante razoáveis, no caso do divórcio, mostrando-o como uma espécie de libertação doméstica. Na discussão do assunto, no entanto, tanto jornalística quanto generalizada, pulula a mentalidade que, de ponta-cabeça e ao acaso, deseja que haja apenas janelas, sem paredes. Dizem que querem o divórcio, sem se perguntar se querem o casamento.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"></span><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Ora, para divorciar-se, em geral, parece ser necessário que se tenha passado pela formalidade preliminar de casar-se; a não ser que este ato inicial seja levado em conta, se poderia estar a discutir os penteados dos carecas ou os óculos dos cegos. Divorciar-se é, no sentido literal, descasar-se; e não há sentido em desfazer algo que não sabemos sequer se foi feito.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"></span><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Talvez não haja pior conselho, no mais das vezes, que o de se fazer primeiro o que está mais à mão. É um conselho especialmente ruim quando significa, como em geral é o caso, que se deva remover o obstáculo mais próximo. É dizer que os homens não devem se comportar como homens, mas como camundongos, que róem o que está mais próximo deles. O homem, como o camundongo, solapa o que não consegue entender. Se esbarra em algo, decide que este é o obstáculo mais próximo, ainda que na verdade se trate da coluna que sustenta o telhado que lhe cobre a cabeça. Industriosamente, assim, ele remove o obstáculo; em troca o obstáculo o remove, a ele e a muitas outras coisas ainda mais valiosas. Esta espécie de oportunismo talvez seja o que há de menos prático, neste mundo já tão pouco prático.</div></span><span style="line-height: 140%;"></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;"><table border="0"><tbody>
<tr><td colspan="4">Fala-se, vagamente, de críticas destrutivas; o problema deste tipo de crítica, contudo, não é que ela destrua, sim que ela não critique. É uma destruição sem desígnio. É desmantelar uma máquina complicada, arrancando-lhe as peças uma por uma, sem que se tenha noção alguma da serventia da máquina.</td></tr>
</tbody></table></div></span><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;"><table border="0"><tbody>
<tr><td colspan="4"></td></tr>
<tr><td rowspan="2"><span>Se um homem lida com uma máquina mortalmente veloz baseando-se no princípio de que deve puxar as alavancas mais próximas, rapidamente ele há de descobrir os defeitos de tão alegre filosofia. Deixemos brevemente de lado muitos dos sinceros e seriíssimos críticos do casamento moderno; grandes massas de homens e mulheres modernos, que escrevem e falam sobre o casamento, estão a roê-lo cegamente, como um exército de camundongos.</span></td></tr>
</tbody></table></div></span><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;"><table border="0"><tbody>
<tr><td rowspan="2"></td></tr>
<tr align="center"><td colspan="2"></td></tr>
</tbody></table></div></span><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;"><table border="0"><tbody>
<tr align="center"><td colspan="2"></td></tr>
<tr><td colspan="4">Quando os reformadores propõem, por exemplo, que o divórcio possa ser obtido após uma separação de três anos (que é, aliás, exatamente a separação que costumava acontecer nos primeiros arranjos militares da Grande Guerra, que há pouco acabou), seus leitores e entusiastas raramente conseguem dar alguma razão pela qual o período deveria ser de três anos, não de três meses ou de três minutos.</td></tr>
</tbody></table></div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">É como quem diga “corte fora a pontinha do cachorro”, sem se preocupar onde seria feito o corte. Tais pessoas não conseguem perceber o cachorro como uma entidade orgânica; em outras palavras, não sabem diferenciar o rabo e a cabeça, não sabem onde começa e onde acaba o animalzinho. E eis a crítica principal que se pode fazer a estes reformadores do casamento: eles não sabem nem por onde começar. Eles não sabem o que ele é, o que ele deveria ser, ou mesmo o que quem o apóia supõe que ele seja. Eles nunca o examinam, nem quando estão dentro dele. Fazem o trabalho que está mais à mão, e acabam por abrir buracos no fundo do bote, tendo a impressão de preparar um canteiro num jardim. Esta questão de o que é algo, de se é um bote ou um jardim, parece-lhes abstrata e acadêmica. Eles não têm noção da grandeza da idéia que atacam, ou de como parecem pequenos, por comparação, os buracos que nela abrem.</div></span><span style="line-height: 140%;"></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Assim, Sir Arthur Conan Doyle, que em outros assuntos é um homem inteligente, diz que há apenas uma oposição “teológica” ao divórcio, que seria inteiramente baseada em “alguns textos” bíblicos que tratam de casamentos. É exatamente como se ele dissesse que a idéia de uma fraternidade de todos os homens fosse algo baseado meramente em alguns textos bíblicos, que afirmam que todos os homens descendem de Adão e Eva.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"></span><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Milhões de camponeses e pessoas simples, no mundo inteiro, assumem que o casamento é indissolúvel, sem jamais ter lido texto algum. Numerosas pessoas modernas, especialmente após as experiências recentes nos Estados Unidos, pensam que o divórcio é uma doença social, sem ter jamais se preocupado com texto algum. Poder-se-ia afirmar que para eles, ou para quaisquer outros, a idéia do casamento é, em última análise, mística; o mesmo poderia ser dito da idéia de fraternidade. É óbvio que um marido e uma mulher não são visivelmente uma só carne, no sentido de formarem um único quadrúpede. Também é óbvio que Paderewski e Jack Johnson não são gêmeos, e que provavelmente nunca brincaram juntos, aos pés da mamãe. Há algo muito importante a admitir, ou a acrescentar, aqui.</div></span><span style="line-height: 140%;"></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">A verdade é a seguinte: se o nonsense de Nietzsche ou de algum outro sofista permeou a cultura atual ao ponto de estar na moda negar os deveres de fraternidade, então, de fato, se há de descobrir que o grupo que teima em afirmar a fraternidade é o mesmo grupo original, em cujos livros sagrados está o texto sobre Adão e Eva.</div></span><span style="line-height: 140%;"></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Suponhamos que algum cientista alemão tenha oportunamente descoberto que os alemães e os homens inferiores sejam descendentes de dois macacos que não seriam de modo algum irmãos, mas, no máximo, primos distantes. E suponhamos que ele resolva afastá-los ainda mais, a machadadas, e suponhamos que ele baseie seu comportamento numa repetição da conduta de Caim, dizendo, ao invés de “porventura sou eu o guarda de meu irmão?”, “será que ele é mesmo meu irmão?” E suponhamos que esta profunda filosofia da machadada prevaleça nas universidades e nos meios da mais alta cultura, como filosofias ainda mais tolas já o fizeram. Concordo, então, que será provavelmente o cristão, o homem que preserva o texto que fala de Caim, que continuará a afirmar-se irmão do cientista, a dizer-se ainda o guarda do cientista. Ele poderia até acrescentar que, em sua opinião, o cientista parece precisar muito de quem o guarde.</div></span><span style="line-height: 140%;"></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">E, sem dúvida, é esta a situação atual das controvérsias acerca do divórcio e do casamento. É a Igreja cristã que continua a afirmar tenazmente, quando o mundo perdeu a tenacidade, o que muitos outros afirmaram em outros tempos. Mas, mesmo assim, dizer que é uma afirmação baseada em textos é ignorar o cerne do assunto e ater-se a farrapos de argumento. O ponto crucial nesta comparação é que a fraternidade de todos os homens implica um certo modo de ver a vida, afirmado à luz da vida e defendido, correta ou incorretamente, por apelos constantes a todos os aspectos da vida. A religião que mais fortemente o defende irá continuar a fazê-lo quando ninguém mais o fizer; isso é bem verdade, e alguns de nós talvez sejamos perversos o suficiente para ver nesta defesa um ponto a favor da religião. Mas nenhum defensor desta visão a vê como uma filosofia baseada em um texto, ou em centenas deles.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">A fraternidade pode ser uma metáfora sentimental. Eu posso estar iludido ao saudar um camponês de Montenegro como um irmão há muito perdido. Na verdade, eu tenho cá minhas dúvidas acerca de qual de nós esteve perdido. Mas a minha ilusão não é uma dedução feita a partir de um texto, ou de vinte textos; é a expressão de uma relação que, ao menos para mim, parece ser real. E o mesmo que eu diria da idéia de um irmão, eu diria da idéia de uma esposa.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Parece que é mal-visto começar do começo. Diz-se que são “princípios acadêmicos e abstratos que nós, ingleses, etcétera e tal”. Por alguma estranha razão, considera-se pouco prático começar a estudar algo perguntando-se de quê se trata. Por acaso, contudo, eu não estou nem aí para este tipo de praticidade; afinal, eu bem sei que ela nem prática é.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Meu homem de negócios ideal não seria um que botasse uma pilha de dinheiro na mesa e dissesse “isso é dinheiro sonante; sou um homem direto, e não me interessa se estou pagando uma dívida, dando uma esmola ou comprando um touro selvagem ou uma sauna portátil”. Apesar da franqueza contagiante do seu jeito de falar, ao ver o dinheiro vivo eu ainda diria, como um chofer de táxi, “o que é isto?!”. Eu continuaria a insistir, resmungão que sou, que é uma questão muito prática saber o que é este dinheiro, o que ele representa, a que ele se destina ou o que ele declara, qual seria a natureza da transação ou, em outras palavras, o que cargas d’água o sujeito acha que está fazendo com ele.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Começo, assim, por perguntar, de modo igualmente místico, o quê, em nome de Deus e dos anjos, um sujeito que se está casando acha que está fazendo. Tenho que começar por perguntar o que é um casamento, e a simples questão já há de revelar, provavelmente, que o próprio ato, bom ou mau, sábio ou tolo, é de um certo tipo; que não se trata de uma pesquisa ou de um acidente; provavelmente nos daremos conta de que se trata de uma promessa. Podemos defini-lo ainda melhor ao dizer que é um voto.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Muitos irão responder, imediatamente, dizendo que é um voto feito no calor do momento. Contento-me, por ora, a retrucar que todos os votos são feitos no calor do momento. Não estou defendendo os votos, sim definindo o que são; estou apontando para o fato de que os votos são o tema desta discussão.</div></span><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Primeiramente, se é recomendável que existam votos, e, depois, que votos estes deveriam ser. Será que um homem deveria quebrar uma promessa solene? Será que um homem deveria fazer promessas solenes?</div></span><span style="line-height: 140%;"></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Trata-se de questões filosóficas; a peculiaridade filosófica do divórcio e do recasamento, contudo, comparados com o amor livre e a ausência de casamento, é que um homem quebra uma promessa e faz uma promessa ao mesmo tempo. É uma filosofia muito alemã, que nos faz lembrar o modo como o inimigo deseja celebrar a destruição bem-sucedida de todos os tratados com a assinatura de alguns tratados novos.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"></span><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Fosse eu quebrar uma promessa, eu o faria sem nada prometer. Mas longe de mim minimizar a natureza discutível e importantíssima do próprio voto. Tentarei mostrar, em outro artigo, que esta operação romântica, feita no calor do momento, é a única fornalha de que pode sair o ferramental básico da humanidade, a resistência de ferro fundido da cidadania ou o frio aço do senso comum; não posso, entretanto, negar que a fornalha seja um fogo.</div></span><span style="line-height: 140%;"></span><br />
<span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">O voto é algo violento e único, ainda que outros que não o voto matrimonial tenham existido: votos de cavalaria, votos de pobreza, votos de celibato, tanto pagãos quanto cristãos. A moda moderna, todavia, perdeu este hábito, e os homens não conseguem perceber, por falta de paralelos, de que tipo de coisa se trata. A maneira mais simples de colocar o problema é perguntar-se se ser livre inclui a liberdade de acorrentar-se; um voto, afinal, é um compromisso consigo mesmo.</div></span><br />
<span style="line-height: 140%;"></span><span style="line-height: 140%;"><div style="text-align: justify;">Eu poderia ser mal compreendido se dissesse, para simplificar as coisas, que o casamento diz respeito à honra. O cético concordaria, deliciado, apontando ser uma luta. E realmente o é; mas é uma luta consigo mesmo. O ponto, contudo, é que se trata de algo que necessariamente tem um toque de heroísmo, em que a virtude pode ser traduzida como “virtus”. As lutas, por sua própria natureza, têm sempre algo que implica um infinito, ou ao menos um potencial infinito. Quero dizer que a lealdade guerreira é a lealdade que se manifesta na derrota, e mesmo na desgraça; a lealdade à bandeira é mais devida na hora exata em que a bandeira está prestes a cair. Nós já aplicamos este princípio à bandeira nacional, e a questão é se é ou não prudente aplicá-lo à bandeira familiar. É claro que se pode defender que não se deveria aplicar este princípio a qualquer uma das duas; que o desgoverno da nação ou o sofrimento do cidadão fariam com que a deserção da bandeira fosse um ato de razão, não de traição. Digo apenas que se fosse este o limite da lealdade à nação, muitos de nós já a teríamos desertado há muito tempo.</div></span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-55345304977525506422012-02-07T18:01:00.000-08:002012-02-08T02:48:56.235-08:00Chesterton Academy - Nesta Escola, Eu Queria Estudar.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Por <span style="background-color: white; color: black; display: inline ! important; float: none; font-family: 'Trebuchet MS',sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-align: right; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">Pedro Erik Carneiro</span></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline ! important; float: none; font-family: 'Trebuchet MS',sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-align: right; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">Colaborador de Chesterton Brasil </span></span><br />
<span style="font-size: x-small;">Postado originalmente no blog <a href="http://www.blogger.com/goog_558768493">Thyself, O Lord</a></span><a href="http://thyselfolord.blogspot.com/"><span style="font-size: x-small;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline ! important; float: none; font-family: 'Trebuchet MS',sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-align: right; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"> </span></span></a> </div><div class="separator" style="clear: both; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8eDNy1JkB9surCdafzzFjvjGCt8aHBmzzmmBZr4ndbeAeWWYJSQa-pUuo9DbCGnYR3Oh6nAXx20HfgxE1bKiq3BWorI3VOpJEJQkeCa3vGecB0nWQSzEBxnDnsU_HyIQ8YYeosEd0PaHU/s1600/Captura+de+tela+2011-10-29+a%25CC%2580s+15.56.17.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8eDNy1JkB9surCdafzzFjvjGCt8aHBmzzmmBZr4ndbeAeWWYJSQa-pUuo9DbCGnYR3Oh6nAXx20HfgxE1bKiq3BWorI3VOpJEJQkeCa3vGecB0nWQSzEBxnDnsU_HyIQ8YYeosEd0PaHU/s1600/Captura+de+tela+2011-10-29+a%25CC%2580s+15.56.17.png" /></a></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
Em 2008, o presidente da <a href="http://www.chesterton.org/wordpress/">American Chesterton Society</a>, Dale Ahlquist, e Tom Bengston fundaram a <a href="http://chestertonacademy.org/">Chesterton Academy</a>, uma escola ginasial e faculdade (<i>High School</i> e <i>Faculty</i>), em Minneapolis (Estados Unidos). Inicialmente, a escola teve apenas 10 alunos, hoje tem mais de 60.<br />
<br />
Nesta escola, eu realmente queria ter estudado, <b>pergunto-me quanto tempo eu teria poupado de minha vida acadêmica se eu tivesse aprendido no ginásio, o que hoje eu luto para ter tempo para aprender</b>. A minha vida na escola foi péssima em termos de aprendizado para me tornar um profissional que sabia o que estava fazendo. A minha escola nunca incentivou a leitura de qualquer livro que me desse uma explicação da importância das disciplinas na minha vida, e eu saí da faculdade de economia sem ter a mais tenra idéia da base filosófica do curso. Tive três disciplinas de marxismo na faculdade que não ensinaram nem economia nem muito menos quem é o ser humano. <b>Só depois do doutorado, e de ter um emprego estável, foi quando eu pude </b><b>nas horas vagas </b><b>me dedicar a leituras que explicam o que eu estudo desde a escola primária</b>.<br />
<br />
Pergunto-me também onde se conseguiria os professores se fosse montada um Chesterton Academy no Brasil. Sem falar na reação dos sindicatos e do governo contra a escola.<br />
<br />
No Brasil, quando se discute melhorias no ensino, geralmente sugere-se foco na meritocracia, aprimoramento dos professores e um currículo escolar menor. Eu estou plenamente de acordo que é preciso reforçar o mérito nas escolas tanto para alunos como para professores, <b>mas falta ainda dizer que é preciso ensinar a base filosófica da humanidade, por que os alunos estão estudando aquelas disciplinas, quais são os princípios que as determinam, qual é relação filosófica entre as disciplinas de estudo e esclarecer que fé e razão não são inimigas. Sem falar da importância de se cuidar das almas dos estudantes.</b><br />
<br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_MExhBHz_slFIo6furtKo8P1UrXX6JMG2ufXM6p9OptyR-6PtGL7rJ57QpJJ0OqEajK4kwBM4QAjAOIJ74yEnMFjdmFO89ISK7_TtV3w_jVWzOofMHZk8QwO9N9Be7GX_HodR2FF_twWk/s1600/Captura+de+tela+2011-10-29+a%25CC%2580s+15.29.33.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_MExhBHz_slFIo6furtKo8P1UrXX6JMG2ufXM6p9OptyR-6PtGL7rJ57QpJJ0OqEajK4kwBM4QAjAOIJ74yEnMFjdmFO89ISK7_TtV3w_jVWzOofMHZk8QwO9N9Be7GX_HodR2FF_twWk/s320/Captura+de+tela+2011-10-29+a%25CC%2580s+15.29.33.png" width="320" /></a></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
Vou traduzir <span style="color: #0b5394;">em azul </span>aqui partes do texto sobre a Chesterton Academy que eu li na revista <a href="http://www.chesterton.org/wordpress/tag/gilbert-magazine/">Gilbert Magazine</a>, para vocês terem uma idéia do que falo. O artigo é de <a href="http://www.linkedin.com/in/emilyderotstein">Emily de Rotstein</a>.<br />
</span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Há mais de um século GK Chesterton disse que a educação estava em declínio e desarranjo e que todo mundo sabia disso. O impressionante é que as escolas estavam naquele tempo muito melhor do que elas estão agora. A maioria dos estudantes estudava Latim e os Clássicos. Eles eram bem versados em Homero, Dante e Shakespeare. Eles podiam escrever ensaios coerentes com boa gramática e sofisticadas alusões literárias. Eles podiam resolver problemas complexos de matemática no papel, ou mesmo mentalmente, que fariam os estudantes de hoje procurar as calculadoras.</span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A possibilidade de incutir conhecimentos gerais nos estudantes de hoje está prejudicada pela tendência de forte especialização, os estudantes tem o foco estreito desde cedo. Se um estudante mostra tendência para humanidades, ele é completamente afastado das ciências e vice versa. As matérias estão ficando cada vez mais fragmentadas e os estudantes estão aprendendo cada vez menos. </span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Infelizmente, nossas escolas sofrem de sérios problemas que vão além do currículo. Nós temos saído de um ensino em que a moral está ausente para um que ataca a própria moral. <b>Pode-se perguntar se Chesterton teria imaginado uma escola com detector de metais na porta e com distribuição de contraceptivos. </b></span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Ao invés de ficar sentado reclamando sobre este problemas nas escolas, dois homens decidiram que tinham de fazer algo. Eles tinham toda a motivação que eles precisavam: eles eram pais.</span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Dale Ahlquist, presidente da Sociedade Chesterton Americana, e o microempresário, Tom Bengston fundaram uma nova escola. Como Católicos, <b>eles sabiam que acima de tudo o ensino deve ter a fé como fundamento, que todo conhecimento deve ter uma ponto de referência eterno e que toda verdade está conectada com a Verdade. Eles também sabiam que eles queriam restaurar os estudos clássicos e criar um currículo integrado, para que os estudantes aprendessem a serem pensadores completos (e escreverem com sentenças completas). Eles também queriam contra-atacar a tendência cultural que é contra a vida e a família. Além disso, eles queriam resolver um dos problemas mais escandalosos da educação moderna: a catástrofe dos custos</b>. A Chesterton Academy foi o resultado disto.</span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A escola abriu suas portas no outono de 2008 com apenas 10 estudantes; no ano seguinte tinha 20; no ano passado, 42, e neste ano, mais de 60. A escola tem chamado atenção nacionalmente e mesmo internacionalmente. Pessoas de todo mundo têm procurado contato porque querem montar escolas similares. Nós queremos ajudá-las.</span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">E qual é o modelo de ensino da Chesterton Academy? Ele começa com um currículo integrado clássico. Com risco de esquecer alguém, veja aqui alguns nomes que os estudantes encontram nesta parte: Homero, Platão, Aristóteles, Euclides, Virgílio, Dante, Chaucer, Shakespeare, São Francisco de Assis, São Tomás de Aquino, St. Teresa Dávila, Dostoyevsky,...e G.K. Chesterton. Eles estudam o Velho Testamento, o Novo Testamento, o Catecismo da Igreja Católica, com a ajuda de alguns padres. História, literatura, filosofia e teologia são encadeadas conjuntamente. As ciências e as humanidades estão intimamente conectadas, da maneira que a lógica matemática é vista no estudo de filosofia e a teologia é estudada em ciências. Fé e Razão se encontram todas as aulas. Ênfase idêntica é dada para as artes, todo estudante aprende a desenhar, pintar, cantar em um coral, representar, a discursar e debater. E aprender Latim ajuda-os a aprender Inglês. Cada ano de estudo é construído sobre o que foi ensinado no ano anterior.</span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Todo dia, as aulas começam com uma missa e o calendário escolar inclui peregrinações religiosas, retiros espirituais para a faculdade, atividades em defesa da vida e palestras de pessoas ilustres.</span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A responsabilidade última da Academia é dos pais, os administradores confiam pesadamente na participação deles na escola. </span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Como nós fazemos isso? Nós temos um claro entendimento do que nós queremos. Nós sabemos que nada é mais importante que a alma de nossos filhos. Nós sabemos que quaisquer coisas que fizermos deve ser para a glória de Deus.</span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Como nós nos sustentamos? Nós temos um compromisso com a frugalidade. Nós não gastamos o dinheiro que nós não temos. Nós temos voluntários, professores de tempo integral e professores que são de apenas um período. E também convidamos recém graduados para ensinar no programa "Ensine para Cristo", eles aprendem a ensinar, ensinando.</span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Nós alugamos um espaço de uma escola no subúrbio de Minneapolis e também descobrimos que um laboratório pode ser montado gastando-se centenas e não milhares de dólares. </span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O que temos pela frente? Nosso plano é desenvolver livros-textos e planos de ensino que podem ser usadas por outras escolas no país, incluindo escolas em casa (<i>home schools</i>). Livros-textos não precisam pesar 40 libras e custar 200 dólares cada. E eles não precisam ser ausentes de Deus. </span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Nós também começamos a ter aulas noturnas (Chesterton University!) que não apenas proporciona enriquecimento para adultos mas uma receita extra para a escola e a faculdade. </span></div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span> </div><div style="color: #0b5394; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Nós mantemos o preço do curso baixo, mas conseguimos dar ajuda de custo para aqueles que realmente precisam. Também recebemos doações. </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
<span style="color: #0b5394;">Somos completamente independentes, nós não recebemos ajuda do Estado ou da Igreja. Esta independência nos dá liberdade para montarmos o currículo que desejamos. </span></span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-39501381166868565452011-10-03T20:14:00.000-07:002011-10-03T20:28:24.623-07:00A Santidade de G.K.Chesterton<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Discurso proferido pelo Dr. William Oddie, apresentado no dia 4 de julho de 2009, por ocasião da Conferência 2009 da Sociedade Chesterton da Inglaterra que tinha como tema “<a href="http://www.gkchesterton.org.uk/society/conference2009.html">A Santidade de G.K.Chesterton</a>”. Depois desta Conferência, foi publicado em novembro de 2010 o livro com o mesmo título do tema, e que foi editado pelo autor do discurso. Nota do tradutor.</span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">Discurso original disponível na <a href="http://www.gkchesterton.org.uk/society/conference2009.html"><i>The Chesterton Society</i></a><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">Tradução: Pedro Erik Carneiro</span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Conferência 2009</span></b><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKOCWDA3BOf35XYmN30CZlnC2MQI9jC9-UcKdRckv1ohqJDvfuWgClXWYSTa65ZbqlR2eNqhzl17A5biuy5m9bjqdO0sIrqQ7svl73T7f8fXQjIzV8rIo2bTIieMcsYkx7i3tYAjpjXPE/s1600/G-K-Chesterton-007.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKOCWDA3BOf35XYmN30CZlnC2MQI9jC9-UcKdRckv1ohqJDvfuWgClXWYSTa65ZbqlR2eNqhzl17A5biuy5m9bjqdO0sIrqQ7svl73T7f8fXQjIzV8rIo2bTIieMcsYkx7i3tYAjpjXPE/s320/G-K-Chesterton-007.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Em um artigo recente no meu velho jornal <i>The Catholic Herald</i>, eu lembrei um história sobre a Conferência de 2008 da Sociedade Chesterton Americana; e eu vou iniciar minha fala esta manhã contando esta história novamente. Depois que eu falei sobre meu artigo, eu fui perguntado sobre o estágio em que se encontra a beatificação de Chesterton. Quando eu disse que não havia nenhuma Causa, a audiência mostrou sinais de incredulidade. Eu expliquei meio sem jeito que é necessário a evidência de um culto a Chesterton: então, um homem se levantou e disse, mostrando a platéia de mais ou menos 500 pessoas, “Que diabos eles pensam que nós somos?”</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Eu acho que eu preciso dizer, todavia, que esta Conferência não tem a intenção de abrir uma campanha pela canonização de Chesterton. Isto não é unicamente uma platéia de Católicos Romanos, e mesmo entre Católicos que acreditam que Chesterton era de fato um santo, há alguns que pensam que canonizá-lo seria, vamos dizer, “contra produtivo”, uma vez que diminuiria o apelo de Chesterton para os não- Católicos. Eu discordo disto; mas não tenho a intenção de impor minha posição.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mas eu, do mesmo modo, ficaria desapontado se no fim do dia nós não tivéssemos alcançado pelo menos a idéia de que a canonização não seria impensável, ou, como A.N. Wilson recentemente escreveu, “bizarro”. Nas palavras do Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, “se para o fiel não [há] reputação de santidade, o bispo não pode nem iniciar a causa”. É essa questão sobre a reputação que deve ser respondida.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Para começar do início, como nós conhecemos um santo quando o vemos? Há um checklist que podemos ir ticando? John Henry Newman certa vez expressou seu descontentamento com hagiografias que nas suas palavras “cortam um santo entre os capítulos de fé, esperança e caridade”. O perigo, ele pensou, era a criação de uma noção de santidade que era como que branda e conformista. Ele afirmou que os santos da Igreja primitiva “ao invés de escreverem tratados doutrinais formais... escreviam controvérsias”. Não apenas isto, eles “misturavam suas próprias personalidades...com os trabalhos polêmicos e didáticos aos quais eles se entregavam”. Newman poderia talvez estar escrevendo sobre ele mesmo; ele podia também estar descrevendo alguém que ainda iria nascer: Chesterton, você lembrará, negou que ele fosse um romancista, ele disse: “eu não poderia ser um romancista; porque eu realmente gosto de ver as idéias ou noções lutando nuas...e não vestidas mascaradas como os homens e as mulheres. Mas eu poderia ser um jornalista porque eu não consigo evitar em ser polêmico”.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Os Santos da Igreja primitiva eram também muito polêmicos; mas apesar de Newman não gostar de cortarem os santos em capítulos de fé, esperança e caridade, eles dificilmente tinham sido santos sem essas três virtudes cardeais: na verdade, eles se tornaram polêmicos por causa destas virtudes. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É isso acima de tudo de que nós precisamos para entender Chesterton. Ele nunca ostentou sua fé em seus textos. Mas seu compromisso apaixonado com ela poderia emergir a qualquer momento. Em um dos seus freqüentes embates, Canon Barnett lembra que um ouvinte “falou de forma descortês de Cristo”: </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><blockquote style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O Sr. Chesterton (lembra Canon Barnett) concedeu-lhe o tempo previsto, e então destilou sua indiferença como um casaco solto, levantou-se, com eloqüência gloriosa e rapidez, falou sobre sua própria fé, esqueceu os incidentes de tempo e circunstância do Caráter que transfigurou a história, e ressaltou que reverência e humildade eram os caminhos que todos os homens deveriam manter abertos, porque apenas eles levam à evolução da verdade. Eu jamais leio algo escrito pelo Sr. Chesterton sem vê-lo naquele palanque defendendo, como um enorme elefante, sua certeza espiritual angélica.</span></blockquote><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E esta certeza spiritual angélica era intelectualmente decisiva: ela governava seu pensamento absolutamente sobre tudo, se ele estava escrevendo sobre religião ou não. Como ele expôs em dezembro de 1903, ainda muito cedo na sua carreira como escritor: </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><blockquote style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Você não pode abandonar a questão Deus; se você fala sobre porcos ou sobre teoria binomial, você ainda está falando sobre Ele...Coisas podem ser irrelevantes para a proposição que o Cristianismo é falso, mas nada pode ser irrelevante para a proposição de que o Cristianismo é verdadeiro. Zulus, jardinagem, açougueiros, loucos no asilo, donas de casa e Revolução Francesa – todas estas coisas não apenas podem ter algo a ver com o Deus cristão, mas devem também ter algo a ver com Ele se Ele realmente vive e reina.</span></blockquote><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E a percepção dele sobre o mundo real e tudo que há nele tinha já sido transformada pela sua nova fé: como ele escreveu antes naquele mesmo ano, depois da conversão, “com esta idéia uma vez dentro de nossas cabeças, um milhão de coisas se tornam transparentes, como se uma lâmpada fosse acessa atrás delas”.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Assim, nós podemos dizer que a fé dele era a pedra fundamental de seu pensamento. Nós podemos dizer, também, que sua vida inteira exibia a virtude da esperança; na verdade, isto o define como escritor em um século cada vez mais preso na desesperança. E nós podemos dizer também que o que nós chamamos de pessimismo – para ele esta é uma palavra chave – era um das poucas coisas que poderiam provocar realmente raiva em Chesterton, para que discutisse em tom pessoal e feroz. Em nenhum lugar se ver isso mais claramente que no ataque que ele lançou já em 1901 sobre Schopenhauer, aquele grande filósofo da absoluta perda de esperança:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><blockquote><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">No caso de Schopenhauer, [ele escreveu] tingindo todos os céus com seu próprio humor terrível, é inevitável que nós devêssemos falar em termos pessoais. De todos os homens cujas almas têm influência no mundo, Schopenhauer me parece ser o mais desprezível.</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">…Em seu famoso ensaio, “O Mistério da Vida”, ele resmunga que “todo desejo satisfeito gera outro novo”, o que parece para mim uma definição de felicidade...Schopenhauer positivamente reclama do fato que o coração é um “abismo sem fundo”, como se encontrar o fundo dele não fosse encontrar o fim da esperança humana. </span></div></blockquote><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A antipatia de Chesterton para com Schopenhauer não precisa explicação; dois seres humanos poderiam dificilmente ser mais diferentes em mente e coração. Em sua <i>Autobiografia</i>, Chesterton escreveu que a vida dele tinha sido “sortuda e feliz de forma indefensável”. Schopenhauer acreditava que “nenhum homem é feliz”; ele certamente não era. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A atitude de Chesterton para com Schopenhauer, nós podemos dizer, é a pedra de toque para sua oposição instintiva a uma das mais poderosas correntes, talvez mesmo a principal corrente de pensamento, da cultura do século XX; é também a pedra de toque para sua relevância profética para aquela cultura e para aquele século. Em retrospectiva, nós podemos ver a gratidão apaixonada de Chesterton com relação à criação e seu amor incondicional para com a humanidade desde o início de sua carreira, fazendo com que o lugar dele na cultura do século XX fosse inevitavelmente mostrar uma revolta apaixonada contra uma civilização na qual, mais e mais, a raça humana estava sendo percebida como habitando o coração da escuridão. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O Intelecto de Chesterton estava inteiramente inundado por sua fé; o coração dele era pleno de esperança que brotava de uma gratidão infalível para com o dom da vida. Em relação a sua caridade, nós podemos dizer que Schopenhauer era um das poucas exceções que confirmaram a regra: em geral, nós observamos claramente o amor dele por seus oponentes. Ele era, como eu tenho dito, como os santos da Igreja primitiva, um polemista. Ele era um polemista porque ele odiava heresia; mas ele tinha uma capacidade extraordinária para amar o herético: ele poderia até ter amado Schopenhauer se ele tivesse se encontrado com ele, como freqüentemente se encontrava com Shaw e Wells: ele talvez até trouxesse esperança para Schopenhauer. Em se tratando de polêmica, não importa quão ardente fosse a discussão, como Belloc escreveu depois de sua morte, “...ele parecia sempre estar em um humor não apenas de compreensão, mas até de admiração em relação a alguma qualidade de seu oponente...era isso nele que fez dele, juntas de outras qualidades, tão amado universalmente”.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Quando Chesterton morreu, ocorreram muitos epitáfios. Pio XI enviou um telegrama descrevendo ele como “um defensor talentoso da Fé Católica”. Mas para a maioria daqueles que o amaram seu verdadeiro epitáfio era aquele verso maravilhoso escrito antes pelo poeta premiado, Walter de la Mare, que, pelo desejo da viúva de Chesterton, Frances, apareceu na folha da cerimônia da Missa de Réquiem; é um verso que eu adoro citar; e eu não posso resistir a tentação de finalizar esta abertura citando-o agora:<o:p></o:p></span></div><blockquote><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Cavalheiro do Espírito Santo, ele segue seu caminho</span></i></div><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"></span></i><br />
<div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sua sabedoria com matizes, Verdade sua adorável brincadeira</span></i></div><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"></span></i><br />
<div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Os moinhos de Satanás mantiveram sua lança em mãos</span></i></div><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"></span></i><br />
<div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Na Piedade e inocência descansam seu coração.</span></i></div></blockquote>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-28555235263041180092011-09-27T07:25:00.000-07:002013-05-31T16:06:27.088-07:00O homem que foi foi Quinta-Feira e a concordância entre Tomás e Agostinho<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: small;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Por Paolo Pegoraro</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Texto original com título <i>E l'uomo che fu Giovedì<b> </b>mise d'accordo Tommaso e Agostino</i><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5772948065753313197&postID=2855523526304118009" name="0"></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Entrevista com Ian Boyd, fundador e diretor da “Chesterton Review”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Extraído do<i> <a href="http://www.vatican.va/news_services/or/or_quo/interviste/2008/138q05a1.html">L'Osservatore Romano</a></i>, do dia 14 de junho de 2008. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-size: x-small;">Traduzido por Paulo R. A. Pacheco</span> </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">“<i>The Resurrection of Rome</i>” <span style="font-size: xx-small;">(A Ressurreição de Roma, sem tradução para o português; ndt)</span> pertence ao conjunto de obras da produção de Gilbert Keith Chesterton menos conhecida. Esta obra, de fato, foi descoberta recentemente, e quase pode ser descrita como um relato de viagem do escritor inglês à capital italiana. Parafraseando o título, podemos dizer que neste sábado, em Roma, será a “ressurreição de Chesterton”. O mérito deste evento sem precedentes, certamente, está no fato de ser atribuído à “La Civiltà Cattolica”, a revista dos jesuítas, que vai sediar um congresso internacional sobre o criador de Padre Brown, e trata-se do primeiro congresso deste nível na Itália, totalmente dedicado ao conhecido narrador.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Um dos convidados de honra será Padre Ian Boyd, sacerdote da Congregação de São Basílio, especialista em Chesterton, fundador e diretor da “Chesterton Review”, além de Presidente do <i>Chesterton Institute for Faith & Culture</i>, da <i>Universidade de Seton Hall</i>, em Nova Jersey que, juntamente com a “La Civiltà Cattolica”, e a Associação Cultural BombaCarta, organizou o evento. Nós o encontramos quando desembarcou em Roma e, antes mesmo de começarmos a entrevista, nos declarou como estava impressionado com o fato de ter se dado conta de como, na Itália, Chesterton ainda ser pouco conhecido.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">“Parece-me que as notícias acerca do esquecimento de Chesterton sejam exageradas. Nos EUA existe, recentemente, um grande renascimento de Chesterton: muitos de seus livros foram reeditados e os congressos sobre ele e sua obra atraem centenas de pessoas todos os anos. Há poucos anos, o presidente Bush, na sua visita à China, citou uma famosa definição dos EUA feita por Chesterton: ‘<i>Uma nação com a alma de uma Igreja</i>’. Mas eu diria que também na Europa acontece o mesmo fenômeno: o nosso instituto sediou conferências em toda a Europa – em lugares diferentes com a Irlanda, a Inglaterra, a Lituânia e a Croácia – que tiveram um enorme sucesso. Além do mais, é preciso dizer que a Europa enfrenta, hoje em dia, graves desafios éticos e culturais e faria muito bem olhar para Chesterton como para um guia nestas dificuldades. Eu diria ainda mais: um bom indicador da força de uma cultura se encontra na medida da sua capacidade de responder a uma provocação sábia e imaginativa como aquela que Chesterton nos fez”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqriLeJlqWc_Nc8LTKka9YN7TEeDuOrhtgWB3TU-vEohGmXKZYdhkO-LrVgULzn7VfjIFzLWFu3jL6R0to-M3sFgUGRStOszpalI8kdPLTb2AR9C5wKLUae7zER4t4xdxjbL4-817cPy8/s1600/chesterton.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqriLeJlqWc_Nc8LTKka9YN7TEeDuOrhtgWB3TU-vEohGmXKZYdhkO-LrVgULzn7VfjIFzLWFu3jL6R0to-M3sFgUGRStOszpalI8kdPLTb2AR9C5wKLUae7zER4t4xdxjbL4-817cPy8/s320/chesterton.jpg" width="183" /></a><b><span style="font-size: small;">Em que sentido Chesterton pode ser considerado um profeta dos nossos dias?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ele foi um profeta pela simples razão de termos visto se verificado tudo aquilo que ele escreveu. Aquelas coisa que, para seus contemporâneos, pareciam fantasias, nos parecem, hoje, a descrição do mundo atual. Por exemplo, no seu jornal, o <i>G.K.’s Weekly</i>, no dia 19 de junho de 1926, ele escreveu que “<i>a próxima grande heresia será um ataque à moral, particularmente à moral sexual (...). A loucura de amanhã não será em Moscou, mas em Manhattan</i>”. Em 1905, no Daily News, ele escreveu: “<i>Antes que ideia liberal morra ou triunfe, veremos guerras e perseguições tais que o mundo nunca viu</i>”. Como escreveu Alan Lawson Maycock na antologia organizada por ele dos escritos de Chesterton <span style="font-size: xx-small;"><span style="font-size: small;">(intitulada <i>The Man Who Was Orthodox</i></span> – O homem que foi ortodoxo, sem tradução para o português; ndt)</span>, ele tinha “<i>aquele raro poder de intuição que, na literatura, é chamado o dom da sabedoria</i>”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: small;">O que há de vivo, hoje, nas obras e na mensagem de GKC?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A obra de Chesterton é algo de compacto e é, portanto, muito difícil separar os seus vários componentes. Em geral, ele nos presenteou com uma visão “sacramental” do mundo, uma ideia do divino que é mediada pelas coisas materiais. Neste sentido, ele tem muitas coisas importantes para dizer para a economia, para a família; realidades que ele entendeu como essenciais para o crescimento do homem e da sociedade. Ele era a favor da pequena empresa, dos intermediários, da distribuição da riqueza, e nutria uma espécie de afeto intenso pelas realidades locais, sentindo a importância da ligação com o próprio lugar de origem. Chesterton lutou com paixão a favor da casa e da família. Mas estas são apenas duas das tantas cosias que ele tinha para dizer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: small;">Qual foi a relação de Chesterton com a razão? A razão é algo para ser defendido e reavaliado ou é uma armadilha sufocante para o homem?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A melhor resposta para resta pergunta, acredito, pode ser encontrada no primeiro episódio dos contos de Padre Brown, <i>A cruz azul</i>. Neste conto, Padre Brown consegue identificar o conhecido ladrão francês, Flambeau, fantasiado de padre, depois que este último ataca o uso da razão e esta é, diz Padre Brown, uma péssima teologia. Por outro lado, Chesterton insistiu muito acerca dos limites não tanto da razão, mas do racionalismo. O primeiro valor da lógica, ele disse uma vez, é o fato de ser uma arma com a qual podemos vencer os lógicos. O ponto que realmente interessava a Chesterton é que, segundo ele, o homem deveria combinar razão e imaginação. O pensador construtivo é como Neemias que defende os muros de Jerusalém com uma espátula numa mãe e a espada na outra (Nm 4, 1-12): a espátula representa a imaginação, o poder construtivo; a espada é a razão, o instrumento defensivo. Tudo é bem resumido no conselho que ele deu ao jovem rapazinho a quem presenteou com um livro ilustrado: “<i>Lembra-te assim do teu livro, meu pequeno homem, / e escuta as divagações e as críticas dos pedantes. / Mas, não creias em nada que não possa ser contado com imagens coloridas</i>”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: small;">Ainda sobre o seu relacionamento com a razão, considerando que os últimos dois Papas apreciaram muito os escritos de Chesterton, é possível dizer que ele tenha sido um escritor “ratzingeriano”, devido à sua defesa da razão, mas também um tomista como João Paulo II?</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Pergunta muito interessante. Mas, eu sugeriria distinguir bem o tomismo e o agostinianismo de Chesterton. De um lado, ele foi profundamente tomista, e deste ponto de vista, mais próximo de João Paulo II. No seu grande livro sobre Santo Tomás, que Etienne Gilson considerou como sendo o mais belo já escrito sobre o santo, ele fala da “paixão pela vida” de Tomás e insiste, contrapondo Tomás e Platão, que quando as coisas materiais nos enganam isto acontece não porque sejam transitórias, mas porque elas são, ao mesmo tempo, muito reais. Ele é também profundamente agostiniano na sua convicção de que a verdade pode ser apreendida apenas através das parábolas e que todos os eventos devem ser lidos como partes de um texto sagrado. Nesta convicção, a vida humana é uma história terrestre com um significado celeste, uma re-proclamação da história do evangelho. E eu gosto de pensar também que João Paulo I foi um Papa “chestertoniano”: a sua deliciosa carta aos escritores ingleses, que pode ser encontrada no volume “Illustrissimi” <span style="font-size: xx-small;">(Ilustríssimos, sem tradução para o português; ndt)</span>, com a sua aguda leitura de um texto tão obscuro como o é <i>A esfera e a cru</i>z, mostra um amor por Chesterton que é profundo e comovente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: small;">Chesterton não teve filhos naturais. Podemos dizer que há escritores que foram seus filhos espirituais?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Certamente Clive S. Lewis, que atribui a Chesterton a sua conversão ao cristianismo. Também John R. R. Tolkien e Graham Greene admiraram profundamente Chesterton, assim como fez o poeta e escritor argentino Jorge Luis Borges. Conta-se também que Franz Kafka, quando leu <i>O homem que foi Quinta-Feira</i>, sem saber nada sobre o seu autor, chegou a dizer que poderia acreditar que o autor tivesse encontrado Deus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: small;">Quais são os pais espirituais de Chesterton?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Talvez a maior influência sobre Chesterton tenha sido a do pouco conhecido George MacDonald, amigo de Lewis Carrol e autor de algumas belíssimas histórias fantásticas para crianças. De MacDonald Chesterton aprendeu muito do seu conceito de “imaginação sacramental”. Além do mais, há John Henry Newman: Chesterton mesmo foi que disse que leu todas as obras de Newman, e podemos acreditar nisso tranquilamente. Eu diria também que Robert L. Stevenson foi muito importante para Chesterton, assim como, obviamente, foi também Charles Dickens – com o seu amor por aquilo que pode ser definido como o extraordinário poder das pessoas ordinárias – e Robert Browning, para quem ele dedicou a sua primeira e melhor biografia. Enfim, Chesterton mesmo sempre reconheceu em si a grande influência daquela filosofia derivada da leitura das fábulas, que poderíamos definir como sabedoria da humanidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: small;"> </span> </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-1849571742234162382011-09-21T13:35:00.000-07:002011-09-21T13:35:00.456-07:00Manuel II Paleólogo e a cruz azul de Padre Brown<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Por Miguel Delgado Galindo*</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Texto original com título <i>Manuele II Paleologo e la croce azzurra di padre Brown</i></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">extraído do <a href="http://www.osservatoreromano.va/portal/dt?JSPTabContainer.setSelected=JSPTabContainer%2FDetail&last=false%3D&path=%2Fnews%2Fcultura%2F2011%2F212q11-Manuele-ii-Paleologo-e-la-croce-azzurra-di-.html&title=Manuele+II+Paleologo++e+la+croce+azzurra+di+padre+Brown&locale=it"><i>L'Osservatore Romano</i></a>, do dia 15 de setembro de 2011</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Traduzido por Paulo R. A. Pacheco</span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1XUUuNVR9GszSVIKQjmnl2iV5HoOnZ05xP8nBuGPx-nYrNZQ9Khq92GNaVFKZoA3pL8baeFARR1Jtnb6fxJnedcyyeOdwEmSAByg3aVhlqaoW-CLRGk2uv22twvQWLp_fUqcwUH5lgYI/s1600/Padre+Brown.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1XUUuNVR9GszSVIKQjmnl2iV5HoOnZ05xP8nBuGPx-nYrNZQ9Khq92GNaVFKZoA3pL8baeFARR1Jtnb6fxJnedcyyeOdwEmSAByg3aVhlqaoW-CLRGk2uv22twvQWLp_fUqcwUH5lgYI/s1600/Padre+Brown.jpg" /></a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Há cinco anos atrás, no dia 12 de setembro, Bento XVI realizou a memorável <i>lectio magistralis</i>, <i>“<a href="http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2006/september/documents/hf_ben-xvi_spe_20060912_university-regensburg_po.html">Fé, razão e universidade: recordações e reflexões</a>”</i> – por ocasião da sua viagem apostólica à Baviera, em 2006 – na Universidade de Regensburg, onde ele havia ensinado Teologia Dogmática e História dos Dogmas entre 1969 e 1977. Acredito que todos se lembram bem da primeira parte daquela aula, quando o Papa se referiu a um trecho de um diálogo ocorrido entre o culto imperador bizantino, Manuel II Paleólogo, e um sábio persa, que provavelmente ocorreu no ano de 1391 na atual Ancara.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Naquela conversa, o imperador – contestando o uso da violência como meio para difundir a fé – declara com firmeza ao seu interlocutor que não agir segundo a razão é contrário à natureza de Deus. Como pôde afirmar diversas vezes e de diferentes formas, com clareza explícita, ao se referir a esta citação, o Pontífice pretendia chamar a atenção para a relação essencial que existe entre fé e razão, sem que, com isso, quisesse de alguma maneira tornar suas as expressões polêmicas do Paleólogo.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Esta passagem da aula magna do Papa em Regensburg, recentemente, voltou à minha memória, quando eu estava relendo o conto do célebre escritor britânico Gilbert K. Chesterton – de quem, no último dia 14 de junho, foram recordados os setenta e cinco anos de morte – <i>A cruz azul</i>, publicado pela primeira vez em setembro de 1910 numa revista londrina, “<i>The Story-Teller</i>”, e acrescentado ao primeiro volume das novelas de Padre Brown, volume que traz como título <i>A inocência de Padre Brow</i>n.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Este conto é o primeiro de uma longa série de policiais, conhecidos e geniais, que têm como protagonista Padre Brown, talvez o personagem mais conhecido de Chesterton. O herói é um padre católico, descrito pelo autor como um homem de baixa estatura e de modos gentis, originário de um vilarejo do Essex, que se envolvendo em várias investigações acaba por conseguir resolver os casos mais estranhos e intrincados.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Diferentemente de Sherlock Holmes – o lendário personagem criado por Arthur I. Conan Doyle, e famoso por suas agudas observações fundadas sobre deduções racionais auxiliadas pela ciência –, o método de investigação de Padre Brown está fundado essencialmente sobre um profundo conhecimento da alma humana, além de também se fundar sobre uma vasta experiência sacerdotal. É por esta razão que as histórias do padre investigador são sempre cheias de humanidade e de inteligência perspicaz.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">No início do conto <i>A cruz azul</i>, Padre Brown desembarca no porto britânico de Harwich. Na sua bagagem o sacerdote traz consigo uma cruz de prata ricamente ornamentada com safiras, já que pretende mostrá-la aos participantes de um congresso eucarístico em Londres, para onde deverá ir.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Entre os passageiros do trem que liga Harwich à metrópole britânica, viajam junto com Padre Brown, Hercule Flambeau, o ladrão mais famoso e procurado do mundo, além de Aristide Valentin, chefe da polícia parisiense, que está procurando o primeiro desde a Bélgica, acreditando que Flambeau já tenha chegado à Inglaterra. Durante a viagem para Londres, Padre Brown diz a seus companheiros de viagem, com certa inocência, que ele deve manter certa prudência, porque uma das suas bagagens traz um objeto de grande valor. O policial, imediatamente, adverte o padre a manter muita atenção ao tal objeto e a evitar de falar a respeito dele a todos aqueles que ele encontra.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Chegando em Londres, Valentin – ainda fazendo suas investigações – começa a seguir as pistas, aparentemente contraditórias, de dois sacerdotes. Um deles, de fato, é Padre Brown; o outro é exatamente Hercule Flambeau, que, tendo tomado conhecimento da existência da valiosa cruz azul, se vestiu de padre para tentar tomar posse dela.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Alarmado, o padre verdadeiro envia a cruz azul para Westminster. Quando Valentin consegue finalmente alcançar Padre Brown e Flambeau nos prados de Hampstead, assiste, escondido entre arbustos, a um interessante diálogo entre os dois, durante o qual o ladrão diz ao padre: “<i>Ah, sim! Estes infiéis modernos apela à razão; mas quem é que consegue olhar para aqueles milhões de mundos sem sentir em si que podem muito bem existir universos maravilhosos acima de nós, onde a razão é absolutamente irracional?</i>”. Padre Brown replica imediatamente: “<i>Não, a razão é sempre razoável, mesmo no último limbo, no último confim das coisas. Sei que acusam a Igreja de humilhar a razão, mas é exatamente o contrário. A Igreja é a única na terra que sustenta que a razão é realmente suprema. A Igreja é a única na terra que afirma que até Deus é obrigado pela razão</i>”.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Logo depois, Flambeau pede abertamente ao Padre Brown que lhe entregue a cruz de safiras, mas o sacerdote se recusa. Então, o ladrão, zombando do padre, lhe revela que ele havia preparado, anteriormente, um pacote semelhante em tudo àquele do Padre Brown, e o havia trocado por aquele que continha a preciosa cruz. Mas, o sacerdote investigador responde ao ladrão que, imaginando o estratagema, havia tomado o cuidado de trocar novamente os pacotes, conseguindo manter a cruz azul a salvo. Flambeau, em suma, estava em posse de simples pedaços de ferro sem valor.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O conto se encerra quando o ladrão fantasiado pergunta a Padre Brown como ele havia feito para se dar conta de que ele não era um verdadeiro padre. O sacerdote responde, então, com sabedoria e simplicidade: “<i>Você atacou a razão. E péssima teologia</i>”. É preciso acrescentar que, em seguida, Flambeau abandona o caminho da deliquência, torna-se um grande amigo de Padre Brown e o acompanha, a partir de então, em algumas de suas aventuras.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Bento XVI, desde o início do seu pontificado, quis afirmar a beleza da fé e, ao mesmo tempo, a sua razoabilidade. Deus, de fato, é também razão (<i>lògos</i>), e consequentemente crer é razoável.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Por isto, os católicos são chamados a testemunhar e levar Cristo aos outros com convicção e alegria, exatamente como fez o Papa em Madri, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, e como continua fazendo, dia após dia. Como há cinco anos, em Regensburg, onde Bento XVI ofereceu-nos uma magistral aula de teologia.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">* Miguel Delgado Galindo é Sub-Secretário do Pontíficio Conselho para os Leigos. </span></div><br />
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-64451592662578667572011-09-19T08:48:00.000-07:002011-09-19T08:51:47.476-07:00Quando a razão se perde<div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">Autoria de Agostino Nobile, publicado com o título <i>Gilbert Keith Chesterton</i> no <a href="http://www.jornaldamadeira.pt/not2008_12.php?Seccao=12&id=195593&sup=0&sdata=">Jornal da Madeira</a></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKXVu9ea8Jmsbw0u6VxmSXIqUN1Bf9mNyij7OZ-xp3TDTNDNTsKd3OAmkYcz_54eS6RRZ1H8e6vTbn-ITjcDwTQXB2GK6B3nbOkE2N3ZN-GlnmpiZRfxXEpJbJX21OePbyk1-tR5Ro0_Y/s1600/Chesterton37+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKXVu9ea8Jmsbw0u6VxmSXIqUN1Bf9mNyij7OZ-xp3TDTNDNTsKd3OAmkYcz_54eS6RRZ1H8e6vTbn-ITjcDwTQXB2GK6B3nbOkE2N3ZN-GlnmpiZRfxXEpJbJX21OePbyk1-tR5Ro0_Y/s1600/Chesterton37+%25281%2529.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">G. K. Chesterton (Londres, 1874-1936) é um daqueles raros homens que Deus nos doa quando a razão se perde, quando a substância da palavra é traída e as tendências sociais ameaçam a verdadeira liberdade do ser humano: «O mundo moderno sofreu um colapso mental, muitos mais consistente do que o colapso moral». Num período em que o progresso parecia ser uma nova religião, e o relativismo a filosofia de vida dos intelectuais, Chesterton opõe o “tesouro antigo que é a cristandade”. Denuncia aquelas novidades que existem “apenas nas palavras e nas fachadas”, o que na realidade nos faz voltar ao paganismo. Homem de fina inteligência, perseguiu a verdade com honestidade intelectual, juntamente a uma profunda humanidade e realismo agora quase desconhecidos mesmo nos ambientes católicos. Não tendo crescido numa família religiosa, e sem receber uma educação cristã, a sua conversão ao catolicismo deveu-se somente a uma busca racional, baseada num conhecimento extraordinário da história e, acima de tudo, a convicção que o homem sem o Cristo Católico é destinado ao fracasso.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">No seu ensaio Por que eu sou católico, enumera algumas razões da sua conversão, que vale bem a pena citar: «Existem 10 mil razões, todas conduzindo a uma única razão: que o catolicismo é verdadeiro. (...) É a única realidade que liberta a pessoa da escravidão degradante de ser um produto do seu próprio tempo; é o único modelo do cristianismo que agrada a todos os tipos de pessoas, mesmo ao respeitável; é a única tentativa séria de mudar o mundo pelo interior, agindo através da vontade e não das leis, e assim por diante...».</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">G. K. Chesterton foi muito famoso no início do século passado, e se os escritos dos seus detractores hoje perderam actualidade, o pensamento de Chesterton é ainda actual e pungente. Certamente uma das personalidades católicas mais brilhantes do século passado, que ainda pode ser considerado um dos nossos mestres.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Conhecido do público em geral pelos romances do Padre Brown, são praticamente ignoradas as suas obras-primas, de que se destacam: São Tomás de Aquino; Heréticos; Ortodoxia; e a Autobiografia. A seguir transcrevo algumas passagens dos livros Por que eu sou católico e Heréticos que, destacadas do seu contexto, formam extraordinários aforismos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i>«90% do que chamamos novas ideias são simplesmente erros antigos. Uma das tarefas principais da Igreja Católica é garantir que as pessoas não cometam esses erros».</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«A Igreja Católica tem um mapa da mente que parece uma mapa de um labirinto, mas que na realidade é um guia para se orientar no labirinto».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«A heresia é aquela verdade que ignora todas as outras verdades».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Cristo não escolheu como pedra angular o genial Paulo ou o místico João, mas um vigarista, um snob, um covarde: numa palavra, um homem. E naquela pedra Ele construiu a Sua Igreja, e as portas do Inferno não prevaleceram sobre ela. Todos os impérios e todos os reinos ruíram por esta intrínseca e constante fraqueza, que foram fundados por homens fortes sobre homens fortes». </span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Nós gostamos falar de liberdade porque é um subterfúgio para evitar discutir o que é o bem».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«As pessoas que têm menos claramente definido o conceito de progresso são as mais progressistas».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Que bem pode haver em colocar um homem no mundo, se não soubermos determinar o que é o bem intimamente impresso no homem?».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Havia muito mais coragem em cada quilómetro quadrado na Idade Média, quando nenhum rei tinha um exército permanente, mas cada homem tinha um arco e uma espada».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«É um grave erro supor que a ausência de convicções confere à mente liberdade e agilidade».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«É o homem humilde, que faz grandes coisas».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Um bom romance nos diz a verdade sobre o seu herói; um mau romance nos diz a verdade sobre o seu autor. Na verdade faz muito mais, revela a verdade sobre os seus leitores».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«A arte é uma coisa justa e humana, como caminhar ou fazer orações, mas no momento em que ouvimos falar sobre isso com grande solenidade, podemos ter a certeza que o assunto chegou a um “engarrafamento” pleno de dificuldades».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Mas a religião do carpe diem não é a religião das pessoas felizes, mas das pessoas muito infelizes».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Retirem o Credo Niceno, e façam alguma estranha injustiça aos vendedores de salsichas».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«O homem não pode amar as coisas mortais. Pode só amar as coisas imortais, mesmo que por um instante».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Há mais simplicidade no homem que come caviar por impulso do que no homem que come as passas por princípio».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«O pecado não é que as máquinas sejam mecânicas, mas que os homens sejam mecânicos».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«A civilização descobriu a humildade cristã pela mesma urgente razão que encontrou a fé e a caridade, isto é, porque a civilização devia descobri-las ou morrer».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Eu não sei por qual extraordinário acidente intelectual os escritores modernos ligam com tanta constância a ideia de progresso à ideia do livre pensamento. Porque com o livre pensamento individual cada homem começa desde o início e, com toda a probabilidade, chega exactamente onde o seu pai tinha chegado antes dele».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Acontece que o progresso é um dos nossos dogmas, e um dogma corresponde a algo que não é considerado um dogma».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«As ideias são perigosas, mas o homem para quem são mais perigosas é o homem sem ideias».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">«Os modernos estão tentando de todas as formas e configurações um mundo onde não há limites (...) Não há nada de mais mesquinho nesta infinitude. Eles dizem que querem ser fortes como o universo, mas o que eles realmente querem é que todo o universo seja fraco como eles».</span></i></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-68701904217523207112011-07-18T11:02:00.000-07:002011-08-01T15:05:50.481-07:00O Centenário da obra A Inocência do Padre Brown<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><i>Por Diego Guilherme da Silva</i></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><i>Editor do site Chesterton no Brasil </i></span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieXL2C9ImD-tZ0uE4T1Ifmln4xoFdLebKnlqXY_-W6uDvJYxc_s72OFC37LZJuoqHLjl-wUgU3hTvz6UjLHsS_uNTMWYd_HUS6CsdkSErxm-qVRm_2LO1Q1wcFcJCl7QVU5w1AXyfLcBA/s1600/Mr.%252BChesterton%2527s%252BHat.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieXL2C9ImD-tZ0uE4T1Ifmln4xoFdLebKnlqXY_-W6uDvJYxc_s72OFC37LZJuoqHLjl-wUgU3hTvz6UjLHsS_uNTMWYd_HUS6CsdkSErxm-qVRm_2LO1Q1wcFcJCl7QVU5w1AXyfLcBA/s200/Mr.%252BChesterton%2527s%252BHat.jpg" width="200" /></a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Neste ano de 2011 dois fatos importantes da vida de Chesterton foram comemorados e relembrados. Primeiro foi os 75 anos de seu falecimento (14 de junho de 1936) e que foi destaque em algumas mídias católicas (<a href="http://chestertonbrasil2.blogspot.com/search/label/Iniciativa%20brasileira%20recorda%20os%2075%20anos%20do%20falecimento%20de%20Gibert%20Keith%20Chesterton">Iniciativa brasileira recorda os 75 anos do falecimento de Gilbert Keith Chesterton</a>) no Brasil e no exterior. Segundo que comemoramos o Centenário do ‘nascimento’ do sacerdote-detetive Padre Brown.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A inocência do Padre Brown - que está traduzido para o português - foi publicado na Inglaterra no ano de 1911. O primeiro conto da série foi intitulado <i>A Cruz Azul</i>. Neste primeiro conto, Chesterton já demonstra seu estilo e o perfil psicológico e investigativo do seu sacerdote-detetive. O próprio Chesterton em um artigo intitulado “<a href="http://chestertonbrasil.blogspot.com/search/label/Como%20escrever%20um%20hist%C3%B3ria%20de%20detetive">Como escrever uma história de detetive</a>” expõe com clareza a ‘metodologia’ para a criação dos contos. Ele apresenta três princípios necessários para escrever uma história de mistério:</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><blockquote style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">1º “<i>O primeiro e fundamental princípio é que o alvo de uma história de mistério, como de toda outra história e todo outro mistério, não é a escuridão mas a luz.”; 2º “</i></span><i>[...] </i><span style="font-size: small;"><i>O segundo grande princípio é que a alma da ficção detetivesca não é a complexidade, mas a simplicidade.”; 3º “</i></span><i>[...]</i><i>Em terceiro lugar, portanto, o fato ou a personagem que tudo esclarece deve, tanto quanto seja possível, ser um fato ou uma personagem familiar.</i>”</div></blockquote><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O conto a Cruz Azul gira em torno do possível roubo a uma cruz de safira azul que Brown levava consigo para mostrar aos Padres no Congresso Eucarístico realizado em Londres. M. Hercule Flambeau, “<i>figura tão imponente e internacional quanto o Kaiser</i>”, será o criminoso no conto e tentará de toda forma roubar o Cruz. Para isso, irá se disfarçar de sacerdote e tentará se aproximar do Padre Brown. O detetive do conto se chama Aristide Valentin “<i>francês por completo; e a inteligência francesa é uma inteligência especial e única.”</i> Para Valentim, <i>“O criminoso é o artista criativo; o detetive, apenas o crítico”</i></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A história é seguida pelo encalço do detetive aos dois sacerdotes, ao longo da perseguição Valetim se depara com fatos incomuns, como um dos padres jogar a sopa do almoço na parede, pagar três vezes a mais pelo lanche e dizer que a diferença seria para pagar a janela que iria quebrar; ou esquecer o embrulho em uma loja de doces e pedir para ser enviada a um endereço. Tudo isso seriam sinais deixados pelo Padre Brown.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Após a perseguição, Valetim encontra Padre Brown e o outro padre conversando a respeito de Teologia. Nada mais comum, no entanto um fator causou suspeita no Padre Brown, foi quando Flambeau atacou a razão.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Padre Brown desconfia de Flambeau que o ameaça. Assustado pelo fato de ter sido descoberto, Flambeau pergunta ao Padre como ele o descobriu. Brown diz que não desconfiava de Flambeau até eles conversarem sobre a razão e das evidências demonstradas por ele. Flambeau ainda insatisfeito pergunta como um sacerdote poderia saber tanto sobre a maldade. O Padre lhe responde: "<i>Nunca pensou que um homem que quase não faz outra coisa que ouvir os pecados dos demais não possa deixar de estar a parte da madade humana?</i>"</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Padre Brown lhe responde dizendo que “<i>a razão é sempre racional, mesmo no último limbo, na fronteira perdida das coisas. Eu sei que as pessoas acusam a Igreja de desvalorizar a razão, mas na verdade é o contrário. Sozinha na Terra, a Igreja torna a razão realmente suprema. Sozinha na Terra, a Igreja afirma que o próprio Deus é limitado pela razão.” E que descobriu que Flambeau era o ladrão após ele ter atacado a razão: “Você atacou a razão; e isso é má teologia</i>”</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A origem do personagem de Chesterton se dá após ele ter se tornado amigo do Padre John O’Connor (1870- 1952), em uma viagem de férias para Yorkshire. Chesterton se encantou com aquele padre simples e de modos educados de origem irlandesa, que estava alocado na Igreja de St. Anne de Keighley.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A inspiração do personagem surgiu quase por acaso, como muitos outros fatos acidentais e curiosos que marcaram a vida de Chesterton. Ele estava com o Padre John O’Connor conversando quando dois jovens estudantes de Cambridge que estavam próximos a eles, comentavam que os padres, por estarem fechados no claustro, nada saberiam sobre o mal no mundo. Chesterton se aproveita deste incidente para criar o famoso sacerdote-detetive. O próprio Chesterton nos relata:</span></div><blockquote style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i>“E surgiu em minha mente a vaga ideia de dar um fim artístico a esses cômicos despropósitos que eram, ao próprio tempo, trágicos, e construir uma comédia na qual um sacerdote aparentemente não saberia nada, não obstante conhecesse o crime melhor que os criminosos. Coloquei essa ideia essencial em um conto pequeno e improvável chamado “A cruz azul”, continuando através das séries intermináveis de contos com os quais afligi o mundo. Em resumo, permita-me a séria liberdade de tomar o meu amigo e dar-lhe uns quantos golpes, deformando seu chapéu e seu guarda-chuva, desordenando sua roupa, modelando seu rosto inteligente numa expressão cheia de fatuidade e, em geral, disfarçando o padre O’Connor de Padre Brown”.</i></span></div></blockquote><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Dale Ahlquist, presidente da American Chesterton Society, escreve em sua resenha sobre o livro <i><a href="http://209.236.72.127/wordpress/?page_id=1383">A inocência do Padre Brown</a></i>, que o incidente serviu de inspiração para Chesterton por dois motivos:</span></div><blockquote style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i>“Em primeiro lugar, ele podia resolver os crimes porque ele conseguia adentrar não apenas na mente do criminoso, mas também em seu coração. Em segundo lugar, os criminosos (e todas as outras pessoas) não suspeitariam que ele suspeitasse delas porque ele parecia tão comum e ingênuo. Em outras palavras, sua dupla força eram a sabedoria e a inocência.”</i></span></div></blockquote><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A particularidade do Padre Brown em comparação com outros detetives como os detetives C. Auguste Dupin, de Allan Poe, e Sherlock Holmes, de Conan Doyle está no simples fato dele conhecer melhor do que os outros o coração humano, “<i>ele conhece o mal. Conhece-o como um mistério, e como uma herança. Antes de perseguir ladrões e assassinamos cá fora, já os perseguira nas almas dos penitentes, e na sua própria.”</i> <a href="http://chestertonbrasil.blogspot.com/search/label/A%20superioridade%20do%20Padre%20Brown">Escreveu</a> Gustavo Corção.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Ao longo dos contos, Chesterton nos apresenta as características do Pe. Brown: “<i>O pequenino Padre não era interessante de ser contemplado: tinha a cabeleira castanha arrepiada e o rosto arredondado e sem expressão,</i>” era o “<i>feioso padre de Cristo”; “Silencioso, era um homenzinho curiosamente simpático</i>”. </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Até, imaginem, Antônio Gramsci escreveu certa vez uma de suas <a href="http://chestertonbrasil.blogspot.com/2011/05/gramsci-escreve-sobre-gk-chesterton.html">cartas</a> na qual elogia o Padre Brown em comparação com Sherlock Holmes:</span></div><blockquote style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i>“O padre Brown é o sacerdote católico que através de refinadas experiências psicológicas fornecidas pelas confissões e pela trabalhada casuística moral dos padres, embora sem menosprezar a ciência e a experiência, mas baseando-se especialmente na dedução e na introspecção.”</i></span></div></blockquote><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O próprio Padre Brown nos diz na obra <i>O Segredo do Padre Brown</i> que o seu segredo estava em conhecer a natureza humana através da confissão. Padre Brown aproveita às oportunidades e fazia o possível para converter os criminosos. Inclusive Brown irá confessar Flambeau que a partir do conto <i>O Homem Invisível</i>, Flambeau se tornará amigo e ajudante de Brown no desenlace dos mistérios e crimes.No conto <span class="apple-style-span">‘As estrelas voadoras’ presente na mesma obra Flambeau irá relatar como foi comentido seu último crime. </span></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Em homenagem a Chesterton, Pe. O’Connor publicou em 1937, um ano depois da morte daquele, a obra <a href="http://www.basilica.org/pages/ebooks/Fr.%20John%20OConnor-Father%20Brown%20on%20Chesterton.pdf"><i>Father Brown: on Chesterton</i></a>, a quem dedicou a sua amiga Frances Blogg, esposa de Chesterton.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"></span></div><blockquote style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i>”Elas são maravilhosamente bem feitas, e essa é minha sensação após uma segunda leitura. Inicialmente, eu achei seu modo de expressão estranho - há frequentemente uma falta de doçura em seus nomes próprios, e suas circunstâncias materiais são introduzidas de modo muito repentino tão logo eu pensava nelas, mas agora eu estou menos obstinado.</i>”</span></div></blockquote><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Comemoramos o centenário desta obra magnífica. Chesterton ainda escreveu outras histórias do Padre Brown que seria publicado sobre o título: “<i>A sabedoria do padre Brown </i>(1914); <i>A incredulidade do Padre Brown </i>(1926); <i>O segredo do Padre Brown</i> (1927) e <i>O Escândalo do padre Brown </i>(1935)”. Curioso pensar que de um acaso surgiu um personagem tão importante e que as demais histórias seriam para que a família Chesterton arrecada-se algum dinheiro. Quando os ‘Chestertons’ estavam sem dinheiro, a secretária da família, Dorothy, dizia: <i>“só nos restam 100 libras no banco”. “Está bem, vamos escrever outra história do Padre Brown” e ele o fazia na velocidade de um raio, a partir de umas poucas notas que escrevia num envelope e terminava um ou dois dias depois.”</i></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Parabéns senhor Chesterton pelos benefícios que suas obras trouxeram para a humanidade!</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">Nota:</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">As citações aqui a respeito do Padre Brown e demais não referenciadas foram retiradas do livro: </span><br />
<span style="font-size: x-small;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: x-small;">CHESTERTON, G.K. A Inocência do Pe. Brown. São Paulo: Lpm, 2011.</span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-73860255482725272502011-06-06T10:45:00.000-07:002016-01-17T12:38:46.552-08:00Chesterton, da heterodoxia à Ortodoxia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<i>CRIAMOS UM SITE NOVO. CONFIRA O TEXTO <a href="http://www.sociedadechestertonbrasil.org/g-k-chesterton/bibliografia/" target="_blank">AQUI</a></i></div>
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5772948065753313197.post-33098628092584350292011-06-02T13:14:00.000-07:002011-06-02T13:14:58.929-07:00Por Que Sou Católico - The Thing<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 15px; line-height: 25px;"></span></span><br />
<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small; line-height: 25px;">Gilbert Keith Chesterton</span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; line-height: 25px;">Capítulo </span></span><span class="Apple-style-span" style="white-space: pre-wrap;">W<i>hy I am a catholic</i> publicado publicado no livro <i>The Thing (1929)</i></span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 25px; white-space: pre-wrap;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222;">. </span></span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 25px; white-space: pre-wrap;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222;">*Existe um outro artigo de Chesterton com o mesmo título e pode ser lido <a href="http://chestertonbrasil.blogspot.com/2010/12/por-que-sou-catolico_10.html">aqui</a>. </span></span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 25px; white-space: pre-wrap;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; line-height: 14px; white-space: normal;">Traduzido por Antonio Emilio Angueth de Araujo</span></span></span></div></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 15px; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 15px; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;">O editorial de um jornal diário foi devotado ao Novo Livro de Oração;[1]<span class="Apple-converted-space"> </span>sem ter nada de novo a falar sobre ele. Assim, o texto consistiu, principalmente, na repetição, pela milésima vez, que o inglês comum deseja uma religião sem dogma (seja lá o que isso queira dizer), e que as discussões sobre as questões da Igreja são inúteis e estéreis de quaisquer dos dois lados. Mas, tendo lembrado repentinamente que essa equalização dos dois lados tinha a possibilidade de envolver uma leve concessão ou consideração pelo nosso lado, o escritor rapidamente se corrigiu. Ele sugeriu que, embora seja errado ser dogmático, é essencial ser dogmaticamente protestante. Sugeriu também que o inglês comum (aquele sujeito útil) estava muito convencido, apesar de sua aversão a todas as diferenças religiosas, que era vital à religião diferir do catolicismo. Ele estava convencido (ficamos sabendo) que a “Inglaterra é tão protestante quanto o mar é salgado.” Observando reverentemente o profundo protestantismo do Sr. Michael Arlen, ou do Sr. Noel Coward, ou da mais recente<i>jazz dance</i><span class="Apple-converted-space"> </span>em Mayfair,[2]<span class="Apple-converted-space"> </span>podemos ser tentados a perguntar: se o sal perde seu sabor, com que ele deve ser salgado? Mas visto que podemos justificadamente deduzir dessa passagem que Lord Beaverbrook, o Sr. James Douglas, o Sr. Hannen Swaffer e todos os seus seguidores são verdadeiramente austeros e inflexíveis protestantes (e como sabemos que os protestantes são famosos por seu detalhado e apaixonado estudo das Escrituras, livres das influências do Papa e dos padres), podemos mesmo tomar a liberdade de interpretar o que foi afirmado à luz de um texto menos familiar. Será possível que ao comparar o protestantismo com o sal marinho o jornalista estivesse assombrado com alguma débil memória de outra passagem, em que a mesma Autoridade falava de uma fonte sagrada e singular de água viva, porque era água vivificante, que realmente saciava a sede dos homens; enquanto todos os outros lagos e poças eram diferentes porque os que deles bebiam voltavam a ter sede? Isto é uma coisa que acontece ocasionalmente a quem bebe água salgada.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;">Este é talvez um modo provocativo de iniciar a apresentação de minha mais forte convicção; mas gostaria de respeitosamente alegar que a provocação veio do protestante. Quando o protestantismo afirma calmamente governar todas as almas da forma com que a Britannia governa os mares, é permissível retorquir que a quintessência mesma de tal sal pode ser abundantemente encontrada no Mar Morto. Mas é ainda mais permissível retorquir que o protestantismo está afirmando o que nenhuma outra religião pode, no momento, afirmar. Ele está calmamente alegando a fidelidade de milhões de agnósticos, ateus, pagãos hedonistas, místicos independentes, investigadores psíquicos, teístas, teosofistas, seguidores de cultos orientais e alegres companheiros que vivem como as bestas que perecem. Pretender que todos eles sejam protestantes é rebaixar consideravelmente o prestígio e a significância do protestantismo. É fazê-lo meramente negativo; e o sal não é negativo.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;">Tomando isto como um texto e um teste do presente problema da escolha religiosa, encontramo-nos a princípio frente ao dilema sobre a religião tradicional de nossos pais. O protestantismo como o aqui mencionado é ou uma coisa negativa ou uma coisa positiva. Se o protestantismo for uma coisa positiva, não há nenhuma dúvida de que ele está morto. Na medida em que ele foi realmente um conjunto de crenças espirituais, ele não é mais crido. O credo protestante genuíno não é agora mantido por quase ninguém – muito menos pelos protestantes. Eles perderam tão completamente a fé nele, que quase esqueceram o que ele era. Pergunte a qualquer homem moderno se salvamos nossas almas apenas por meio de nossa teologia ou se fazer o bem (ao pobre, por exemplo) nos ajudará no caminho até Deus; e ele responderá, sem hesitação, que boas obras são provavelmente mais agradáveis a Deus que teologia. Seria provavelmente uma surpresa para ele saber que, por trezentos anos, a fé na fé apenas foi o distintivo do protestante, e a fé nas boas obras o vergonhoso distintivo de um papista infame. O inglês comum (para introduzir nosso velho amigo uma vez mais) não teria nenhuma dúvida sobre o mérito da longa contenda entre o catolicismo e o calvinismo. E aquela foi a mais importante contenda intelectual entre o catolicismo e o protestantismo. Se ele acredita num Deus, ou mesmo que ele não acredite, ele muito certamente preferiria um Deus que tivesse criado todos os homens para o contentamento, e desejasse salvá-los todos, a um Deus que tivesse deliberadamente criado alguns para o pecado involuntário e para a miséria imortal. Mas esta era a contenda, e era o católico que mantinha a primeira posição e o protestante a segunda. O homem moderno não apenas não compartilha, ele sequer compreende, a aversão anormal dos puritanos a toda arte e beleza em relação à religião. Mesmo assim, esse foi o real protesto protestante; e as matronas protestantes de meados do período vitoriano ficavam chocadas com vestidos brancos, quem dirá com uma vestimenta colorida. De praticamente toda a acusação essencial pela qual a Reforma realmente colocou Roma no banco dos réus, Roma foi, desde então, absolvida pelos jurados de todo o mundo.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;">É a mais pura verdade que encontramos erros reais, que provocaram rebelião, na Igreja Romana pouco antes da Reforma. O que não conseguimos encontrar é um daqueles erros que a Reforma reformou. Por exemplo, era um abuso abominável que a corrupção dos monastérios algumas vezes permitisse que um nobre rico se passasse por patrão ou mesmo abade, ou se valesse das rendas que supostamente pertenciam a uma irmandade pobre e caridosa. Mas tudo que a Reforma fez foi permitir que o mesmo nobre rico tomasse posse de TODA a renda, apoderasse de toda a casa e a transformasse num palácio ou numa pocilga, e apagasse totalmente a última inscrição da pobre irmandade. As piores coisas de um catolicismo mundano foram feitas piores pelo protestantismo. Mas as melhores coisas permaneceram de alguma forma através da era da corrupção; não, elas sobreviveram até mesmo a era de reforma. Elas sobrevivem hoje em todos os países católicos, não somente na cor, poesia e popularidade da religião, mas nas mais profundas lições da psicologia. Elas foram tão completamente justificadas, depois do julgamento de quatro séculos, que cada uma delas está agora sendo copiada, até mesmo por aqueles que a condenaram; ocorre, contudo, que a cópia é, muitas vezes, apenas uma caricatura. A psicanálise é a Confissão sem a salvaguarda confessional; o comunismo é o movimento franciscano sem o moderado equilíbrio da Igreja; e as seitas americanas, tendo urrado por três séculos contra a teatralidade papista e o mero apelo aos sentidos, agora “abrilhantam” suas cerimônias com filmes super-teatrais e com raios de luz vermelha caindo sobre a cabeça do ministro. Se tivéssemos um raio de luz para lançar, não deveríamos lançá-lo no ministro.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;">Por outro lado, o protestantismo pode ser uma coisa negativa. Em outras palavras, ele pode ser uma lista nova e totalmente diferente de acusações contra Roma; uma continuação apenas, pois ainda é contra Roma. Isto é o que, em grande medida, ele é; e isso é presumivelmente o que realmente quis dizer o DAILY EXPRESS quando disse que nosso país e nosso compatriota estão saturados de protestantismo como o estão de sal. Em outras palavras, a lenda de que Roma está errada de qualquer forma, é ainda uma coisa viva, embora todas as características do monstro estejam agora inteiramente alteradas na caricatura. Mesmo isso é um exagero, se aplicado à Inglaterra atual; mas há ainda uma verdade nisso. Ocorre que a verdade, quando verdadeiramente percebida, dificilmente será satisfatória para um honesto e genuíno protestante. Pois, afinal, que tipo de tradição é esta, que conta uma história diferente a cada dia ou a cada década, e se satisfaz contanto que todas as lendas contraditórias sejam ditas contra um homem ou uma instituição. Que tipo de causa santa a ser herdade de nossos ancestrais é essa que nos faz continuar a odiar algo ou a ser consistentes apenas no ódio; enquanto somos volúveis e falsos em tudo o mais, mesmo em nossa razão para odiar? Poremo-nos seriamente a inventar um novo conjunto de histórias contra o conjunto de nossos companheiros cristãos? É isto o protestantismo; e vale a pena compará-lo ao patriotismo ou ao mar?</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;">De todo modo, essa era a situação que me descobri enfrentando quando comecei a pensar nessas coisas, a criança de uma ancestralidade puramente protestante e, no sentido comum, de um lar protestante. Mas, de fato, minha família tendo se tornado liberal, não era mais protestante. Fui criado como um tipo de universalista e unitarista; aos pés daquele homem admirável, Stopford Brooke. Não era protestantismo, exceto num sentido muito negativo. Muitas vezes era o oposto completo do protestantismo, mesmo naquele sentido. Por exemplo, o universalista não acredita no Inferno; e era enfático em dizer que o paraíso era um estado mental feliz – “uma disposição mental”. Mas ele tinha a percepção para ver que a maioria dos indivíduos não vive ou morre num estado mental tão feliz que lhes assegurará um paraíso. Se o paraíso for uma disposição mental, ele certamente não será universal; e muitos passam pela vida numa miserável disposição mental. Se todos estes forem possuir o paraíso, apenas por meio da felicidade, parecia claro que algo devia lhes acontecer primeiro. O universalista, portanto, acreditava num progresso depois da morte, ao mesmo tempo castigo e aprendizado. Em outras palavras, ele acreditava no Purgatório; embora não acreditasse no Inferno. Certo ou errado, ele obviamente contradizia completamente o protestante, que acreditava no Inferno, mas não no Purgatório. O protestantismo, através de toda a história, travou uma incessante guerra a esta idéia de Purgatório ou progresso além túmulo. Vim a perceber na visão católica completa verdades muito mais profundas sobre todas as três idéias; verdades relativas à vontade, criação e o mais glorioso amor de Deus pela liberdade. Mas mesmo no começo, embora não pensasse em nada de catolicismo, eu não conseguia perceber por que devia ter qualquer preocupação como o protestantismo; que sempre dissera o diametralmente oposto ao que um liberal agora devia dizer.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;">Descobri, em resumo, que não havia mais nenhuma razão para me apegar à fé protestante. Era uma simples questão de me apegar ou não do feudo protestante. E com enorme perplexidade, descobri muitos de meus companheiros liberais ansiosos em continuar no feudo protestante, embora não mais professassem a fé protestante. Não tenho o direito de julgá-los; mas pareceu-me, confesso, como uma feia indignidade. Descobrir que você vem difamando alguém por alguma coisa, recusar a se desculpar e inventar outra história plausível contra tal pessoa de forma que você possa manter o espírito de difamação, pareceu-me de início um modo muito vil de comportamento. Resolvi pelo menos considerar os próprios méritos da instituição difamada original e a primeira e mais óbvia pergunta era: por que os liberais eram tão pouco liberais em relação a ela? Qual era o significado do feudo, tão constante e tão inconsistente? Essa questão levou um longo tempo para ser respondida e levaria agora muito mais tempo para ser descrita. Mas ela me levou à única resposta lógica, que cada fato da vida agora confirma; que a coisa é odiada, como nada mais é odiado, simplesmente porque ela é, no exato sentido da expressão popular, como nada neste mundo.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;">Há aqui espaço apenas para indicar uma dentre milhares de coisas que confirmam o mesmo fato e confirmam umas às outras. Eu poderia escolher qualquer assunto aleatoriamente, da carne de porco à pirotecnia, e mostrar que ele ilustra a verdade da única verdadeira filosofia; tão realista é a observação de que todos os caminhos levam à Roma. De todos eles, tomo aqui apenas um fato; que a coisa é perseguida época após época por um ódio irracional que muda permanentemente sua razão. Ora, quase todas as heresias mortas estão, pode ser dito, não só mortas como condenadas; isto é, estão condenadas ou serão condenadas pelo senso comum, mesmo fora da Igreja, uma vez que sua atmosfera e mania tiverem passado. Ninguém hoje deseja reviver o Direito Divino dos reis que os primeiros anglicanos defenderam contra o Papa. Ninguém hoje deseja reviver o calvinismo que os primeiros puritanos defenderam contra o rei. Ninguém hoje lamenta que os iconoclastas foram impedidos de destruir todas as estátuas na Itália. Ninguém hoje se lamenta de que os jansenistas fracassaram em destruir todos os dramas da França. Ninguém que saiba alguma coisa sobre os albigenses deplora que eles não tenham convertido o mundo ao pessimismo e à perversão. Ninguém que realmente compreenda a lógica dos Lollards (um grupo de indivíduos muito mais simpáticos) anseia realmente que eles tivessem sido bem sucedidos em tirar todos os direitos e privilégios políticos daqueles que não estivessem em estado de graça. “Autoridade fundada na Graça” era um ideal devoto, mas considerado como um plano para desrespeitar um policial irlandês que controla o tráfego no Picadilly, até que descubramos se ele se confessou recentemente a um padre irlandês, é falta de realismo. Em nove entre dez casos, a Igreja simplesmente foi o esteio da sanidade e do equilíbrio social contra hereges que eram às vezes muito parecidos com lunáticos. Mesmo assim, em cada momento particular, a pressão do erro predominante era muito grande; o exagerado erro de toda a geração, como a força da Escola de Manchester nos “anos cinqüenta” ou o Socialismo Fabiano como uma moda, em minha própria juventude. O estudo de casos históricos mostra-nos comumente o espírito da época indo na direção errada, e os católicos indo na direção, pelo menos, relativamente certa. É como uma mente sobrevivendo a centenas de diferentes estados de humor.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><br />
</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; line-height: 25px;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Como eu disse, esse é apenas um aspecto; mas foi o primeiro que me afetou e que me levou aos outros. Quando um martelo acerta o prego certo bem na cabeça centenas de vezes, acabamos por suspeitar que não é inteiramente por coincidência. Mas essas provas históricas não seriam nada sem as provas humanas e pessoais, que demandariam uma descrição completamente diferente. Basta dizer que aqueles que conhecem a prática católica a consideram não somente certa, mas sempre certa quando tudo o mais está errado; tornando a Confissão o trono mesmo da sinceridade, quando o mundo lá fora fala dela como um tipo de conspiração; preservando a humildade, quando todos estão louvando o orgulho; carregada de caridade sentimental, quando o mundo fala de um brutal utilitarismo; carregada de severo dogmatismo, quando o mundo está ruidoso e dissoluto com seu vulgar sentimentalismo – com acontece hoje. No lugar em que os caminhos sem encontram, não há dúvida da convergência. Um homem pode pensar todo o tipo de coisas, a maioria delas honesta e muitas delas verdadeiras, sobre o lado certo para o qual se virar no labirinto de Hampton Court. Mas ele não pensa que está no centro; ele sabe.</span></span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 15px; line-height: 25px;"><span style="font-size: medium;"></span></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 15px; line-height: 25px;"><span style="font-size: x-small;"></span></span></span><br />
<br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><span style="font-size: x-small;">[1]</span><span style="font-size: x-small;"><span class="Apple-converted-space"> </span>Uma das muitas versões do livro publicado em 1549, produto da Reforma Inglesa. É um livro que contém o missal, todos os ritos sacramentais – batismo, confirmação, casamento, etc. – cânticos, ladainhas e os Salmos. (N. do T.)</span></span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: black; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #222222; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 25px;"><span style="font-size: x-small;">[2]</span><span style="font-size: x-small;"><span class="Apple-converted-space"> </span>Área central de Londres. (N. do T.)</span></span></span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00777496891079274566noreply@blogger.com0